Remus havia chegado há apenas trinta minutos, mas a fúria lenta de Sirius já estava aumentando e só piorava.
“Diga-me outra vez,” ele ordenou entre dentes cerrados, andando de um lado para o outro. “O que, exatamente, aquele filho da puta seboso disse sobre meu afilhado?”
A maneira exausta como Remus deixou a cabeça cair entre as mãos, suspirando contra a mesa, não ajudou em nada a raiva de Sirius. "Quantas vezes você vai me fazer repetir?”
“Quantas forem necessárias para eu entender o que Snivellus está fazendo, aqui.”
Não era uma questão de Snape ter sido sincero; ele tinha ouvido Lily falar sobre sua irmã com frequência suficiente, e James alegremente os regalou com a história de seu único encontro com Petúnia Dursley e seu marido morsa e sem graça. A família de Harry não era gente agradável. Isso era fato.
Também era fato que Snape era um canalha manipulador e sombrio que enganava e se metia furtivamente nos negócios dos outros, para usar seus segredos para seu próprio ganho. Então... o que ele esperava ganhar, aqui, agora que ele tão voluntariamente contou a Remus suas descobertas? "O que ele acha que devemos fazer?" ele retrucou, girando sobre os calcanhares e correndo em direção à lareira, e então voltou para o final da mesa onde seu amigo mais velho havia caído para frente, de bruços, com um gemido. “Moony, eu juro por Merlin, se Snape está tramando algo—”
“Acho que eu preferiria se ele estivesse,” Remus murmurou, virando a cabeça de lado para olhar para ele. “Severus não quer fazer nada. Ele quer que fiquemos quietos sobre tudo isso.”
“Não posso deixar de concordar com você. Severus não parece inclinado a admitir que há um problema, muito menos tomar medidas contra ele.”
Ambos olharam para cima e encontraram Arthur na porta, descendo o último degrau para se aproximar deles. “Arthur,” Remus disse lentamente, se mexendo para ficar sentado ereto. “Sinto muito, não percebi que você estava aí...”
“Você falou com ele?” Arthur perguntou. “Ele realmente não quer fazer nada? Você perguntou se ele viu algo suspeito?”
Sirius virou a cabeça em direção a Remus, que mais uma vez abaixou o rosto entre as mãos. “Moony. Diga a ele.”
“Fazê-lo admitir qualquer coisa era como tentar convencer um bicho-papão a lhe mostrar sua verdadeira forma,” Remus disse cansado, as palavras um pouco abafadas. “Você estava certo. Ele não parece encontrar nada de errado em ser privado de refeições, ou ser trancado, ou mesmo espancado—”
“Eles o espancaram?” A voz de Arthur estava calma, mas ele irradiava fúria.
“Sim,” Sirius disse, assim como Remus disse, “Potencialmente.” Incrédulo, Sirius balançou a cabeça e olhou para a lareira. “Sim,” ele repetiu, vigorosamente, “eles fizeram. Não leve isso como se fosse uma ameaça inútil, Moony. Meu afilhado—meu afilhado—foi trancado em algum maldito armário sem comida, Merlin sabe quantas vezes. Você sabe o que ele me disse, a noite em que aquele rato imundo foi solto? Ele queria viver comigo, quando meia hora antes ele queria me matar. E Snivellus—”
“Sirius—”
“Snivellus acha que não há nada de errado nisso! Você sabe que ele odeia Harry. Ele sempre foi tão obcecado por James, e agora ele transferiu isso para o filho de Prongs. Claro que ele não acha que há algo errado. Por que ele acharia? Ele provavelmente está se divertindo com tudo isso.”
Arthur pareceu completamente perplexo. “Eu não…” Ele parou de falar e então limpou a garganta, firmando a voz e endireitando os ombros. “Eu não acho que você entendeu bem a situação. O problema é que não acredito que seja minha função contar todos os detalhes, Sirius, desculpe. Remus, ele... mostrou a você o depósito?”
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That Awful Boy
FanfictionPetúnia deixa escapar um segredo de vinte anos, e Harry é enviado para Spinner's End para estudar Oclumência mais cedo. Severus Snape não consegue ver nenhuma maneira de isso não terminar em catástrofe. Todos os direitos para Paracosim no AO3. Tradu...