“Eu não acredito em você,” Remus disse pelo que pareceu ser a centésima vez desde que Severus tinha ido embora em um ataque de raiva e Sirius veio correndo para ajudá-lo na cozinha. “O que você estava pensando?”
“Ah, pare com isso, Moony,” Sirius retrucou, braços cruzados sobre o peito enquanto olhava para a lareira. “O quê, você achou que eu ia deixá-lo bisbilhotar minha casa no meio da noite, fazendo Merlin sabe o quê, ou até mesmo nos atacando? E se ele estivesse coletando informações para Voldemort?”
“Bem, ele não precisaria se esgueirar pela sede para fazer isso, precisaria?” Remus disse irritado. “Ele ouve muitas informações durante as reuniões da Ordem.”
“Sim, e eu falei com Albus sobre deixá-lo entrar, porque—”
“Padfoot, você pode dar um tempo disso?”
“É, você faria isso?” Tonks murmurou do outro lado da mesa, onde ela estava tentando trabalhar em um relatório pelos últimos vinte minutos. “Vocês dois vão me fazer chegar muito atrasada.”
“Desculpe, Tonks,” ambos disseram, antes de abaixar a voz e continuar a discutir sobre o café da manhã que esfriava.
Remus tomou um gole de seu chá, embora ele já tivesse parado de fumegar há muito tempo. “O ponto permanece,” ele continuou, ignorando o olhar sombrio que passou pelo rosto de Sirius. “O que você fez ontem à noite foi inaceitável. Arthur nos disse que ele poderia passar para entregar as poções. Eu estava esperando que ele chegasse logo. O que você estava pensando, Sirius? Agarrando-o daquele jeito depois de desarmá-lo?”
“Já fiz pior, e você nunca levantou um dedo até agora.” Havia um brilho muito feio nos olhos de Sirius que era incrivelmente preocupante. Arrancando um pedaço de sua torrada fria, ele disse enquanto mastigava, “Você nunca teve problemas com isso antes.”
“Isso foi antes,” Remus suspirou, embora ele estivesse se perguntando a mesma coisa desde que ele precisou beber água à meia-noite, e tinha descido as escadas para encontrar Severus à beira de um colapso total, e Sirius à beira de agredi-lo fisicamente. O olhar no rosto de Severus… Ele só teve um vislumbre dele antes que desaparecesse como se nunca tivesse estado ali, mas foi o bastante. Foi mais do que o bastante. "Você estava prestes a atacá-lo—”
“Atacá-lo? Eu não estava atacando ele,” Sirius retrucou, jogando a crosta de sua torrada para baixo e empurrando seu café da manhã para longe. “Pare de defendê-lo. Ele é um bastardo seboso que não sabe como manter seu nariz anormalmente grande longe das vidas dos outros. Estou ficando enjoado até mesmo de falar sobre ele.”
“Só estou aliviado por ter descido quando desci, porque você certamente o estava atacando, e—” Remus notou Arthur parado sem jeito na porta e parou de repente, deixando Sirius olhando ao redor freneticamente para o recém-chegado. “Desculpe, Arthur, você ficou aí muito tempo? Precisa de alguma coisa?”
“Não, eu acabei de chegar, mas…” Arthur parecia bastante pálido e abatido, como se tivesse recebido notícias de uma doença terminal. Havia uma hesitação nele que fez soar alarmes na cabeça de Remus. Ele estava assim desde que retornara de Spinner's End no dia anterior, como se tivesse escapado por pouco de uma catástrofe—ou se tivesse se encontrado de repente no meio de uma. “Sinto muito interromper vocês dois, mas Remus—antes que eu vá buscar Harry, tem algo que precisamos discutir. Urgentemente.”
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A pressa matinal para acordar o menino e prepará-lo para sua audiência foi o que finalmente tirou Severus de sua névoa dissociativa e permitiu que ele percebesse o que, exatamente, ele disse a Lupin na noite anterior.
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That Awful Boy
FanfictionPetúnia deixa escapar um segredo de vinte anos, e Harry é enviado para Spinner's End para estudar Oclumência mais cedo. Severus Snape não consegue ver nenhuma maneira de isso não terminar em catástrofe. Todos os direitos para Paracosim no AO3. Tradu...