Sete

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“Agora,” Severus disse calmamente, virando-se para encarar o garoto completamente. Suas mãos tremiam um pouco. “Levante-se, Potter, e pegue sua varinha para que possamos começar.”

O garoto se levantou silenciosamente, parecendo levemente doente enquanto se arrastava para o meio da cozinha. Seu peito subia e descia um pouco rápido demais, e seus nós dos dedos estavam tensos e brancos contra sua varinha. Severus não conseguiu resistir a um sorriso irônico.

“Você pode usar sua varinha para tentar me desarmar, ou se defender de qualquer outra forma que você possa pensar,” ele disse suavemente.

“E o que você vai fazer?” o garoto murmurou, o olhar inquieto fixo em sua varinha.

“Estou prestes a tentar invadir sua mente,” ele respondeu, avaliando-o. Potter sempre teve talento para sonhar acordado durante as aulas; limpar sua mente de todos os pensamentos e conhecimentos deveria ser uma tarefa simples. Afinal… ele fazia isso regularmente. Severus tinha visto sua expressão insípida muitas vezes. “Vamos ver o quão bem você resiste. Disseram-me que você já demonstrou aptidão para resistir à Maldição Imperius... Você descobrirá que poderes semelhantes são necessários para isso... Prepare-se, agora... Legilimens!

E o mundo ao redor deles desapareceu.

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“Olha, Diddykins! Não é lindo?”

“Bom garoto, Dudley, parecendo apenas—”

“—Estripador! Estripador, pare! Pare! P—”

—Um grande dragão negro, erguendo-se—

—Um homem e uma mulher acenando para fora de um espelho e mamãe? papai?—

Pare, ele pensou ferozmente, apertando os olhos para tentar parar as imagens, mas elas não paravam, elas não paravam—não paravam— Pare, isso é—

“—PRIVADO!”

Ele estava ofegante no chão sujo da cozinha de Snape, lágrimas turvando sua visão, cabelo em seu rosto. Sua varinha bateu no linóleo e rolou até parar nos sapatos de Snape. Harry olhou para o homem, que havia abaixado sua varinha e estava esfregando seu pulso. Ele podia ver um vergão escaldante ali, como se Snape tivesse pressionado seu braço contra um queimador quente e deixado chiar em sua pele.

“Você quis produzir um Feitiço de Punhalada?” perguntou Snape friamente, como se estivesse fazendo uma observação casual.

“Não,” ele disse amargamente, se arrastando para ficar de pé. Havia uma dor de cabeça começando na parte inferior da nuca.

“Eu pensei que não. Você me deixou ir longe demais. Você perdeu o controle.”

Ele engoliu em seco, passando pela secura da garganta. “Você viu tudo o que eu vi?”

“Vislumbres disso.” Havia um sorriso condescendente no rosto de seu professor; Harry se forçou a desviar o olhar antes que sua raiva pudesse tomar conta dele. “A quem pertencia o cachorro?”

“Minha tia Marge.” A raiva estava se transformando em ódio avassalador, bombeando-o constantemente como um veneno de ação lenta. O suor escorria por suas costas.

“Bem, para uma primeira tentativa, isso não foi tão ruim quanto poderia ter sido,” Snape disse, erguendo sua varinha novamente. “Você conseguiu me parar eventualmente, embora você tenha desperdiçado tempo e energia gritando. Você deve permanecer focado. Repila-me com seu cérebro e você não precisará recorrer à sua varinha.”

“Estou tentando”, ele retrucou, enxugando o suor do rosto com raiva, “mas você não está me dizendo como!”

“Maneiras, Potter. Agora, quero que você feche os olhos…”

That Awful BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora