Na joalheiria

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Entrei, e um velho sorridente veio até mim.

— Senhorita, o que deseja?

— Não sei ainda.

Ele falou uma frase que quase me fez exaltar.

— Senhorita, poderia deixar seu escravo em frente à joalheria?

— Não, por quê?

— Para evitar alguma situação inconveniente.

— Não haverá; ele seria incapaz de roubar sua joalheria. Aliás, vejo que nem está à altura para roubo. Sem querer ser arrogante, mas eu tenho dinheiro suficiente para comprar todas as joias e até mesmo seu estabelecimento.

Ele me olhou boquiaberto e disse:

— Perdão, senhorita, não queria ofendê-la.

— Não ofendeu; está perdoado. Quero ver pingentes, poderia me mostrar?

— Claro, alguma preferência?

— Todas. É claro que quero ver as de prata também; gosto de prata.

Ele saiu por uma porta depois do caixa.

Noah se aproximou e disse:

— Não precisava, Katherine. Não quero que me defenda dessa maneira; isso pode te prejudicar.

— Não irá me prejudicar, Noah. Bom, quero sua ajuda para escolher; pode me ajudar?

— Claro, Katherine.

O joalheiro veio com vários pingentes.

— Você grifa aqui? — perguntei.

— Sim, senhorita. Tem algo específico para grifar? Iniciais ou frases?

— Sim, eu queria em uma de prata.

Acabei escolhendo uma de prata: uma bolinha com um pequeno diamante e um espaço para grifar atrás.

— O que quer grifar, senhorita?

— Eu irei dizer; posso acompanhar a produção?

Assim seguimos para dentro de uma sala e Noah ficou esperando.

— Eu quero uma frase e uma inicial.

— Quais seriam, senhorita?

— Estou aqui K.M., por favor.

Ele começou a grifar e eu voltei para o balcão. Noah estava olhando as joias e não percebeu minha presença.

— Noah, você gostou de alguma?

— Sim, Katherine; esta ficaria linda em você. Mesmo não se comparando com sua beleza.

Acabei sorrindo com sua afirmação. Depois de pagar, fomos a outro estabelecimento, só que de roupas. Acabei comprando roupas para mim e também para Noah. Voltamos para o encontro do capataz, que estava nos esperando com a charrete. E assim seguimos rumo à minha casa.

Chegamos em casa e o cheiro da comida já estava por toda parte. Noah me ajudou a subir com as coisas.

E começou:

— Katherine, você não deveria ter gastado comigo.

— Noah, quero você bem vestido. Não fique preocupado com dinheiro.

Ele ficou em silêncio e eu também enquanto separava as coisas. Então quebrei o silêncio:

— Noah, avise que eu gostaria de comer no meu quarto; diga a Nelia que mandei algo para você comer.

Ele saiu com suas coisas e logo Nelia entrou no quarto com minha comida.

— Obrigada, Nelia! Já deu ao Noah?

— Sim querida! Poderia me falar o que houve?

Contei tudo a ela que logo ficou contente.

— Fico feliz que você e Noah tenham se resolvido. Preciso resolver umas coisas querida.

Assim saiu do meu quarto e eu fiquei sozinha organizando o que comprei. Realmente Noah tem bom gosto; escolheu uma linda joia. Espero que ele goste do pingente que comprei para ele, pelo qual irei dar mais tarde.

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