Chegamos até uma trilha que parecia estar abandonada há um bom tempo; o mato estava alto e as raízes das árvores eram grandes. Sebastian e Nelia se viraram, e então Nelia disse:
— E agora? Alguém tem um lampião?
Sebastian se ajoelhou e começou a abrir a mala, tirando de dentro um lampião.
— Oh, Sebastian, você pensa em tudo! — elogiou Nelia.
— Peguei caso precisássemos, e claro que tenho um pequeno frasco com óleo de oliva — respondeu Sebastian, ainda mexendo nos bolsos.
Nelia e Sebastian tentavam acender o lampião. Noah segurou minha mão e me afastou para o canto.
— Noah, eu espero que tudo dê certo e que a gente consiga terminar essa fuga.
— Amada, quero que saiba que darei minha vida para protegê-la. Se for necessário derramar meu sangue para sua segurança e do nosso filho, ele será derramado com orgulho.
— Noah, por favor, não fale isso! Iremos sair dessa juntos. Viveremos bem, longe dessa cidadezinha. Longe de tudo.
Abracei Noah bem forte.
— Ei, vocês! Conseguimos acender o lampião! Venham! — disse Nelia.
Seguimos Sebastian e Nelia. A noite estava fria e passamos por uma pequena neblina. Noah tirou seu frock coat e colocou nos meus ombros.
— Noah, não precisa... — falei sem jeito.
— Katherine...
— Noah, vamos parar! — olhei para frente; Nelia e Sebastian estavam prosseguindo. Noah segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.
— Katherine, eu quero cuidar de você. Eu a amo e quero cuidar de você com minha vida.
Meus olhos estavam presos nos dele. Ele fez uma expressão triste e continuou:
— Eu me sinto mal por tudo que te fiz passar. Eu não queria ter feito você sofrer tanto! Não queria que você passasse por isso...
— Noah, não! Por favor, não se culpe por algo que você não fez. Todo sofrimento que passei foi culpa do meu pai e não sua! Não permito que se culpe.
Noah deixou suas lágrimas rolarem, abaixou a cabeça e me envolveu em um abraço. Noah me abraçou com força, suas lágrimas quentes em meu pescoço. Eu sentia sua dor, sua culpa injustificada.
— Não chore, Noah — sussurrei, acariciando seu cabelo. — Você não tem nada por que se culpar.
Ele se afastou, olhos vermelhos, mas com um sorriso fraco.
— Você é incrível, Katherine. Sempre me fazendo sentir melhor.
Nós continuamos seguindo Sebastian e Nelia, a neblina envolvendo-nos como um véu misterioso. O lampião iluminava o caminho, mas não podia dissipar a sensação de incerteza que pairava sobre nós.
— Quanto tempo ainda? — perguntei a Sebastian.
— Não muito — respondeu ele. — Estamos próximos.
A trilha começou a subir, levando-nos a uma colina. No topo, uma visão deslumbrante: um vale amplo, com uma cidade ao fundo.
— É lá que vamos — disse Nelia, apontando. — A cidade de Ashwood.
Noah me olhou, um brilho de esperança em seus olhos.
— Estamos quase lá, Katherine. Estamos quase livres.
Mas eu sabia que não era tão simples. Meu pai ainda estava lá fora, procurando por nós. E eu não sabia o que ele faria para nos capturar.
— Vamos continuar — disse Sebastian, quebrando o silêncio. — Não podemos parar agora.
Nós concordamos, nosso destino à nossa frente. A cidade de Ashwood, um lugar de refúgio ou de perigo? Só o tempo diria.
Continuamos em direção à cidade de Ashwood, a neblina começando a se dissipar. O sol começava a nascer, iluminando o caminho.
— Estamos quase lá — disse Sebastian, olhando em volta.
— Sim, e logo estaremos seguros — acrescentou Nelia.
Noah me olhou, seu olhar cheio de esperança.
— Você está bem, Katherine?
— Estou — respondi, sorrindo.
De repente, Sebastian parou.
— Olhem!
À nossa frente, escondida atrás de uma cortina de árvores, estava uma cherrete elegante, com cavalos pretos e fortes.
— É a nossa cherrete! — exclamou Noah, correndo em direção a ela.
— Você a deixou aqui? — perguntei, surpresa.
— Sim, para garantir nossa fuga — respondeu Noah, abrindo a porta.
— Vamos! — disse Sebastian, ajudando Nelia a entrar.
Noah me ofereceu a mão, e eu entrei na cherrete.
— Agora sim, estamos próximos da liberdade — disse Nelia, sorrindo.
A cherrete começou a se mover, levando-nos em direção à cidade de Ashwood. O vento batia em meu rosto, e eu sentia uma sensação de liberdade que nunca havia experimentado antes.
Mas eu sabia que ainda não estávamos seguros. Meu pai poderia estar em qualquer lugar, esperando por nós.
— Noah, o que vamos fazer quando chegarmos a Ashwood? — perguntei.
— Vamos encontrar um lugar seguro para nos escondermos — respondeu ele. — E depois, vamos planejar nosso próximo passo.
Olhei para Noah, e vi determinação em seus olhos.
— Vamos fazer isso, Katherine. Vamos ser livres.
E com essas palavras, a cherrete continuou em direção à cidade de Ashwood, levando-nos em direção a um futuro incerto, mas cheio de esperança. A cherrete continuou em direção à cidade de Ashwood, levando-nos em direção a um futuro incerto. Depois de algumas horas de viagem, chegamos à cidade, e Sebastian guiou a cherrete até uma pousada simples, mas acolhedora.
— Vamos nos abrigar aqui — disse Sebastian. — É seguro.
Nós concordamos, cansados da longa viagem. A pousada era chamada "O Cavaleiro Negro" e tinha um ar de mistério.
— Vamos descansar — disse Noah, ajudando-me a descer da cherrete.
Nós entramos na pousada, e o dono, um homem amigável, nos recebeu.
— Bem-vindos! — disse ele. — O que posso fazer por vocês?
— Precisamos de um quarto — respondeu Sebastian.
— Claro! — disse o dono. — Vou preparar um quarto para vocês.
Nós subimos para o quarto, cansados, mas aliviados por estar em um lugar seguro.
— Vamos descansar — disse Nelia. — Amanhã, vamos planejar nosso próximo passo.
Noah se aproximou de mim.
— Katherine, eu preciso falar com você.
— O que é? — perguntei.
— Eu estive pensando... — começou Noah. — Meu pai vive em uma cidade chamada Ravenswood. É lá que vamos encontrar ajuda.
— Ravenswood? — repeti. — Nunca ouvi falar.
— É uma cidade distante — explicou Noah. — Mas meu pai é um homem influente lá. Ele pode nos ajudar.
Olhei para Noah, determinada.
— Vamos fazer isso, Noah. Vamos encontrar seu pai e pedir ajuda.
Noah sorriu, aliviado.
— Obrigado, Katherine. Você é incrível.
E com essas palavras, nós nos abraçamos, prontos para enfrentar o que viesse a seguir.
No dia seguinte, nós partiríamos para Ravenswood, em busca de ajuda e proteção. Mas o que nos esperava lá?
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Alternados
RomanceNo isolado e imponente casarão onde vive, Katherine é uma jovem solitária de 19 anos, cuja única companhia é seu pai, Jorge Monsec. Desde a morte de sua mãe, a vida de Katherine tem sido marcada pela solidão e pela falta de amizades verdadeiras. Em...