Ele me olhava com um olhar amargurado e cheio de desprezo. Acenei para o capataz, que estava a alguns metros de distância, e disse que queria aquele. O olhar do escravo se tornou ainda mais rígido, o que me deixou desconfortável. O capataz se aproximou, dizendo:
— Este que quer, minha senhora?
Acenei com a cabeça, e ele falou com raiva para os outros escravos irem trabalhar. Foi então que gritei, perdendo a compostura digna de uma dama:
— Parem todos! Quem dá as ordens durante esses dias em que meu pai está fora sou eu! Exijo que obedeçam apenas às minhas ordens. E quem quebrar essas ordens...
O capataz ficou em silêncio, claramente incomodado com minha posição. Mas pouco me importava. Terminei dizendo:
— Quero que todos os escravos, sem exceções, depois de realizarem apenas o necessário para o casarão, fiquem livres de tarefas e tirem o dia para descansar!
O capataz saiu irritado, mas sem dizer uma palavra. Os escravos começaram a se dispersar, conversando entre si, confusos.
O escravo que eu escolhera me observava atentamente. Comecei a analisá-lo: era alto, com cabelos compridos, olhos verde-claros e lábios rosados, mas também escuros. Dei ordem à escrava
responsável pelas roupas limpas para trazer algo para que ele pudesse se lavar.Ela ficou confusa, mas chamou o escravo para cumprir minha ordem.
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Alternados
RomanceNo isolado e imponente casarão onde vive, Katherine é uma jovem solitária de 19 anos, cuja única companhia é seu pai, Jorge Monsec. Desde a morte de sua mãe, a vida de Katherine tem sido marcada pela solidão e pela falta de amizades verdadeiras. Em...