Manchete

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Na manhã seguinte, Noah e eu descemos ao salão de jantar, onde Nelia, Sebastian e o Sr. Edward Blackwood já estavam sentados. O café da manhã estava pronto, e o aroma de pão fresco e café enchia o ar.

— Bom dia a todos! — disse Noah, sorrindo.

— Bom dia! — responderam em uníssono.

Noah pegou minha mão e olhou para os outros, sua expressão radiante.

— Temos uma notícia para compartilhar — disse ele, sua voz cheia de emoção.

Nelia olhou para nós com curiosidade.

— O que é? — perguntou ela, os olhos brilhando de expectativa.

— Noah me pediu em casamento! — exclamei, mostrando o anel que reluzia na luz suave da manhã.

Nelia gritou de alegria, levantando-se para me abraçar calorosamente.

— Parabéns, Katherine! — disse Sebastian, sorrindo amplamente. O Sr. Edward Blackwood também sorriu, seu rosto iluminado por um orgulho genuíno.

— Estou tão feliz por vocês dois! — exclamou ele. — Vamos celebrar!

Nelia começou a falar sobre fazer uma pequena festa improvisada, enquanto Sebastian e o Sr. Blackwood conversavam animadamente sobre os planos para o casamento. A alegria preenchia o ambiente, e eu não conseguia conter o sorriso que iluminava meu rosto.

— E quando será o casamento? — perguntou Nelia enquanto organizava flores frescas em um vaso.

— Vamos nos casar aqui, em Ravenswood — respondeu Noah. — Em breve.

A excitação no ar era palpável. No entanto, uma sombra repentina parecia se aproximar quando Sebastian segurou um jornal entre as mãos. Sua expressão passou de alegria para tristeza em questão de segundos. Nelia percebeu imediatamente e perguntou se estava tudo bem.

Ele entregou o jornal a Nelia com um olhar sombrio.

— Oh meu Deus, que tragédia! — exclamou Nelia, assustada.

— O que foi? O que é tão trágico? — perguntei, sentindo um frio na barriga.

Nelia estendeu o jornal para mim e disse suavemente:

— Katherine, eu sinto muito, minha filha.

Na primeira página do jornal estava estampada uma manchete que fez meu coração parar: "Encontrado morto Jorge Monsec, dono de várias terras e propriedades." O restante do mundo ao meu redor desmoronou enquanto eu lia aquelas palavras. A realidade se tornava insuportável; lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto sem controle.

Noah me envolveu em seus braços como nunca antes. Ele sabia a dor que eu estava sentindo; Jorge Monsec não era apenas um nome na página; ele era meu pai.

Noah me levou até o quarto enquanto tentava me acalmar. Ele falava palavras doces, mas tudo parecia distante e confuso. O peso da tristeza me envolvia como uma nuvem densa e escura.

— Está tudo bem chorar, Katherine — disse ele suavemente enquanto acariciava meu cabelo. — Estou aqui com você.

As lágrimas continuavam a fluir enquanto eu pensava em todas as memórias que tínhamos juntos: os momentos felizes, as risadas compartilhadas e até mesmo os desafios enfrentados ao longo dos anos. Meu pai sempre foi uma figura forte na minha vida; apesar de todo sofrimento que ele me fez passar.

Enquanto tentava processar a tragédia, percebi que pelo que li no jornal ele já havia sido sepultado e deixado uma carta pedindo para ser enterrado fora da cidade.

Por que ele não aceitou minha felicidade ao lado de Noah? Por que não me apoiou como sempre fazia?

Noah percebeu meu desespero e segurou meu rosto delicadamente entre suas mãos:

— Vamos enfrentar isso juntos. Você não está sozinha nessa.

Eu sabia que precisava ser forte. Olhei nos olhos de Noah e vi ali uma determinação silenciosa; ele seria meu apoio inabalável durante esse momento difícil.

— Obrigada por estar aqui — murmurei entre soluços.

Ele sorriu tristemente e me apertou contra seu peito novamente, prometendo que enfrentaríamos essa tempestade juntos. A vida mudaria para sempre naquele instante fatídico, mas eu sabia que tinha ao meu lado alguém disposto a lutar comigo em meio à dor e à perda.

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