Capítulo 45 - Um sonho ao seu alcance

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À medida que nos acalmamos, optamos por ficar sentados em silêncio, em vez de gritar um com o outro. Não estávamos mais apontando o dedo um para o outro. Finalmente estávamos agindo como adultos. Embora ainda estivéssemos furiosos, sabíamos que o que estávamos fazendo não levava a lugar nenhum.

O médico saiu da UTI para nos avisar que o estado de A-Nueng é bastante grave. Duas de suas costelas estavam quebradas. E por estar no banco de trás sem colocar o cinto de segurança, ela também sofreu um traumatismo cranioencefálico. Não foi como na série onde o médico disse a todos para se prepararem para o pior ou algo parecido. Ainda assim, foi desanimador para todos. Nenhum de nós se sentiu melhor.

Além do status de A-Nueng, descobrimos que o acidente ocorreu porque o carro da frente mudou de faixa e saiu da estrada pra evitar atropelar um cachorro.

O taxista do carro de A-Nueng entrou em pânico, mudou de faixa e também caiu na beira da estrada, parecia que o motorista do carro da frente também estava em coma. Mas estávamos exaustos demais para tentar encontrar o responsável pelo acidente. Queríamos apenas que A-Nueng saísse em segurança.

O médico voltou e saiu depois de mais de seis horas. Embora estivéssemos todos exaustos, a aparência do médico saindo da sala de cirurgia foi como a de um anjo enviado do céu.

- Tudo ocorreu bem. Como a paciente é jovem, ela deve se recuperar rapidamente. Não há nada com o que se preocupar.

Sorrimos um para o outro. Assim que soube que A-Nueng estava segura, cai e chorei, embora nunca tivesse mostrado minha fraqueza a ninguém, nem mesmo à minha própria avó.

- Tudo bem...

- Não se culpe, Khun Nueng. - Piengfah, que me conhecia melhor e provavelmente era a mais brava comigo, veio se inclinar e pegar minha mão. - A-Nueng está segura agora. Você deveria estar feliz.

- Ela não deveria estar machucada assim. É minha culpa...

- Sim. É graças a você. - Chet ainda estava cheio de ressentimento. Ele olhou pra mim com ressentimento. - Agora que você sabe que A-Nueng está segura, não há mais motivo pra você estar aqui.

- Não fale tanto. Você também é um estranho.

A voz da avó de A-Nueng era autoritária. Isso fez com que Chet, que estava me ameaçando, deixasse cair o queixo e curvasse as costas. Ele tinha medo dela por causa de sua culpa passada.

- Mãe.

- Eu não sou sua mãe. - A velha mostrou os dentes para Chet e acenou com a mão para assustar todo mundo. - Todos devem ir. Estar aqui não fará com que A-Nueng recupere a consciência. Voltem amanhã de manhã

- Todos podem voltar, exceto Khun Nueng - O novo pai, que amava e era muito protetor com sua filha, ainda insistiu antes de ficar em silêncio quando a vovó olhou pra ele.

- A única pessoa que pode dizer quem pode ou não visitá-la é quem a criou. Então você e você... - Vovó me olhou um pouco e cruzou as mãos na frente dela. - Não apareça aqui novamente. Eu não vou permitir isso.

Piengfah deu um tapinha reconfortante nas costas da minha mão enquanto me ajudava a levantar. Não fazia sentido brigarmos agora porque todos ainda estavam muito chocados.

A avó estava muito preocupada com a neta.

O pai ficou muito frustrado.

Eu... a tia, estava sofrendo muito.

- Saia primeiro, Khun Nueng. Vou te contar como está minha filha.

Pelo menos Piengfah estava tentando me confortar e aliviar o clima. Me retirei voluntariamente porque não queria lutar. Eu também sabia, no fundo, que eu estava errada. A-Nueng estava nessa condição por minha causa. Era normal que seus pais e familiares ficassem com raiva de mim.

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