Capítulo 8 - Confiança em si mesma

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Três dias haviam se passado... A-Nueng desapareceu depois que eu a afastei por frustração. Para ser honesta, no primeiro dia em que aquela garota alegre não apareceu, não senti nada. Foi bom não ser vigiada ou ter que ouvir aquele tom de voz nasal irritante. Mas quando chegou o segundo dia...

E depois o terceiro... O silêncio começou a me afetar.

Não me sentia sozinha. Vamos deixar claro.

EU NÃO ESTAVA ME SENTINDO SOZINHA. Estava um pouco preocupada porque alguém que via todos os dias havia desaparecido. Fez com que eu pensasse em todas as coisas ruins que poderiam ter acontecido com A-Nueng.

Então, lá estava eu, olhando através da cerca da sua escola enquanto o sino tocava para indicar o fim das aulas. Isso não era nada normal.

Como poderia ser? Eu estava lá para garantir que ela estivesse segura. Depois de vê-la, eu iria embora... Eu Nueng, a quem nada importa nesse mundo.

De repente...

O ar cheirava a atividades diárias de crianças na escola. Era o cheiro acumulado pelos alunos que se tornavam adultos trabalhadores. Também poderíamos chamá-lo de o cheiro dos hormônios. Isso me deixou tonta. Olhei ao redor e vi estudantes do sexo masculino fazendo fila ao longo da cerca como se estivessem todos esperando pra ver uma celebridade.

Costumava haver garotos fazendo fila na cerca me esperando assim... Ah. Eu sentia falta dos meus dias antigos e gloriosos. Recebia muitos doces e flores quando era estudante.

Espere... O garoto do meu lado me parecia familiar...

- Garoto

Segurei a pessoa ao meu lado que era a origem do - cheiro de estudante - do qual eu estava falando. O garoto com espinhas na testa se assustou e estava prestes a fugir.

- Onde você está indo?

- Ai! - O garoto era alto, mas pelo olhar, provavelmente era um pouco mais baixo do que eu. Agarrei sua mochila, fazendo-o perder o equilíbrio. Ele lentamente virou a cabeça para me olhar. - P... Por que você está me segurando?

- Já nos vimos antes?

...

- Não é você o garoto que mora na mesma rua que eu?

Levou um tempo para reconhecê-lo. E quando eu perguntei isso, o garoto fechou os olhos com força, como alguém que foi pego cometendo um crime.

- Sim.

- Por que está fugindo de mim?

- Eu... eu não...

- Você seguiu A-Nueng para casa naquele dia, não é?

Seu rosto ficou vermelho. Provavelmente era uma pessoa muito tímida. Ele não conseguia parar de se encolher e me evitar. Ele gostava dela, mas não tinha coragem de se mostrar porque tinha medo de decepcioná-la.

- Sinto muito.

- Por quê? - Levantei a mão para aceitar suas desculpas e soltei sua mochila antes de me virar para dar uma olhada nas garotas. - Você não fez nada de errado.

- A tia não acha que sou assustador?

- A quem você chama de tia? - Olhei para a pessoa que me chamou assim, não muito feliz. Chamar-me como se fôssemos parentes, mesmo que fosse por respeito ou por não saber como me chamar, era para mim... Inaceitável.

- V... você.

- Chame-me de Khun Nueng. Não sou sua parente.

- Sim, Khun. Khun Nueng.

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