Capítulo 1- A garota imperturbável

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- Onde você estava, Ar-Nueng?

- Por que você está aqui? Você deveria ir para casa - olhei para o relógio e franzi a testa - São quase 21h.

- Estava te esperando na loja, mas você não veio. Você está mais arrumada que o normal. Onde você foi? Com quem? Por favor, me diga.

A-Nueng, uma aluna que tive como cliente para um desenho de retrato nos dias anteriores, agora estava fazendo um monte de perguntas, como se fosse minha dona. Pelo amor de Deus, nem mesmo minha avó tinha incomodado tanto minha vida pessoal

Ela não pôde mais, porque eu fui embora.

- Não vou dizer. Não há nada que você precise saber.

Além disso, pare de me chamar de tia Nueng. Quando nos tornamos tão próximas para que você me chame assim?

- Quando você desenhou meu retrato.

Ela sorriu mostrando suas covinhas. Provavelmente ela pensou que eu adoraria que ela fizesse isso, mas não deixaria nenhum expressão escapar em meu rosto, não permitiria que seu sorriso me afetasse.

- Você quer dizer que devo ser próxima de cada cliente?

- Escolhi me dirigir a mim mesmo como «eu» sem saber o que mais seria apropriado. Me dirigir a mim como «tia» poderia dar a ela a impressão de que éramos próximas. Isso não era algo que eu adoraria ver acontecer. - Apenas vá para casa. Ficar fora até tarde não é seguro.

- Então, por favor, me diga onde você estava. Se você responder, irei direto para casa.

- Ei! - gritei para a garota por exigir a resposta sem me dirigir o respeito, mas depois deixei escapar um suspiro quando percebi que não importava nem um pouco para ela, já que exibia um enorme sorriso.

- Você acha que sou irritante, não é? Posso ver pela sua cara - ela girava enquanto olhava constantemente para o meu rosto e tentava parecer bonita.

- Normalmente você não mostra nenhuma expressão no rosto. Adoro quando você fica brava.

- Você pode parar de me incomodar - perguntei, e ela negou com a cabeça.

- Não posso. Você é minha felicidade, afinal.

- Hum?

- Você é única - a garota piscou para mim, agindo mais legal do que realmente era, e disse: - Quando estou ao seu lado, consigo sentir essa energia.

- O quê!? - Saltei quando ela me abraçou com todas as suas forças. Tentei afastá-la, mas provoquei o efeito contrário. Ela me abraçou mais forte e não me soltava.

- Você bebeu algo? Você cheira a álcool. Foi uma celebração?

- Não houve celebração. Alguém me ofereceu a bebida.

Você pode me soltar agora? Você é muito grudenta.

- Uau, você está furiosa. Fico feliz por poder te deixar brava e te perturbar. Sua cara diz tudo. Normalmente, não consigo dizer isso já que você não tem muita expressão.

- Por que você adora brincar comigo?

- Porque te amo.

Essa confissão pareceu como a centésima vez que a ouvi.

Suspirei cansada e simplesmente deixei que ela me abraçasse, sem mais resistir.

- Você ainda é jovem. É uma boa ideia se apaixonar tão rápido?

- Não te deixa envergonhada dizer essas coisas em voz alta?

- Não me envergonha dizer essas coisas para você.

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