Capítulo 41 - Evidência

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O silêncio nos envolveu. E para quebrar o silêncio entre Piengfah e eu, continuei falando.

- É uma relação entre adultas. Raramente confessamos nosso amor e nunca contamos a ninguém. É somente entre nós duas.

-E?

Piengfah cruzou os braços sobre o peito e olhou pra mim, como se estivesse me pressionando. Eu não era do tipo que desistia de uma competição de encarar, então continuei.

- A-Nueng dorme aqui por mais de 4 dias por semana porque minha casa fica mais perto da universidade. Estou ensinando ela a dirigir. Não fazemos muita coisa. Tomamos principalmente café da manhã, jantamos e então nós dormimos.

- Dormir...

- Fazemos coisas que duas mulheres fazem uma com a outra. A-Nueng tem preferências muito interessantes. Ela gosta que eu a machuque, mas não muito. Isso a excita. Às vezes fazemos encenações. Eu sou a diretora e ela é uma estudante. Se ela for uma garota má, não receberá uma boa nota e será punida. Ela gosta de fazer isso no carro ou na mesa de estudo. Seu gemido é tão alto...

- É o suficiente. Eu me rendo. - Piengfah ergueu a mão e acenou para mostrar que realmente desistia. - Eu sei que você pode continuar. Você não precisa ser tão sarcástica. Apenas diga que não é verdade e eu vou acreditar em você.

Eu sorri pelo canto da boca e ri alto.

- Como assim?

Eu tinha contando apenas a metade...

- Você pode ser sarcástica sobre qualquer coisa, mas não precisa chegar ao ponto de dizer que minha filha gosta de sadomasoquismo como no filme 50 Tons de Cinza. - A mãe agiu como se estivesse arrepiada. - Você descreveu isso tão vividamente. Você teve que ir tão longe a ponto de descrever o gemido dela para a mãe?

- Você não estava me ouvindo? Você acredita em mim ou não?

- Como poderia? Não há como você fazer isso com uma garota de 19 anos.

Engoli seco, mas não discuti. É melhor pra ela pensar isso. E enquanto conversávamos, alguém tossiu. Era A-Nueng, parada com o rosto vermelho brilhante na cozinha conosco.

Desde quando ela estava aqui?

- Do que vocês duas estão conversando?

- Só isso e aquilo, filha. - Piengfah rapidamente mudou de assunto e riu. - Vamos ver sua avó. Cansei de falar com Khun Nueng.

- Tudo bem.

A-Nueng olhou pra mim antes de caminhar em direção ao seu lindo Mini Cooper. Piengfah foi embora, comecei a sentir que...

Algo ruim estava pra acontecer.

[Eu realmente sinto sua falta, tia Nueng. Hoje deveria ser meu dia com você...]

A voz de A-Nueng estava do outro lado da linha. Ela me fez sorrir. Eu estava deitada em frente à TV, desenhando o retrato de A-Nueng com um lápis 2B.

-Você é tão apegada a mim. Passe algum tempo com sua mãe.

[Estar com minha mãe não faz meu coração disparar como quando estou com você. Eu tinha planos de fazer muitas coisas com você essa noite...]

- Não seja tão descuidada. Sua mãe está por perto?

Larguei meu lápis e me sentei nervosa. A- Nueng me respondeu como se não tivesse bom senso.

[Claro que não. De que outra forma eu poderia ligar pra você e reclamar... Além disso! Você contou pra minha mãe que eu gostava de fazer na mesa de estudo?

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