Essa foi a primeira vez que permiti que alguém que não fosse da minha família entrasse no meu espaço pessoal. Eu era muito cuidadoso com minha zona privada, então nunca deixava estranhos entrarem; não queria compartilhar meu ar com eles.
Às vezes, eu era cautelosa.
Passaram apenas dois meses desde que se formou, e lá estava ela agora, deitada na minha cama. Eu estava sentado no chão, olhando em silêncio, minha atenção atraída pelos hematomas que desapareciam em suas pernas.
Pensei que fossem hematomas, provavelmente causados pela avó dela. Minha própria história não era muito diferente, então eu poderia imaginar o que aconteceu. Muitas vezes, senti que essa garota se parecia muito comigo. Eu consegui ver os ecos do meu próprio passado nela. Tinha curiosidade sobre os pais dela, já que ouvi dizer que ela vivia só com a avó.
⁃ Depois de tudo, tia Nueng deve ter um lado mais suave, murmurou A-Nueng enquanto se deitava de lado, sem se sentir desconfortável no ambiente desconhecido. - Você não me deixou sozinho lá para sofrer na rua. Isso significa que a tia Nueng também gosta de um pouco de mim?
⁃ De jeito nenhum. Você realmente está tentando fazer piada depois de acordar? Você também fingiu um desmaio para que as pessoas me culpassem? Que horrível.
⁃ Eu não estava fingindo, ela atirou, na defensiva. - Estava realmente cansada e queria que minha namorada me ajudasse a chegar ao quarto dela. Agora que você relatou, ainda estou com dor de cabeça.
Você merece. Não, não vou dizer em voz alta. Não queria destruir minha imagem.
⁃ Você realmente não me respeita, considerando que sou muito mais velho que você. Você já percebeu a diferença de idade entre nós?
⁃ Você tem 26 anos?
⁃ Que gentil.
⁃ Então, 28.
⁃ Você está me bajulando.
⁃ 30 é a resposta final.
⁃ Tenho 34.
A-Nueng ficou surpresa ao ouvir a verdade, sua boca se abriu enquanto suas mãos cobriam o rosto.
⁃ Você é tão velho? Sua idade é a mesma que a da minha mãe.
⁃ Quantos anos você tem?
⁃ 18.
⁃ Sua mãe era uma adolescente quando você teve, hein? - eu disse brincando, mas a garota ficou em silêncio. Minhas palavras me fizeram sentir um pouco culpada por insultar a mãe dela. - Vamos, era só brincadeira.
⁃ Mas o que você disse não está errado. Ela me teve quando era muito jovem, depois me deixou sozinha com minha avó.
⁃ Sinto muito.
⁃ Está tudo bem.
⁃ Como ela faleceu? - Perguntei, minha voz suavizando-se com compreensão, pois também perdi meus pais na infância. A menina franziu a testa com perplexidade e respondeu: - Mas minha mãe ainda está viva.
⁃ O quê?
⁃ A avó invejosa para o exterior para escapar dos rumores de gravidez, disse com um suspiro e os ombros caídos. - Minha avó é a única que cuidou de mim. Que vida miserável eu tive.
⁃ Você realmente se sente mal? Seu rosto não mostra isso. Você teve a chance de se encontrar com sua mãe?
⁃ Nunca conheci. Tudo o que tenho são fotos dela e sua voz em chamadas telefônicas. É como se eu fosse órfã, mas pior. Pelo menos os órfãos cujos pais faleceram podem imaginar como é ser amado, mas nunca saberei porque ela ainda está viva e nunca me deixou experimentar isso.
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Blank - PT-BR
RomansaKhun Nueng, M.L. Sipakorn é uma linda mulher que cresceu sob a pressão da avó. Ela nunca teve permissão para ser ela mesma, nunca conheceu alguém por quem pudesse se sentir amada ou digna. Então ela conhece Anueng, alegre e inteligente. Por trás do...