Capítulo 6 - Diferença de idade

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Depois de um dia de retiro, A-Nueng apareceu para me ver no sábado de manhã. E sim... não era minha hora normal de acordar. A equipe do primeiro andar me ligou para dizer que alguém estava lá para me ver. Quando desci e vi que era a garotinha de óculos grossos, fiz uma expressão o mais entediada possível. Quase a amaldiçoei, mas me contive.

- É muito cedo.

- O que é muito cedo? São 10 da manhã.

- Não é minha hora de acordar.

- Mas você está acordada.

A-Nueng age como se não se importasse, então só pude suspirar porque sabia que insultá-la não levaria a lugar nenhum. O que te trouxe aqui tão cedo de manhã?

- Bem... - A menininha olhou para o chão e desenhou círculos com o pé. Ela estava tentando agir fofa.

- Quero... A palavra - desejo - A-Nueng me surpreendeu um pouco. Coloquei minha mão sobre meu peito e ele acelerou sem compreender. Estava começando a imaginar centenas de coisas que ela poderia - desejar.

Queria chorar.

Queria cantar.

Queria beij...

- Quero que você seja minha parceira de prática de dança.

Estava pensando em beijar? Algo não está certo na minha cabeça...

- Eh?

- Por que parece decepcionada?

- Quem está decepcionada... Não. - Balancei a cabeça com tanta força que quase quebrei meu pescoço. Se a garota soubesse que eu estava tendo pensamentos estranhos, ficaria muito convencida. Não. Não.

- Por que não pratica com um amigo? Por que eu?

- Ninguém consegue fazer um bom trabalho. E já te escolhi. Então não pode ser mais ninguém.

- Quando me escolheu, perguntou se eu concordava?

- Você era minha mãe. Não pode fazer isso pela sua filha?

Olhei para a garota animada com irritação, mas também com adoração. Quando vi seu sorriso, quase deixei escapar um sorriso também. Mas quando estava em devaneio e prestes a abrir a boca, uma voz nos interrompeu.

- Khun Nueng.

- Chet.

Meu ex-namorado era... Acho que todos estavam lá para me ver porque era fim de semana. Quando A-Nueng viu um estranho lá para me ver, rapidamente se aproximou para estar ao meu lado e me envolveu com o braço como uma criança possessiva. Mas Chet não entendeu. Então nos cumprimentou com seu rosto habitualmente feliz.

- Estou atrapalhando?

- Alguém já estava aqui para me atrapalhar, então você não é o primeiro - Olhei para A-Nueng, como se estivesse dizendo que me referia a ela. - Vocês dois acordam muito cedo.

- São 10 da manhã. Não é cedo, - disse Chet enquanto sorria para A-Nueng.- É verdade?

A pequena menina não respondeu. Ela apenas sorriu. Chet olhou para ela com adoração e parecia curioso.

- Com quem você se parece... Você parece tão familiar. Como se chamam seus pais? Talvez eu os conheça.

- Não acho que os conheça. O mundo não é tão pequeno, a menina não parecia querer responder, então eu a interrompi.

- Ela é órfã.

- Tia Nueng! - A-Nueng bateu levemente em meu braço, como se estivesse se queixando. - Por que você disse isso? Meus pais não estão mortos. Simplesmente não vivemos juntos como uma família... Mas sim, é como se eu fosse órfã.

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