Evelyn Bianchi, uma estudante italiana de moda, sempre viveu no luxo, com o mundo a seus pés. Mas, por trás da imagem de patricinha está uma garota determinada a desafiar as expectativas de todos ao seu redor. Quando suas notas em física ameaçam seu...
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O dia estava começando cedo, como de costume para um dia de treino intenso. Na universidade, nós, jogadores de hóquei, tínhamos uma reputação a manter, e eu sempre gostei de dar meu melhor no gelo. Mas, ultimamente, havia algo mais além da pressão habitual dos treinos. Algo que me fazia olhar por cima do ombro, esperando comentários e provocações de todos os lados.
Assim que entrei no vestiário para colocar o equipamento, John e Mickey já estavam me esperando com sorrisos espertos. Eles sabiam de tudo, obviamente, e pelo jeito, não iriam me deixar em paz tão cedo.
— E aí, senhor "terno exclusivo" — John soltou a provocação com um sorriso largo. — Então, a Evelyn vai costurar pessoalmente para você? Achei que ela fosse mais do tipo que gasta o dinheiro dos pais do que alguém que realmente trabalha com isso.
Suspirei, mas não consegui evitar um leve sorriso. Evelyn Bianchi... Eu não esperava que nossas vidas se cruzassem assim. Primeiro, a tutoria e agora esse projeto do terno. Ela era mandona e implicante, mas de algum jeito... interessante.
— Vai que ela quer mesmo te impressionar, cara — disse Mickey, se aproximando com um olhar travesso. — Uma patricinha como ela se dedicando a fazer um terno especialmente para você? Está com sorte, Viktor.
— É só um terno, e é só trabalho — rebati, tentando manter a voz firme e sem humor. — Vocês sabem que a professora designou os alunos de moda para isso. Eu só aceitei porque era parte do projeto dela.
John deu uma risadinha. — Sei, sei... E foi pura coincidência que ela pegou justamente você, não é? Só não vá se apaixonar, ou seremos obrigados a aturar você suspirando pelos cantos.
— Vocês estão de brincadeira — retruquei, colocando meu capacete e tentando encerrar o assunto. — Evelyn não é o tipo de garota que me atrai. E, de qualquer forma, isso nem é sobre ela.
Apesar da minha tentativa de parecer indiferente, a provocação dos meus amigos continuava a mexer comigo. Eu sabia que Evelyn era diferente, mas não queria admitir que ela tinha algum efeito em mim. Ela era arrogante, sempre pronta para uma resposta sarcástica, e não tinha problemas em me desafiar, o que... de algum jeito, me intrigava.
Entramos no rink para o treino e comecei a me concentrar no que importava. O gelo sob os meus pés, o barulho dos patins deslizando, o som do puck batendo no stick. Treinar sempre foi minha válvula de escape, e eu precisava desse momento para esquecer as distrações.
Estávamos no meio do treino quando um grupo de jogadores de basquete apareceu do lado de fora do rink, observando com atenção. Entre eles estava Anthony, um dos caras que era conhecido por sempre querer ser o centro das atenções. Ele era aquele tipo que gostava de impressionar todo mundo e se achava o dono do pedaço.
Assim que fiz uma pausa no treino, ele se aproximou com uma expressão que não deixava dúvidas de que tinha algo a resolver.
— Ei, Hoffmann — ele chamou, fazendo sinal para que eu fosse até a borda do rink. Me aproximei, encarando-o com curiosidade e cautela.
— O que foi? — perguntei, tentando manter a calma.
Anthony cruzou os braços, com uma expressão de desdém. — Ouvi falar que você anda bem próximo da Evelyn ultimamente. Vocês dois têm algo, é isso?
Soltei uma risada, incrédulo. — "Algo"? Eu e Evelyn? Cara, você está viajando.
Ele estreitou os olhos, claramente não convencido. — A Evelyn e eu... temos um certo histórico, entende? E eu não vou deixar qualquer um se meter no caminho.
Revirei os olhos, já farto daquele tipo de atitude. — Primeiro, eu não estou "me metendo" em nada. Segundo, eu não sabia que ela era propriedade sua, Anthony.
A provocação funcionou, e Anthony ficou visivelmente irritado. — Olha, só estou avisando. Não vou aceitar que um jogador de hóquei se intrometa na minha vida.
— Então não precisa se preocupar — respondi com um sorriso cínico. — Porque não estou interessado em saber o que você aceita ou não.
Anthony deu um passo mais perto, e eu senti a tensão aumentar. John e Mickey, que estavam perto, já haviam notado e se aproximaram, prontos para qualquer coisa.
— Só estou dizendo que se eu souber que você está passando dos limites, a conversa não vai ser tão amigável — ele ameaçou, com um tom baixo e carregado de insinuações.
Olhei bem para ele, desafiando-o com o olhar. — Se você quer se preocupar com Evelyn, talvez devesse perguntar a ela o que ela quer, ao invés de vir tirar satisfações comigo.
A presença dos meus amigos atrás de mim parecia aumentar ainda mais a tensão, e eu sabia que Anthony sentiu a pressão. Ele lançou um último olhar de advertência antes de se afastar, murmurando algo ininteligível.
— E é por isso que eu prefiro o hóquei ao invés do basquete — brinquei, tentando aliviar a situação. John e Mickey riram, mas eu sabia que eles entendiam que a situação não era tão simples assim.
Quando voltamos ao treino, ainda estava irritado com a atitude de Anthony. Por que ele pensava que podia controlar Evelyn? Eu poderia não gostar da garota, mas sabia que ela era bem capaz de lidar com qualquer situação sozinha.
