26 | genro preferido

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Era domingo e, para minha surpresa, meus pais tinham feito questão de convidar Viktor para um almoço em família

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Era domingo e, para minha surpresa, meus pais tinham feito questão de convidar Viktor para um almoço em família. Eu não sabia o que esperava desse encontro. Minha família não tem filtros quando se trata de perguntas pessoais, e essa falta de noção sempre me deixou ansiosa ao trazer alguém de fora para casa. Mesmo assim, arrisquei o convite, e Viktor aceitou sem hesitar.

Chegamos à casa dos meus pais, e o cheiro do almoço já tomava conta do ambiente. Minha mãe estava ocupada na cozinha, enquanto meu pai, já nos esperava na sala, curioso e, como sempre, pronto para investigar.

— Então você é o Viktor! — Meu pai disse, sorrindo enquanto nos aproximávamos.

— O famoso Viktor! — minha mãe completa vindo da cozinha, me lançando um olhar provocador

Apresentei Viktor, que os cumprimentou com o mesmo carisma tranquilo de sempre. Tentei ignorar a pressão crescente no peito, torcendo para que ele conseguisse lidar com a insistência da minha família. Mal nos sentamos, e minha mãe já iniciou a sequência de perguntas.

— Viktor, você gosta de cozinhar? — ela perguntou, com um olhar analítico, quase como se estivesse testando o quanto ele se encaixava na nossa família.

Ele riu, sem mostrar nervosismo.

— Gosto, sim. Nada profissional, mas eu me viro.

— Hmmm, interessante. A Evelyn sempre disse que é péssima na cozinha. Quem sabe você a ensine alguma coisa! — minha mãe brincou, piscando para ele e me lançando um olhar cúmplice.

Diogo aparece na sala e não demorou a se juntar à “entrevista”:

— E aí mano, Viktor, joga algum esporte? — ele perguntou, curioso.

— Jogo hóquei, na verdade. Mas sou mais do tipo quieto, gosto de ler também — ele respondeu, com um sorriso modesto.

O que me impressionava era a facilidade com que ele respondia a todas as perguntas, sem perder a calma. Viktor parecia confortável, como se estivesse se encaixando naturalmente. Eu quase suspirei de alívio, mas sabia que com minha família o jogo ainda não estava ganho.

Durante o almoço, as perguntas continuaram, misturadas com risadas e algumas histórias embaraçosas que minha família fazia questão de contar sobre mim. Meus pais e Diogo pareciam gostar de Viktor a cada nova resposta ou risada que ele soltava. E Viktor parecia entrar ainda mais no clima da nossa casa, com um sorriso tranquilo e sincero, rindo junto com as piadas.

Em certo momento, meu pai comentou:

— Sabe, Viktor, nunca vi a Evelyn tão interessada em alguém. Acho que você deve ter algo especial.

Eu corei instantaneamente, lançando um olhar de repreensão para o meu pai, mas Viktor não perdeu a oportunidade de brincar:

— Ah, eu percebi que ela finge não ligar, mas está sempre por perto, como quem não quer nada.

Minha mãe e meu pai riram, enquanto Diogi me lançou um sorriso malicioso, claramente se divertindo com o meu embaraço. O pior é que Viktor parecia cada vez mais à vontade, e eu não sabia se ficava aliviada ou enciumada com o quão bem ele estava se dando com a minha família.

Viktor e o Entrosamento com Minha Família estava me deixando feliz e aflita ao mesmo tempo.

Depois do almoço, já relaxados, ficamos na sala conversando. Meu pai começou a falar sobre a última viagem da família, e Viktor parecia genuinamente interessado, enquanto Diogo fazia perguntas sobre hóquei e incentivava Viktor a ensinar alguns movimentos a ele. Observando a cena, eu quase não acreditava o quão rápido ele tinha se tornado parte do nosso ambiente, como se fosse uma peça que faltava.

Meu coração estava dividido entre felicidade e apreensão. Ver o carinho com que meus pais e meu irmão o tratavam era bom demais, mas isso só intensificava os sentimentos que eu estava tentando controlar.

Na hora de ir embora, Viktor se despediu da minha família, que o convidou para voltar quando quisesse. No caminho de volta, ele parecia particularmente feliz, como se tivesse saído de um almoço vitorioso.

— Então, o que achou da experiência? — perguntei, tentando parecer casual.

Ele me lançou um sorriso brincalhão, arqueando as sobrancelhas.

— Eles me amam mais que você, tá vendo? — ele disse, fingindo um tom dramático. — Acho que você só acha que me ama, mas a sua família já decidiu que eu sou o favorito.

Eu revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir. Ele continuou, com um brilho travesso nos olhos:

— Na verdade, eu já pensei em pedir permissão ao seu pai para namorar você. Mas parece que ele já me deu a bênção sem que eu pedisse.

— Ah, claro — retruquei, rindo. — Você só está dizendo isso porque sabe que eles gostaram de você.

Ele deu de ombros, rindo.

— Pois é, agora você está em desvantagem. Eles me adoram. E agora sou o genro preferido deles.

Corações GeladosOnde histórias criam vida. Descubra agora