12 | um certo jogador de hóquei?

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A comemoração ainda estava viva em minha memória

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A comemoração ainda estava viva em minha memória. Por mais que eu tentasse me focar nas tarefas do dia, meu pensamento voltava, teimoso, para os momentos que tive com Viktor. Era estranho, quase incômodo, o quanto esses pensamentos insistiam em se intrometer na minha rotina. Eu sempre fui objetiva, controlada, e sabia exatamente onde pisava – mas, com ele, esse terreno parecia cada vez mais incerto.

Eu não queria admitir, mas minha mente parecia determinada a me fazer lembrar de cada detalhe. A forma como ele sorriu ao ouvir meu parabéns, os olhos dele fixos em mim como se ele visse algo além daquela aparência superficial que tantos insistiam em destacar. Viktor era diferente. Isso eu sabia.

Olhando para fora da janela do meu apartamento, suspirei, irritada com o peso dessas reflexões que teimavam em assombrar meus pensamentos. Afinal, era Viktor Hoffmann – o mesmo que me irritava, que parecia encontrar prazer em desafiar tudo que eu dizia, que me provocava como ninguém. Só que agora, de repente, essa provocação carregava um peso diferente, e eu odiava admitir isso.

Para tentar tirar essas ideias da cabeça, decidi sair com Amanda e Elisabeth. Nada melhor do que a companhia delas para me distrair de um problema – ou, nesse caso, de um certo jogador de hóquei.

Assim que cheguei, as duas perceberam meu estado de inquietação, mesmo que eu tentasse disfarçar. Amanda foi a primeira a perguntar:

— Evelyn, o que tá rolando? Você tá tão... distraída.

Elisabeth logo se juntou, olhando-me com uma curiosidade nada discreta. Eu tentei sorrir e brincar, mas acabei desviando o olhar, incapaz de esconder a verdade.

— Não é nada, — respondi, na esperança de evitar o interrogatório. — Só algumas coisas da faculdade.

Elisabeth me deu um olhar de quem não comprava essa desculpa nem por um segundo.

— E essas coisas da faculdade, por acaso, têm algo a ver com um certo jogador de hóquei? — Amanda provocou, e eu senti o rosto corar de leve. Era impossível disfarçar.

— Ok, talvez, — admiti, com um suspiro. — Mas é tudo... complicado. Ele é o tipo de pessoa que... bem, que me irrita.

Amanda riu, e Elisabeth balançou a cabeça, divertidas.

— Irrita ou intriga? Porque tem uma diferença, Evelyn, e, no seu caso, parece que você está se enganando, — Elisabeth sugeriu, o olhar dela tão afiado quanto as palavras.

Eu revirei os olhos, tentando esconder o desconforto. Sabia que elas estavam certas, mas admitir isso para elas, ou até mesmo para mim, era outra história. A verdade era que, por mais que eu quisesse negar, Viktor havia conquistado um espaço em minha mente que ninguém tinha ocupado antes.

Enquanto voltava para casa, seus olhos azuis e aquele sorriso confiante continuavam a me assombrar. Como Viktor conseguia invadir minha cabeça desse jeito? Essa era a pergunta que, naquela noite, tirou meu sono.

Corações GeladosOnde histórias criam vida. Descubra agora