13 | meu primeiro beijo

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Eu estava esperando Viktor na biblioteca da universidade, tentando parecer o mais casual e relaxada possível

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Eu estava esperando Viktor na biblioteca da universidade, tentando parecer o mais casual e relaxada possível. Mas, no fundo, sentia um leve nervosismo. Não conseguia evitar. As aulas particulares de física haviam se tornado um campo de batalha e, ao mesmo tempo, o momento mais esperado da minha semana. Eu odiava o quanto ele conseguia mexer comigo, e, ao mesmo tempo, o desafiava como se precisasse provar algo.

Finalmente, Viktor apareceu, com aquele andar calmo e a expressão determinada. Seus olhos azuis pareciam analisar tudo ao redor, mas, quando me notou, seus lábios se curvaram num sorriso discreto. Ele se acomodou ao meu lado e começou a tirar os livros da mochila.

— Pronta para mais uma sessão de tortura? — perguntou ele, em tom de provocação, enquanto abria o livro de física.

Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso.

— Se for para ver você tentando bancar o professor, acho que sim — retruquei, ajeitando-me na cadeira.

Ele riu, mas não pareceu se abalar.

— Vamos ver até onde esse seu sarcasmo vai te levar, Evelyn. — Ele apontou para o livro aberto. — Agora, me diz, qual é a força resultante que age sobre um corpo em repouso?

Fiz uma cara pensativa, como se estivesse realmente interessada na resposta, e respondi, sem tirar os olhos dele:

— Nenhuma, assim como a utilidade dessas suas perguntas.

Ele soltou uma risada baixa, balançando a cabeça.

— Sua resistência é impressionante — comentou, inclinando-se um pouco mais para perto. Eu podia sentir a proximidade dele, seu perfume, e isso me desconcentrava de uma forma irritante.

Começamos a resolver os exercícios, e, a cada questão, ele corrigia meu raciocínio, quase como se tivesse prazer em apontar meus erros. Eu, claro, não deixava passar sem uma resposta à altura, e assim passamos a tarde, trocando provocações que só aumentavam a tensão entre nós.

Após algum tempo, ele parou, e me olhou de forma intensa.

— Sabe, você realmente gosta de me desafiar, não é? — Ele inclinou a cabeça, os olhos azuis analisando-me de forma quase intimidadora.

— E você gosta de bancar o sabichão. Então estamos empatados, — retruquei, cruzando os braços.

— Talvez, mas acho que existe algo por trás dessa sua pose de durona. Como, por exemplo, o quanto você fica nervosa quando eu me aproximo. — Sua voz era baixa, quase provocante, enquanto ele se inclinava ligeiramente, deixando claro que percebia meu desconforto.

Eu senti meu rosto esquentar, mas recusei-me a recuar. Em vez disso, mantive o olhar fixo no dele.

— Nervosa? Com você? Acho que está confundindo as coisas, Viktor.

Ele sorriu, aquele sorriso que misturava ironia e autoconfiança, e, de repente, a tensão entre nós se tornou palpável. Viktor se aproximou mais, até que eu pudesse sentir sua respiração, e me perguntei se ele faria algo a respeito.

— Você está enganada, Evelyn, — murmurou ele. — E se eu provar que está?

Antes que eu pudesse responder, ele se inclinou, num movimento hesitante, quase incerto. Seus olhos azuis estavam fixos nos meus, como se procurassem permissão. Havia algo de vulnerável nele naquele momento, algo que eu não esperava ver. Ele era Viktor, o jogador de hóquei confiante, o cara que parecia impenetrável, e agora estava ali, prestes a se expor, a correr o risco de me beijar.

Então, num impulso, decidi tomar o controle. Aproximei-me, eliminando a distância entre nós, e deixei que meus lábios encontrassem os dele. O beijo foi suave no início, explorando, como se estivéssemos tentando entender a intensidade daquilo. Mas logo a intensidade aumentou, e pude sentir que ele estava tão envolvido quanto eu.

Quando nos afastamos, ele parecia atordoado, quase sem palavras. Viktor levou a mão aos lábios, como se ainda tentasse processar o que havia acontecido.

— Você foi... — ele começou, mas parecia perdido em pensamentos. — Meu primeiro beijo, Evelyn.

Fiquei em choque. Viktor, o cara seguro e impenetrável, nunca havia beijado ninguém? Eu o observei, surpresa, enquanto ele me olhava com uma expressão vulnerável, como se aquele momento tivesse significado muito mais para ele do que ele mesmo esperava.

— Sério? — perguntei, num sussurro.

Ele assentiu, o rosto corado, e, pela primeira vez, vi um lado dele que era completamente desarmado.

— Sim, mas... — ele riu, um pouco sem jeito. — Acho que valeu a pena.

__ então já posso se chamada de sua namorada? __ indago provocativa, ele revira os olhos com um sorriso nos lábios.

Corações GeladosOnde histórias criam vida. Descubra agora