15 | meu... tutor e um gostoso

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A noite tinha tudo para ser divertida e despreocupada

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A noite tinha tudo para ser divertida e despreocupada. Elisabeth, Amanda e eu decidimos nos perder em risadas e música em uma festa que prometia ser uma das melhores do semestre. Entre uma dança e outra, um drink e outro, a intensidade da noite começou a se misturar ao álcool, e eu, querendo escapar um pouco da constante tensão que Viktor Hoffmann gerava em mim, me joguei nas risadas e na leveza do momento.

As luzes da festa se fundiam com a batida da música, e cada gole me fazia sentir mais leve, mais livre... e talvez um pouco mais desinibida do que de costume. Logo, minha visão começou a ficar levemente embaçada, mas eu ignorei isso, convencida de que estava sob controle.

Até que tudo começou a girar.

— Evelyn... talvez seja melhor desacelerar, — Amanda disse com um toque de preocupação, me segurando pelo braço enquanto eu ria sem motivo.

— Desacelerar? Eu tô... ótima! — Respondi, com a voz arrastada, quase caindo para o lado. Mas a verdade era que as luzes estavam fortes demais e o som parecia vir debaixo d’água.

Elisabeth e Amanda trocaram olhares, e antes que eu percebesse, Amanda pegou o celular.

— Quem você tá... ligando? — perguntei, tentando me manter firme. Mas o mundo estava de cabeça para baixo, e eu mal conseguia focar no rosto dela.

— Viktor! — ela respondeu, com uma firmeza que eu não podia contestar. — Ele é o único que vai conseguir te levar para casa sem muito alarde.

— Viktor? Ele é meu... tutor e um gostoso — murmurei, soltando uma risada enquanto tentava fazer sentido das palavras.

Antes que eu me desse conta, Viktor apareceu na festa, com seu habitual ar de seriedade, seus olhos fixos em mim como se estivesse prestes a me dar uma bronca monumental. Eu, no entanto, mal conseguia conter o riso.

Ele se aproximou de mim, e eu sorri para ele com um olhar que só o álcool poderia explicar.

— Ora, ora, se não é o... Viktor, o senhor da física, — falei, com um tom provocante, tentando manter o equilíbrio.

— Evelyn, você está completamente bêbada — ele respondeu, me segurando firmemente pelo braço.

Senti um arrepio na pele onde ele tocou, e o calor do álcool fez com que minha língua se soltasse.

— E você... — eu disse, quase cantando. — Você é tão sério... tão certinho... mas eu sei que... no fundo... você gosta de mim, Viktor.

Ele me olhou, claramente desconcertado, e me puxou para mais perto, tentando me estabilizar. Seu perfume estava ali, presente e forte, e eu me deixei envolver pela sensação de segurança que ele sempre trazia, mesmo que ele fosse uma mistura de mistério e frieza.

— Você está falando bobagem, Evelyn. Vamos embora — ele disse com a voz firme, mas havia algo em seus olhos, uma faísca que me fez sorrir.

— Viktor — sussurrei, me inclinando mais para perto dele. — Eu aposto que você é todo... intenso... escondido por trás desse jeito frio... — deixei escapar, deslizando a mão pelo peito dele sem perceber o quão ousada estava sendo.

Ele engoliu em seco, o rosto ficando um pouco mais rígido, e eu ri, adorando a forma como ele tentava manter o controle.

— Evelyn, vamos. — Dessa vez, ele estava sério, mas eu estava longe de querer obedecer.

— Eu sei que você quer me proteger, Viktor, mas sabe que eu poderia ser... muito mais divertida se você deixasse, — continuei, provocativa. — Aposto que, lá no fundo, você gosta do que vê, não gosta?

Ele me lançou um olhar endurecido, mas não respondeu, apenas me guiou com firmeza até o carro. Meus devaneios embriagados continuavam enquanto ele dirigia em silêncio. Eu ainda lançava frases provocativas, tentava ler seus pensamentos, e me inclinava para ele mais do que o necessário.

Chegamos ao meu prédio e, para minha surpresa, ele não me deixou sozinha. Com paciência, ele me ajudou a subir até o apartamento e, depois de uma conversa com o porteiro, já estávamos na minha porta.

— Viktor, você é um... bom amigo, — murmurei, enquanto ele me guiava até o meu quarto. — Eu só... às vezes queria que você fosse mais que isso.

Ele pareceu congelar por um segundo antes de respirar fundo.

— Evelyn, você precisa descansar — ele murmurou, tentando manter um tom neutro.

Me sentei na cama, mas ao vê-lo se afastar, minha mão alcançou a dele instintivamente.

— Fica mais um pouco? Só até eu dormir?

Viktor suspirou, mas acenou com a cabeça. Ele sentou ao meu lado, observando enquanto eu me ajeitava em minha cama, um tanto quanto vulnerável e, finalmente, começando a sentir o peso do sono.

Antes de finalmente fechar os olhos, meus últimos pensamentos se voltaram para ele, e por mais que a minha consciência tentasse me impedir, murmurei suavemente:

— Obrigada, Viktor... por cuidar de mim...

Corações GeladosOnde histórias criam vida. Descubra agora