Na opinião de Ivy, o verão de 1995 tinha sido o mais estranho de sua vida até então. A morte de Sirius a havia devastado, deixando um vazio que parecia impossível de preencher. A dor ainda estava fresca, crua e corroendo-a a cada momento. Durante o verão, as taxas de assassinato estavam aumentando. Com os Comensais da Morte agora soltos e Voldemort confirmado como retornado, trouxas estavam desaparecendo a cada poucos dias. Além disso, a prisão do pai de Theo, junto com Lucius Malfoy em Azkaban, apenas adicionou mais camadas ao seu turbilhão emocional, e Ivy se viu na desconfortável posição de ter que consolar seus amigos mais próximos.
Não passava despercebido por Ivy que ela tinha desempenhado um papel indireto na queda de ambos os homens. No entanto, ela constantemente lembrava a si mesma que ambos haviam cavado suas próprias covas com suas escolhas. Mesmo assim, sua consciência não estava perfeitamente limpa. O Sr. Nott sempre foi bom com ela, acolhendo-a em sua casa de braços abertos.
Durante esses três meses, Theodore veio morar com Ivy em seu apartamento. O espaço estava disponível, e ela sabia que ele precisava de apoio. Ivy não conseguia nem pensar em deixá-lo sozinho.
Draco, por outro lado, após algumas semanas da prisão de Lucius, parecia estar evitando-a, quase como se soubesse que ela teve algo a ver com a captura de seu pai. Ela sentia falta dele — da amizade deles —, mas não podia culpá-lo por se afastar. A traição devia ter doído, e Ivy não tinha certeza de como remediar isso.
Harry foi enviado de volta para a casa dos tios, sem dúvida para passar por mais um verão horrível com eles. Ivy só viu Harry uma vez antes de ele partir, e seu rosto dizia mil palavras. A dor, o cansaço — tudo estava lá, gravado em cada linha de sua expressão. Ele não precisou dizer nada. Ela sabia.
Desde então, Ivy escreveu a Harry duas vezes, suas palavras cuidadosamente escolhidas, quase cuidadosas demais. Ambas as cartas eram principalmente sobre Sirius e, é claro, sobre o caos com os Comensais da Morte e as prisões recentes em Azkaban. Harry respondeu ambas as vezes, mas suas conversas foram breves, superficiais. Falaram sobre os fatos, não sobre os sentimentos por trás deles. Nenhum dos dois estava pronto para se aprofundar nisso, ainda não.
Toda vez que pegava a pena para escrever a ele, ela hesitava, questionando o que queria dizer. Deveria perguntar como ele estava realmente? Ou isso seria pressioná-lo demais? Ivy já não tinha certeza. Era como se ambos estivessem pisando em ovos em torno de algo grande demais, doloroso demais para ser falado.
Ivy caminhou pelos corredores do trem, até chegar à cabine onde finalmente encontrou Hermione e Ron. Sem dizer uma palavra, jogou-se no assento em frente aos dois, mal reconhecendo a presença deles. Ela não tinha energia para gentilezas hoje.
- Boa tarde para você também, Ivy. - Ron ironizou, a voz transbordando sarcasmo. - Ah, como foi meu verão? Ah, o de sempre, obrigado por perguntar.
- Onde está o Harry? - ela foi direto ao ponto.
- A pessoa que não disse mais do que meia dúzia de palavras para mim durante boa parte do ano porque aparentemente estava passando por uma crise de meia-idade precoce. E agora, quando surge a oportunidade de se desculpar, decide me ignorar completamente.
Ivy revirou os olhos.
- Como foi seu verão, Ronald?
- Ron. E foi bom, obrigado por perguntar, Ivy.
- Não vai perguntar como foi o meu verão?
- Eu não me importo.
- Ora, seu... - Ivy começou, mas antes que ele começar uma discussão, Hermione interveio, a voz afiada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Daylight ࿐ Harry Potter
FanficIvy Diggory é a irmã mais nova de Cedric Diggory, ela cresceu no mundo bruxo cercada de lendas, e o próprio Harry Potter não é exceção, o famoso garoto que sobreviveu. Embora Ivy tenha crescido à sombra de seu irmão, sua vida completa muda quando e...