━━━━━━ (𝑡ℎ𝑖𝑟𝑡𝑦-𝑓𝑜𝑢𝑟)

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A neve estava batendo contra as janelas geladas mais uma vez; dezembro havia chegado há alguns dias e o Natal estava se aproximando rapidamente. O castelo havia se transformado em um conto de fadas de encantamento invernal. No Grande Salão, Hagrid já havia entregue as doze árvores de Natal habituais. Grinaldas de azevinho e guirlandas haviam sido enroladas nas escadas. Armaduras brilhavam com um calor suave, as velas eternas cintilando suavemente dentro de seus capacetes. Nos corredores, ramos de visco pendiam de forma travessa, balançando como convites silenciosos.

Ivy não estava muito no clima de Natal este ano. Pela primeira vez, ela havia decidido ficar em Hogwarts durante as férias. Theo havia feito o mesmo, e embora não tivessem falado muito sobre isso, Ivy sabia o motivo. Seria o primeiro Natal dele sem o pai.

As últimas semanas haviam passado em uma calma surpreendente. Ron ainda estava inseparável de Lavender, e embora Ivy não tivesse encontrado o momento certo para conversar com a garota de verdade, ela estava fazendo o possível para estar ali para Hermione. Não precisava que Hermione dissesse em voz alta para ver a dor, a agonia escondida sob a superfície estoica e brava de sua amiga. Então Ivy ficou por perto, oferecendo apoio com um aperto de mão sempre que Lavender e Ron estavam por perto, um sorriso, ou um aperto na mão.

As coisas com Harry, porém, estavam... complicadas. Harry e Ivy haviam mantido as mãos afastadas um do outro desde o último beijo no corredor. Que eles fingiam que nunca havia acontecido. Mesmo assim, sempre que ele estava muito perto ou apenas com abraços, Ivy sentia um frio na barriga, flashes daquele beijo puxando as pontas de sua memória. Ela fazia o possível para manter distância, encontrando pequenas desculpas para evitar ficar sozinha com ele, frequentemente chamando Hermione ou outros para acompanhá-los, e isso funcionava na maior parte do tempo, os momentos a sós com ele haviam definitivamente diminuído.

Ainda assim, Harry era nada se não persistente. Ele parecia alheio ao seu plano, dispensando-o com aquele sorriso fácil e confiante. Quando ele insistia em passar tempo a sós, Ivy cedia contra seu melhor julgamento. Então, enquanto conseguiam manter a fachada, Ivy estava começando a perceber que afastá-lo como Alex havia recomendado estava se tornando mais difícil a cada dia — e seu coração não estava exatamente cooperando com seu plano.

Além disso, encontrar outros para se juntarem a eles estava se tornando igualmente complicado. A maioria de seus próprios amigos não tinha muito interesse em ficar perto de Harry, o que deixava Ivy com menos opções, e o horário de Hermione estava tão cheio que os dois só conseguiam conversar direito à noite.

E com Ron por perto, a sala comunal da Grifinória estava fora de questão. Hermione evitava-a como se fosse a peste quando ele estava lá, então Harry e Ivy geralmente se juntavam a ela na biblioteca, o que significava que suas conversas eram feitas em sussurros. Mas até mesmo a biblioteca tinha seus desafios. Os corredores dimdim e silenciosos onde todos se agachavam apenas amplificavam a luta de Ivy para manter seus pensamentos sob controle com cada troca de palavras sussurradas, cada toque acidental do braço de Harry contra o seu.

- Ele tem total liberdade para beijar quem quiser. - disse Hermione, enquanto a Madam Pince rondava as prateleiras atrás delas. - Eu realmente não me importo.

Ela levantou a pena e fez um ponto no 'i' com tanta força que perfurou o pergaminho.

Harry e Ivy se entreolharam, mas não disseram nada.

- Eu estava sob a impressão de que ele e eu iríamos juntos à festa de Natal do Slughorn? Sim. Claro, agora, dadas as circunstâncias, tive que fazer outros planos.

- Fez? - Harry perguntou.

- Sim. Por quê?

- Eu só pensei, sabe, já que nenhum de nós pode levar quem realmente gostaria... talvez pudéssemos ir juntos, como um trio.

Daylight ࿐ Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora