━━━━━━ (𝑡𝑤𝑒𝑛𝑡𝑦-𝑠𝑒𝑣𝑒𝑛)

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Ivy olhou para o relógio na mesa ao lado da cama e suspirou. Ela deveria ter encontrado Theo no Salão Principal dez minutos atrás, mas ainda estava em seu quarto. Tinha dormido mais do que devia e depois demorou mais do que o habitual para terminar a maquiagem. Era um novo ano escolar, e ela queria impressionar, sem contar com a pequena espinha que apareceu em seu queixo naquela manhã que ela teve tanto trabalho para esconder.

Ivy vestiu o uniforme, escolheu um par de meias grossas e um par novo de sapatos. Colocou a varinha no bolso e saiu para o corredor, fechando a porta do dormitório atrás de si.

Assim que entrou no Salão Principal, o grupo a avistou e acenou. Embora alguns fossem mais orgulhosos do que outros, sempre pareciam felizes em vê-la. Um sorriso surgiu em seu rosto enquanto ela se aproximava da mesa da Sonserina, acomodando-se no espaço entre Theo e Blaise.

– Olá, querida. Está atrasada. – A voz de Theo era baixa, provocativa. – Ficou presa admirando seu reflexo de novo?

– Ah, sentiu minha falta?

– Claro que senti. – Ele jogou um braço brincalhão sobre o ombro dela.

– Algum plano para hoje, rapazes? – Ivy perguntou, virando-se para o grupo.

– Na verdade, planejamos escapar para Hogsmeade depois do almoço. – Astoria disse. – Você vem?

– Não sei. Estou com a agenda cheia. – ela disse com um sorriso, olhando para um relógio imaginário para dar mais efeito. – Muitas coisas importantes para fazer, sabe?

– Ah, qual é. A gente adora sua companhia.

– Não é o mesmo sem você, sinceramente. Sentimos sua falta no jantar ontem à noite.

– Ah, é? – ela provocou. – E vocês sobreviveram sem mim?

– Você sabe que gostamos de você. – Theo brincou, passando uma mão pela cabeça dela e bagunçando seu cabelo. Ivy exclamou e empurrou a mão dele, rindo.

– Gostamos mesmo. – disse Blaise.

– Bom, está bem. – Ivy riu. – Vou ver o que posso fazer.

Naquele momento, Pansy, que ouvia tudo, bateu palmas animadamente.

– Sim! – ela gritou, levantando-se e correndo para a porta, deixando todos rindo com sua energia repentina.

– Juro, ela é um furacão. – Ivy disse, balançando a cabeça antes de se virar de novo para Theo e Blaise. – Mas acho que está decidido. Hogsmeade depois do almoço.

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Enquanto Ivy olhava ao redor da sala de aula, não pôde deixar de notar as mudanças que Snape havia feito. A sala antes iluminada estava agora escura, iluminada apenas pela luz bruxuleante de velas. Cortinas pesadas cobriam as janelas, lançando longas sombras pelas paredes. Novos retratos sombrios penduravam-se onde antes havia apenas pedras lisas.

– Não pedi para pegarem seus livros. – disse ele friamente, seu olhar percorrendo a turma, fazendo com que alguns alunos se mexessem desconfortavelmente. Snape fechou a porta com um leve estrondo, virando-se para encará-los, os olhos estreitos, como se desafiando qualquer um a desobedecer. – Quero falar com vocês, e quero a total atenção de todos.

Snape começou a andar pela borda da sala, falando agora em um tom mais baixo; a turma esticou o pescoço para não perdê-lo de vista.

– As Artes das Trevas – disse Snape. – São muitas, variadas, mutáveis e eternas. Lutá-las é como enfrentar um monstro de muitas cabeças que, cada vez que uma cabeça é cortada, surge outra mais feroz e astuta que a anterior. Vocês estão lutando contra algo que é indestrutível. Suas defesas – disse Snape, um pouco mais alto. – Devem ser igualmente flexíveis e inventivas como as artes que vocês tentam anular. Estas imagens... – ele indicou algumas enquanto passava – Dão uma boa representação do que acontece com aqueles que sofrem, por exemplo, a Maldição Cruciatus – ele acenou para uma bruxa que claramente gritava de agonia – Sentem o Beijo do Dementador – um bruxo encolhido e de olhos vidrados, jogado contra uma parede – Ou provocam a agressão de um Inferius – uma massa ensanguentada no chão.

Daylight ࿐ Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora