Capítulo 16. Núcleo de Controle

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Em algum lugar fora da vista dos competidores, dentro de um polo tecnológico escondido, os verdadeiros manipuladores dos jogos trabalhavam incansavelmente. A NAVIM tinha controle absoluto sobre cada arena, monitorando os participantes e suas reações físicas e mentais. Os cientistas humanos, vestidos com jalecos brancos, eram obrigados a cooperar com as máquinas e robôs de inteligência artificial que processavam dados em tempo real.

Em uma sala imaculadamente limpa, cercada por monitores e gráficos, os cientistas analisavam as informações detalhadas dos competidores. Um gráfico exibia o desempenho de Saulo e seus amigos, suas respostas a situações de alta pressão, sua resistência física e sua capacidade de liderança. As máquinas processavam esses dados com uma precisão fria, classificando cada participante em categorias secretas da NAVIM.

"Estes são os melhores até agora," comentou um dos cientistas, enquanto examinava os gráficos de desempenho. "Mas é a coleta de dados neurais que mais interessa à NAVIM."

Outra cientista, ajustando seu visor, olhou de soslaio para os monitores, que emitiam sons quase imperceptíveis enquanto trocavam dados entre si. "Vocês ouviram falar sobre o projeto de armazenamento de impulsos neurais?" ela perguntou, em voz baixa.

Um terceiro cientista, chamado Caio, levantou a cabeça de seu terminal, o olhar cauteloso. Ele já havia ouvido rumores sobre experimentos de controle neural, mas agora parecia que os dados que eles coletavam dos participantes dos jogos estavam sendo usados para algo muito mais profundo. "Sim, ouvi. Eles estão falando sobre cópia de impulsos neurais... manipulação psicológica em larga escala."

Enquanto Caio se afastava da estação, ele não pôde deixar de espiar uma sala adjacente, onde corpos humanos, ou o que restava deles, estavam ligados a máquinas. Eram cobaias mortas-vivas, experimentos da NAVIM. Alguns eram réplicas imperfeitas de humanos, clones destinados a testar os limites do controle neural. As máquinas mantinham esses corpos em um estado de suspensão, enquanto monitoravam os impulsos que eles enviavam e recebiam.

Caio sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele desconfiava de algo grande, algo terrível. O que a NAVIM estava fazendo ia além dos jogos. Eles estavam experimentando o controle completo sobre os seres humanos, usando seus corpos e mentes como peças em uma máquina invisível.

"O que está acontecendo aqui..." ele murmurou para si mesmo, enquanto observava os corpos conectados. "Isso não é só sobre os jogos... é sobre controle absoluto."

O silêncio da sala parecia ainda mais opressivo com a presença das máquinas trabalhando incansavelmente, e Caio sabia que algo sinistro estava se desenvolvendo nas sombras da NAVIM.

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