Pablo Marçal e Tabata Amaral eram políticos rivais na corrida pela prefeitura da maior capital da América do Sul, São Paulo.
Por mais que publicamente eles estivessem com papéis rivais, na área pessoal eles tinham outra dinâmica.
Ao fim da folha, havia uma linha para assinatura com outros nomes escritos ao lado: “Carlos Alberto Rolim Zarattini, Arthur César Pereira de Lira, Marina Helena Cunha Pereira Santos, etc.” Pablo puxou a terceira página novamente, vendo o número, e virou-a novamente para trás, vendo os nomes escritos. Ele teve uma ideia do que aqueles documentos eram. Pablo pegou seu celular e tirou uma foto de cada folha daquele documento.
NO PRIMEIRO ANDAR DO PRÉDIO ONDE FICAVA O ESTÚDIO
João e Tabata estavam em uma sala onde apresentadores, convidados e pessoas que apareciam em programas ficavam enquanto esperavam seu momento para ir até o andar onde aconteceriam as gravações de seus programas. A sala era grande, no formato de um quadrado e separada em quatro espaços em formatos de quadrados também que criavam um corredor no formato de x. Um desses quatro espaços tinha várias mesas quadradas, cobertas por panos bracos, com quatro cadeiras, uma de cada lado da mesa. Tabata e João estavam em meio ao espaço em pé ao lado de uma mesa, sorrindo enquanto conversavam com um casal, um homem e uma mulher mais velhos, com dois garotos pequenos ocupando as outras duas cadeiras que havia os chamando para os parabenizar pelo noivado enquanto eles passavam pelo local indo embora. Enquanto eles conversavam, o secretário de Tabata, Gabriel, chegou ao lado do casal. João viu Gabriel e estendeu sua mão para cumprimentá-lo com um sorriso. Gabriel retribuiu o aperto de mão e o sorriso. Após cumprimentar João, Gabriel levou sua atenção para Tabata, perguntando-a:
GABRIEL: Tabata, onde tá aquela pasta que eu te entreguei mais cedo ?
Tabata se lembrou de ter deixado a pasta em cima da mesa de seu camarim e se lembrou de que Pablo estava lá. Ela fechou seus olhos e levou sua cabeça para trás, voltou sua cabeça para frente, abriu seus olhos e falou para Gabriel:
TABATA: Eu esqueci no camarim. Eu vou lá buscar [...] - Tabata foi interrompida por João.
JOÃO: Não, pode ficar aí que eu vou lá buscar amor. - João deu um beijo na bochecha de Tabata e saiu andando.
TABATA: Joã [...] - Tabata tentou andar para ir atrás de João, assustada com a ideia dele encontrar Pablo em seu camarim, mas a senhora do casal a impediu, segurando sua mão para ver sua aliança.
??? 1: Olha só, que linda. Seu marido tem ótimo gosto. Que linda sua aliança, querida ! - Exclamou a senhora enquanto olhava para a aliança no dedo de Tabata.
Tabata olhou para trás procurando João, que já não se encontrava mais em meio as várias pessoas. Ela entendeu que mesmo que fosse atrás dele, agora não conseguiria alcançá-lo e se virou para a senhora, sorrindo, agradecida pelo elogio.
João saiu pela porta da grande sala, entrando em um corredor. Ele andou para a sua esquerda até o fim da parede da sala onde havia portas de um elevador. João bateu o número do primeiro andar, ele esperou e as portas para o elevador se abriram. O elevador estava vazio, João entrou no elevador. Ele se olhou no espelho e começou a passar a mão em seu cabelo enquanto se olhava. Pablo, no camarim, tirou foto de todas as páginas. O elevador chegou ao andar do estúdio e João saiu andando pelo meio de um corredor em T para a área onde aconteciam as gravações do debate. Pablo desdobrou os papéis e os guardou novamente na pasta branca, fechando-a com os elásticos. João chegou à área onde aconteciam os debates e passou pela área do palco, indo em direção ao corredor que levava aos camarins. Pablo jogou a pasta de volta na mesa do camarim e foi até a porta, pegando a chave e destrancando-a, João enteou no corredor que ia em direção aos camarins. Pablo abriu a porta e saiu deixando as chaves na parte de dentro dela. João passou pela entrada à esquerda que dava para salas de reunião e continuou em direção aos camarins. Pablo, ao sair do camarim, viu que na área à frente do camarim, onde pessoas comiam e conversavam mais cedo, ficaram alguns pacotes de salgadinhos e refrigerante e andou entrando na área, se sentando em um dos sofás enquanto abria uma lata de refrigerante. João entrou na área onde focavam os camarins e os sofás e mesas à frente deles. João viu um homem sentando de lado para si, de costas para os camarins, em um dos sofás comendo salgadinhos enquanto bebia refrigerante sozinho. Ele reconheceu ser Pablo e não deu muita atenção, ele foi até o camarim de Tabata entrando pela porta. Pablo olhou para trás, vendo João entrar pela porta, ele olhou de volta para seu saco de salgadinhos, pegou alguns e antes de colocá-los em sua boca deu um sorriso e falou.
PABLO: Hum, loirinho corno.
João foi até a mesa do camarim e pegou a pasta. Ele saiu do camarim e fez todo o caminho de volta para a sala de espera. João passou pelo corredor, passou pelo palco da área de debates, passou pelo corredor em T, entrou no elevador e apertou o número do primeiro andar e, quando as portas do elevador se abriram ele fez uma expressão surpresa ao ver Tabata ali o esperando encostada na parede contrária as portas do elevador com seus braços cruzados e cabeça baixa olhando para o chão.
JOÃO: Amor ! - João saiu do elevador com um sorriso ao ver Tabata e andou até ela. Ele percebeu sua expressão cabisbaixa e a perguntou: - O que foi ? - Tabata levantou sua cabeça, olhando com um olhar triste para João. João colocou a pasta branca entre seu peitoral e os bíceps de um de seus braços e levou suas duas mãos aos lados do rosto de Tabata. - Tabata o quê que aconteceu ?
Tabata descruzou seus braços e os levou aos antebraços de João, confusa.
TABATA: Você foi até o camarim ?
JOÃO: Fui. - Tabata ficou mais confusa.
TABATA: E encontrou o quê lá ?
JOÃO: A pasta, ué. Tinha mais alguma coisa pra eu ter encontrado lá ? - João falou sorrindo. Tabata entendeu, Pablo havia saído antes de João chegar lá.
TABATA: Não, nada. - Tabata falou, abaixando sua cabeça, tentando se recompor.
JOÃO: Por que você tá assim ? Aconteceu alguma coisa ? - Tabata levantou sua cabeça, olhou para João e falou:
TABATA: Não, eu só tô muito cansada. Quero chegar em casa logo e dormir.
João trouxe a cabeça de Tabata para perto de si e beijou sua testa.
JOÃO: Beleza, amor. Vamos embora…
CONTINUA >>>
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