Pablo Marçal e Tabata Amaral eram políticos rivais na corrida pela prefeitura da maior capital da América do Sul, São Paulo.
Por mais que publicamente eles estivessem com papéis rivais, na área pessoal eles tinham outra dinâmica.
Era de manhã, Tabata estava deitada virada para o lado de fora de sua cama. Ela estava descabelada, com três marcas roxeadas em seu pescoço, duas de um lado e uma do outro, e estava coberta até o busto por um lançou branco. Ela abriu seus olhos ao acordar e uma sensação boa invadiu seu corpo, fazendo um sorriso se formar em seu rosto. Tabata olhou para a parede vendo os raios de luz dourada do sol que entravam pelas frestas de suas cortinas. Tabata passou a mão de sua testa para sua nuca, levando seus cabelos negros para trás. Tabata se apoiou em um de seus braços e ergueu seu corpo segurando o lençol que tampava seu busto com o outro. Ela virou seu roto olhando para trás, vendo do outro lado da cama seu noivo, João Campos, com seu corpo aberto sobre a cama. Ele ocupava quase todo o espaço de baixo a cima por ser alto e o lençol branco cobria até sua cintura. Tabata via pela pouca luz do quarto que criava um sombreado pelo corpo de João, seus braços, peitoral, dorso, braços, e não conseguia deixar de sentir algo dentro de si ao se lembrar da noite anterior. João abriu seus olhos olhando para Tabata, ele estava com expressão de sono e a luz deixou seus olhos azuis ainda mais lindos do que Tabata já achava. Ele levantou seu braço o passando por trás do corpo de Tabata colocando-o abaixo de seu travesseiro, Tabata se deitou sobre o grande braço de João que fechou trazendo-a para cima de si, Tabata girou e ficou virada para João. João virou seu rosto para cima novamente fechando seus olhos, os dois abriram o sorriso e voltaram a dormir.
NA CASA DE PABLO
Pablo estava em seu quintal. Ele estava em uma area de churrasco onde havia uma bancada com uma geladeira, a armários acoplados a parede, ele estava sentado em um banco que ficava a frente da bancada ao redor de uma grande mesa de madeira maciça em uma área de churrasco ao lado de um uma area de grama seguida por uma piscina a sua frente. Na mesa, Tiago tinha uma pizza de calabresa fria pela metade que ele havia comprado no dia anterior quando ele chegou em casa e uma jara de suco de Uva com um copo pela metade em sua mão. Pablo estava com uma camisa preta, shorts azul e óculos escuros. Pablo pegou um pedaço da pizza e deu uma mordida. Ele ouviu passos vindo de dentro de sua casa em direção à porta que dava para a área de churrasco. Ele ouviu os passos chegarem a seu lado, mas não se importou, ele já esperava quem estava ali.
TIAGO: Pablo ??! - Tiago estava a seu lado. Ele estava com uma camisa vermelha, shorts preto e tênis. - Eu to aqui.
PABLO: ... - Pablo continuou mastigando o pedaço de pizza sem olhar para Tiago, ele o engoliu e bebeu um pouco de suco.
Tiago colocou uma mão no ombro de Pablo.
TIAGO: Eu vi a foto. - Pablo soltou o copo sobre a mesa, juntou suas mãos a frente de seu rosto e balançou a cabeça de cima para baixo em positivo. - Você quer conversar sobre isso ? - Pablo continuou em silêncio.
Tiago se sentou ao lado de Pablo, mas de costas para a mesa. Os dois estava lado a lado, Tiago olhou para Pablo que continuava a olhar para frente com suas mãos unidas.
PABLO: Eu não tô bem. - Falou Pablo com sua voz rouca.
TIAGO: Eu imaginei que você ia se incomodar com aquilo, mas não achei que você ia ficar assim. - Tiago olhou para a parte de trás da área de churrasco vendo a geladeira, ele se levantou e foi até a geladeira, abriu sua porta e pegou uma garrafa de cerveja, Tiago pegou um abridor de tampas que estava na bancada e arrancou a tampa dela. Ele retornou para a mesa, agora se sentando ao lado de Pablo de frente para a mesa. Tiago abraçou Pablo de lado com seu braço livre, ele tomou um gole da cerveja. Tiago olhou para o lado vendo olheiras ao ver o lado de um dos olhos de Pablo, ele olhou para frente vendo o lindo quintal com grama verde e piscina de água azul que refletia a luz na parede com a sombra das pequenas ondas que o vento produzia, mesmo vendo o local lindo ele sentia um clima ruim. Tiago tomou mais um gole de cerveja e sem saber o que dizer, ele levou a garrafa a frente do rosto de Pablo o oferecendo. Pablo olhou para cerveja, separou suas mãos e emourou a cerveja com uma delas, ele colocou os dois antebraços um a frente do outro na mesa e deitou sua cabeça sobre eles.
TIAGO: Eu percebe já tem um tempo que você não tava mais bebendo cerveja igual antes. Porque você parou ?
Pablo ficou em silêncio por alguns segundos e então com sua voz rouca respondeu:
PABLO: Meu pai era um bêbado. - Pablo se lembrou de uma madrugada de sua adolescência quando ele acordou com barulhos de tapas, ele se levantou de sua cama e saiu de seu quarto andando pelo corredor vendo sua mãe no chão com seu pai em cima dela enquanto segurava seus braco com uma mão e dava tapas em seu rosto com o outro. - Ele fez a maior parte da minha vida um inferno por causa disso... No fim eu fiquei igual a ele... E quando eu percebe isso eu resolve parar.
TIAGO: Mas você ainda bebe outras bebidas com álcool. E ai ?
PABLO: O problema é só a cerveja. - Tiago tomou outro gole de sua cerveja.
TIAGO: Entendi. - Tiago respirou pesado sem ter certeza de como poderia ajudar seu amigo. - Como você ta se sentindo ?
PABLO: Mal.
TIAGO: Mal como ?
PABLO: Como se eu tivesse bebido veneno e tivesse morrendo de dentro pra fora.
TIAGO: E por que você tá se sentindo assim ?
Pablo levantou seu cabelo de seus braços e virou seu rosto olhando para Tiago.
PABLO: Você sabe por quê. - Tiago olhou para Pablo.
TIAGO: Eu acho que sei, mas você não me falou ainda. - Pablo olhava para Tiago em silêncio e Tiago desviou seu olhar para frente tomando mais um gole de cerveja. - Se você não falar do que tá sentindo, você vai morrer afogado nos seus sentimentos.
PABLO: Antes eu tava me sentindo triste, mas agora eu to sentindo uma dor absurda no meu peito, nas minhas costas, nas minhas pernas, na minha cabeça, em tudo. Tudo dói em mim, dentro da minha cabeça e fora dela.
TIAGO: E porquê que ta doendo tanto ?
Pablo olhou para frente e levou suas mãos até seu rosto retirando seu óculos jogando-o na mesa, o óculos caiu do outro lado no chão, Pablo levou suas mãos até seu rosto tampando seus olhos, ele não conseguiu mais segurar o que sentia e entoa começou a chorar, Tiago conseguia ver várias lagrimas que passavam pelas mãos de Pablo o short azul de Pablo ficou com vários pontos em azul-escuro pelas várias lagrimas que caiam do rosto de Pablo. Pablo chorava sem controle soluçando. Ele chorava com tanto descontrole que chegava a se engasgar. Pablo tentava falar algo, mas não conseguia por se engasgar entre suas palavras e seu choro.
CONTINUA >>>
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