MEDIADOR: Quem vai responder é José Luiz Datena. Candidato Marçal, trinta segundos para sua pergunta, por favor. - O câmera cortou para Pablo. Pablo respirou fundo antes de começar a falar.
PABLO: Datena ou Dapena é... Cê falou em uma entrevista que cê arrependeu que cê entrou numa eleição errada. Eu acho que cê tava feliz por ser o único fora da política e eu tive que entrar aqui pra tira esse consórcio comunista do Brasil do qual você faz parte. A gente quer saber que horas que cê vai parar ?! Já abandonou entrevista chorando. Você que é um cara que só fala quando tem uma televisãozinha escrevendo ali, que horas que o Datena vai parar com essa palhaçada que ele tá fazendo aqui ? - O câmera cortou para o mediador.
MEDIADOR: Candidato Datena, um minuto para sua resposta. - O câmera cortou para o candidato Datena.
DATENA: Primeiro, o PCC Marçal vou lhe dizer uma coisa. A acusação que você fez sobre mim, eu já repito, não foi investida porque não havia provas, foi arquivada pelo ministério público, chegou a provocar a morte da minha sogra por calúnia e difamação depois de três AVCs. Você, quando não tem conhecimento sobre daquilo que você fala, e acusa do jeito que você acusa, eu não. Todos nós estamos falando aqui de uma condenação sua, em trânsito julgado, que cê foi condenado, um bandidinho, ladrãozinho de dados de internet, você foi condenado, eu não fui. Isso me custou muito pra minha família, mas eu não deixei um minuto de trabalhar enquanto me defendia no foro adequado que é a justiça. E o que você fez comigo hoje foi terrível. Espero que Deus lhe perdoe. Cê me pediu perdão, anti-ontem, eu te perdoei, agora eu não perdoo mais. - O câmera cortou para o mediador.
MEDIADOR: Candidato Marçal, trinta segundos pra sua réplica. - O câmera cortou para o Pablo.
PABLO: O Datena não sabe nem o quê que ele fala aqui. Eles todos têm marketeiros e gastam milhões. Ele fica inventando conversa todas às vezes, mas é o... O Brasil quer saber, São Paulo quer saber que hora que cê vai parar. Cê não respondeu à pergunta. A gente quer saber, que você é um arregão. Cê atravessou o debate esses dias pra me dar um tapa, e falou que cê queria ter feito. Cê não é homem nem pra fazer isso, cê não é homem...
MEDIADOR: Não, Datena, não, não. - Disse o mediador.
O olhar de Pablo se voltou da câmera para seu lado, onde Datena se encontrava a alguns metros de distância, separados por uma candidata entre eles. Datena andou em direção a Pablo com um olhar furioso que só um homem cansado e raivoso com as injustiças de uma dura vida podia expressar. Ele pegou a cadeira da canditada que ficava entre o palanque dele e de Pablo. - Olha - Datena falou antes de levantar a cadeira - Vai. - Falou Pablo, assumindo uma postura de peito aberto, como se acreditasse que aquilo não iria o machucar. Datena jogou a cadeira em direção a Pablo, que ergueu seus braços para se defender.
DATENA: Seu filho da puta. - Disse Datena cheio de raiva. O câmera cortou para o mediador.
MEDIADOR: Não, não. - Gritou o mediador incrédulo com a cena presenciada. Seguindo seu instinto para separar a briga, ele foi descer para ir em direção aos canditados, mas antes voltou e olhando com um olhar desesperado para a câmera, disse. - Passa os comerciais, por favor. - Então ele saiu em direção à briga junto de outras pessoas da equipe técnica e seguranças... A animação de transição começou interrompendo a transmissão.
JÁ AO FIM DO DEBATE
[...] A câmera cortou para um plano aberto onde apareciam todos os palanques dos candidatos sem a presença de Datena e Pablo, que foram convidados a se retirar graças ao incidente de mais cedo, a câmera cortou para uma repórter de outro setor. - E assim chegou ao fim o debate de hoje[...]
Os outros candidatos começaram a se cumprimentar e puxar assunto uns com os outros. Tabata por sua vez, deu as costas e saiu andando em direção ao corredor que saía do palco e levava aos camarins. Ela andava com uma expressão séria e preocupada dentro do corredor, onde só os passos de seu salto podiam ser ouvidos. Seu olhar estava perdido, mirando o chão do estúdio sem foco certo. Ela estava apreensiva. - "O que foi aquilo ?" "Será que o Pablo está bem ?" - Foram alguns dos pensamentos que passaram pela mente de Tabata. Ela chegou na área dos camarins, seu camarim é o último. Tabata passava em frente aos camarins dos outros candidatos sem dar a mínima atenção, sua mente estava um caos, pensando em como ela poderia usar aquela situação para se engajar politicamente. Ao passar na frente do penúltimo camarim antes de chegar ao seu, um braço saiu do quarto, a segurando pelo ombro e a puxou bruscamente para dentro do camarim escuro, a segurando por trás, travando seus braços.
TABATA: Me larga, me larga, me[...] - Gritou Tabata se debatendo e tentando se soltar, até que sua boca foi tampada por uma mão. O coração de Tabata estava a mil e sua respiração estava pesada e profunda. E exatamente por sua respiração estar assim, ela logo se acalmou ao reconhecer o perfume de seu sequestrador.
CONTINUA >>>
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Lisa: Uma fanfic sobre Pablo Marçal e Tabata Amaral
RomancePablo Marçal e Tabata Amaral eram políticos rivais na corrida pela prefeitura da maior capital da América do Sul, São Paulo. Por mais que publicamente eles estivessem com papéis rivais, na área pessoal eles tinham outra dinâmica.