Tabata andou até as portas de vidro do prédio saindo dele e indo em direção a seu carro onde Gabriel a esperava do lado de fora.
GABRIEL: Boa noite, Tabata.
TABATA: Boa noite, Gabriel.
Gabriel abriu a porta de trás do carro e Tabata entrou, ele andou até outro lado do carro e também entrou e o carro saiu indo para o penúltimo debate pela prefeitura de São Paulo…
EM MEIO AO DEBATE
TABATA: O candidato que tá ao meu lado foi condenado por formação de quadrilha no esquema de fraudes bancárias, ele também é investigado pela polícia federal por falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. E nós soubemos nessa semana que o maior aliado que ele tem que é o presidente do partido dele confessou, falou no áudio que é ligado ao PCC. Então minha pergunta é muito simples, você pretende usar a sua experiência no mundo do crime pra cuidar de São Paulo, irá fazer política pública e insegurança ?
PABLO: A primeira coisa é que cê ta me confundindo com a sua heroína chamada Dilma Rousseff que entrou na casa inclusive do avô do dono dessa televisão e roubou três ponto cinco milhões. Ele era prefeito e governador também. Sobre essa condenação aí não há condenação, se tiver eu deixo aqui essa, essa disputa agora imediatamente tá bom, isso, isso que você falou sobre mim, você tem um herói chamado Luiz Inácio Lula da Silva que foi condenado em... Com nove juízes em três instâncias, quinhentos e oitenta dias de cadeia e você vive babando ovo pra ele.
TABATA: ... Eu falei de várias propostas importantes, de várias questões da cidade que a cidade de São Paulo enfrenta há vários e vários anos, e eu não ouvi nenhuma proposta do Pablo.
PABLO: Quer proposta de governo ?! Vai no site da TRE que tá tudo lá. O que a, Cha, a Chatabata ta falando é informação pública e eu não tô aqui pra repetir informação que todo mundo tem acesso e já sabe.
APÓS O DEBATE
Tabata e seu secretário Gabriel andavam juntos pelos corredores ao fundo do estúdio onde aconteceu o debate, o mesmo estúdio onde vários outros debates já haviam acontecido. Gabriel carregava uma pasta azul-claro cheia de papéis enquanto conversava com Tabata. Ao meio do corredor havia um caminho para o lado esquerdo, Gabriel ergueu a pasta azul à frente de Tabata.
GABRIEL: Aqui Tabata, leva junto de você pro seu camarim, eu vou ter que resolver algumas coisas em uma reunião agora.
TABATA: Beleza, Gabriel. Quando eu for embora eu te mando mensagem avisando.
Tabata continuou a andar em direção aos camarins, ela ouviu vozes vindos da área à frente dos camarins. Tabata se sentiu nervosa e diminuiu o passo, ela prestou atenção nas vozes procurando reconhecer a de Pablo em meio a elas. Tabata parou na entrada para o local, ela estava excitante, Tabata então se assustou ao sentir uma mão em seu ombro. Ela virou seu rosto ansiosa e viu Boulos.
BOULOS: Boa noite.
Boulos sorriu para Tabata e passou por seu lado entrando na área. Tabata respirou fundo e entrou na área vendo várias pessoas, alguns políticos, seus secretários, assessores e várias pessoas da produção do programa. Ao verem Tabata na entrada do local, algumas pessoas sorriram para ela e a cumprimentaram de longe. Tabata andou, mas resolveu não parar para conversar com ninguém, ela andou indo em direção a seu camarim que era o mesmo de sempre, o último, depois do de Pablo. Tabata olhou em direção às duas últimas portas, ela se sentia tensa. Ao passar pela penúltima porta, Tabata olhou-a pelo canto do olho, então ela chegou a frente da sua, colocou a mão na maçaneta da e a abriu. Dessa vez seu camarim estava sem surpresas, João não estava lá. Já conhecendo o local, Tabata levou a mão ao interruptor na parede ao lado da porta, ela o apertou ligando a luz vendo a cadeira e mesa abaixo da grande janela de vidro e parte do sofá que ficava encostado na parede a seu lado. Ao entrar no camarim e se virar para fechar a porta, Tabata percebeu uma figura alta e escura grudada à parede escondida atrás da porta. Ela deu um grito assustada ao ver a figura que percebeu ser Pablo. Uma mulher da produção do programa que estava perto da porta, ao ouvir o grito de Tabata chegou até a porta do camarim de Tabata e perguntou:
???: Tabata, tudo bem ai ? Precisa de ajuda ?
Tabata olhou para a mulher com uma expressão assustada e ansiosa, ela respondeu:
TABATA: Sim, sim. - Tabata pensou em uma desculpa. - Foi só uma barata... - A mulher foi falar algo, mas Tabata a interrompeu. - Mas não se preocupa, eu mato ela. - Falou Tabata chegando perto da porta, segurando sua maçaneta e empurrando-a com calma antes que a mulher pudesse dizer algo a mais. Tabata levou a outra mão a chave e a girou trancando a porta. Tabata olhou para o lado vendo Pablo que a olhava segurando sua risada. Tabata estava incrédula com aquilo. Pablo começou a rir segurando o som para que não chamasse a atenção de ninguém. Ele saiu de perto da parede e andou até o sofá se sentando enquanto ria e olhava para Tabata. Tabata andou até a frente de Pablo que a olhava rindo e falou sussurrando:
TABATA: Você é doido ? - Tabata ergueu suas duas mãos juntando as pontas de seus dedos. - O que você tem na sua cabeça, Pablo.
Pablo levou suas duas mãos a seu rosto, tampando-o enquanto continuava rindo. Ele abriu seus dedos vendo Tabata por entre eles como quem brincava com uma criança, ela o olhava ainda com a mesma expressão incrédula. Pablo retirou as mãos de seu rosto rindo uma última vez antes de se forçar a parar, ficando somente com uma expressão alegre no rosto.
PABLO: Oi, Tabata. - Falou Pablo em um tom normal de voz. Tabata se desesperou e pulou em direção a Pablo com suas duas mãos em direção a boca dele a tampando, Tabata caiu em direção a Pablo que a segurou por sua cintura. Pablo arregalou os olhos pelo susto e logo depois voltou a rir de novo segurando o som. Pablo soltou a cintura de Tabata que agora já se apoiava em seus próprios pés e levou suas duas mãos aos pulso de Tabata os segurando sem os apertar, retirando-os da frente de sua boca. Ele falou agora sussurrando enquanto os segurava: - Foi mal.
TABATA: Qual seu problema, você é doido ?
PABLO: Ah, é igual à gente conversou no mercado, é meu jeitinho estranho. - Pablo sorriu olhando para Tabata. Ele percebeu que a tensão de Tabata não diminuía e falou novamente aos sussurros. - Se acalma, Tabata. Tá tudo bem. - Pablo puxou Tabata pelos pulsos devagar em direção a seu lado no sofá. Tabata se deixou ser levada e se sentou ao lado de Pablo. Pablo soltou os pulsos de Tabata. Pablo repousou seu braço esquerdo no ombro do sofá e o outro em sua perna, e Tabata repousou suas mãos sobre suas pernas. Os dois se olhavam. Os dois se estranhavam. Pablo perdeu seu sorriso e agora estava confuso. - O que foi Tabata ?
CONTINUA >>>
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Lisa: Uma fanfic sobre Pablo Marçal e Tabata Amaral
RomancePablo Marçal e Tabata Amaral eram políticos rivais na corrida pela prefeitura da maior capital da América do Sul, São Paulo. Por mais que publicamente eles estivessem com papéis rivais, na área pessoal eles tinham outra dinâmica.