PABLO: Ah, é igual à gente, conversou no mercado, é meu jeitinho estranho. - Pablo sorriu, olhando para Tabata. Ele percebeu que a tensão de Tabata não diminuía e falou novamente aos sussurros. - Se acalma, Tabata. Tá tudo bem. - Pablo puxou Tabata pelos pulsos devagar em direção ao seu lado no sofá. Tabata se deixou ser levada e se sentou ao lado de Pablo. Pablo soltou os pulsos de Tabata. Pablo repousou seu braço esquerdo no ombro do sofá e o outro em sua perna, e Tabata repousou suas mãos sobre suas pernas. Os dois se olhavam. Os dois se estranhavam. Pablo perdeu seu sorriso e agora estava confuso. - O que foi Tabata ?
Os dois se olhavam sentados lado a lado, com seus rostos virados um em direção ao outro, se olhando. A expressão incrédula de Tabata continuava lá, mesmo sem estar boquiaberta. Pablo reconhecia essa expressão em seus olhos. Ele fez um sorriso tímido, esperando Tabata falar algo.
TABATA: Pablo, eu… - Tabata se interrompeu sem encontrar palavras para expressar o que sentia. Tabata desviou seu olhar para frente, abaixou a cabeça, apoiou seus cotovelos em suas pernas e levou suas duas mãos à sua cabeça, às passando pela frente de seu cabelo até a parte de trás, as juntando à frente de si. Ela olhou para Pablo e perguntou: - Pablo, o que você tá fazendo aqui ? - Pablo percebeu que o clima não estava descontraído como ele achou que estaria e agora, com um olhar de quem sentia que estava incomodando um outro alguém, ele falou:
PABLO: Eu vim aqui ver você. - Tabata com uma expressão confusa, perguntou:
TABATA: Você veio me ver ? - Pablo engoliu seco e respondeu:
PABLO: Sim. - Os dois se olhavam.
TABATA: Me ver ? - Pablo apertou sua perna com sua mão repousada sobre ela, ele começou a se sentir mal por estar ali e respondeu:
PABLO: Eu já disse que sim. - Tabata separou suas mãos, esfregou seu rosto desconfortável e colocou suas mãos sobre o antebraço de Pablo, que estava escorado sobre sua perna.
TABATA: Pra quê ? - Pablo agora se sentia tão mal que segurava suas emoções para que ele não ficasse com os olhos marejados. Junto de suas emoções, ele também segurou sua voz. Ele falou em tom baixo.
PABLO: Pra nada. - Pablo sentia como se tivesse um nó na garganta.
TABATA: Então porquê você veio aqui ? - Os olhos de Pablo ficaram marejados.
PABLO: Porque eu senti sua falta.
TABATA: Você sentiu minha falta ? - Pablo puxou seu braço um pouco para trás e colocou sua mão por cima de uma das mãos de Tabata. Ele não conseguiu segurar mais seus sentimentos e deixou algumas lágrimas caírem. Tabata ficou com uma expressão triste. - Ah, não. Pablo, você [...] - Pablo a interrompeu.
PABLO: Não tem um dia que eu não sinto falta de você.
Tabata balançou sua cabeça em negativo.
TABATA: Falta de quê ?
Pablo e Tabata se olhavam com seus olhares tristes sem falar nada. Tabata se levantou, tirando sua mão do toque de Pablo. Ela andou até a frente da mesa que ficava abaixo da grande janela de vidro, ficando ao lado da cadeira, olhando para o lado de fora. Ela via parte de um prédio à frente do estúdio, o céu estrelado e os prédios baixos com luzes acesas. Ela se virou, se escorando na mesa e olhando para Pablo, que continuava sentado no sofá, a olhando, falou em um tom calmo e receoso:
TABATA: Olha, Pablo, eu acho muito legal que você gostou das vezes que nós ficamos, mas aquilo foram só momentos. Eu não tô namorando mais com o João, eu sou noiva dele agora. E o que aconteceu entre nós não vai acontecer mais.
Pablo e Tabata se olhavam, os dois em silêncio. Pablo desviou seu olhar dos olhos de Tabata para sua aliança, Pablo apertou sua perna incomodado. Tabata percebeu e cruzou seus braços tampando sua aliança. Pablo olhou de volta para os olhos de Tabata.
PABLO: Tabata... Eu sinto que você não tem uma noção real do que você quer.
TABATA: Oi ? - Falou Tabata com uma expressão entre raiva e confusão.
PABLO: Anm, eu não quis dizer isso, o que eu quis dizer é que... Eu sei que você também sente algo a mais por mim. A gente já ficou várias vezes [...]
TABATA: Algumas vezes.
PABLO: E faz diferença ? ... - Pablo olhou para Tabata procurando uma resposta. - Olha ... - Pablo levou suas duas mãos e seu rosto, ele as levou ao sofá se apoiando para se levantar, ele se levantou e andou até a frente de Tabata. - Eu não sei o que você sente, eu só sei o que eu sinto, e eu sinto tanta coisa. - Pablo levantou suas mãos e as levou até aos braços de Tabata os segurando. - Eu vi quando ele postou aquela foto. Sabe o que eu fiz depois daquilo? Eu fui pra minha casa e chorei até dormir. - Pablo derramava algumas lágrimas enquanto falava aquilo. Tabata o olhava com um olhar confuso e triste. - Eu acordei de novo, comi pizza e chorei de novo até dormir. Eu não sei direito o que eu to sentindo, mas eu sei que eu quero você... - Eles ficaram se olhando em silêncio por um momento. - Por favor, se você for se casar com ele, pelo menos continua ficando comigo. Por favor, eu quero tanto você.
CONTINUA >>>
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Lisa: Uma fanfic sobre Pablo Marçal e Tabata Amaral
RomancePablo Marçal e Tabata Amaral eram políticos rivais na corrida pela prefeitura da maior capital da América do Sul, São Paulo. Por mais que publicamente eles estivessem com papéis rivais, na área pessoal eles tinham outra dinâmica.