Pablo soltou os braços de Tabata e, com calma, levou suas mãos de volta ao rosto dela. Ele passeou com seus olhos por todo o rosto de Tabata, chegou perto novamente e a beijou, mas dessa vez foi diferente. Ele afastou seus lábios só por um segundo e voltou a beijá-la novamente dando alguns selinhos, colocou seus lábios uns entre os outros. Se afastou por mais um momento e foi beijá-la de novo, agora colocando sua língua, então eles ouviram a maçaneta da porta girar repentinamente…
Ao ouvir a maçaneta girar e ver uma fresta de luz passar pela porta sendo aberta, Pablo rapidamente esticou seu braço e empurrou a porta, fechando-a com força, causando um alto barulho. As pessoas que conversavam e davam risadas do lado de fora do camarim ficaram em silêncio após o barulho. Pablo desviou seu olhar da porta para Tabata que estava com um olhar assutado com medo em seus olhos. Pablo olhou para o chão sentido que o clima foi quebrado e falou:
PABLO: Quem é ?
???: Ann, Pablo. Tudo bem aí ??! - Falou uma voz masculina do lado de fora, quebrando o silêncio total que havia se instaurado.
PABLO: Quem é ? Nahuel, é você ?!
NAHUEL: Sim, tô precisando falar com você. - Pablo virou seu rosto para a porta e respondeu Nahuel.
PABLO: Volta outra hora ! - Falou Pablo em alto som, quase gritando.
NAHUEL: É importante. - Nahuel girou a maçaneta e empurrou a porta novamente. Pablo ficou bravo e então dessa vez gritou com Nahuel:
PABLO: Volta outra hora, Nahuel. - Nahuel e as outras pessoas que estavam do lado de fora ficaram em silêncio sem entender aquela situação. Nahuel falou:
NAHUEL: Então tá bom, eu... Eu volto outra hora.
Pablo ouviu os passo de Nahuel indo embora em meio ao silêncio, ele voltou seu olhar da porta para Tabata que olhava para ele ainda assustada. Os dois ficaram se encarando envergonhados sem falar nada por alguns momentos. Aos poucos as conversas do lado de fora do camarim voltaram. Pablo e Tabata estavam sem jeito. Pablo percebeu que o som do lado de fora do camarim voltou ao normal e então tomou coragem para falar algo.
PABLO: Eu... - Sua garganta estava seca, ele respirou e continuou. - Eu sinto muito por isso, Tabata.
Tabata que olhava para Pablo, respondeu em baixo tom desviando seu olhar envergonhado para o chão.
TABATA: Tudo bem.
O clima continuava estranho e depois desse breve diálogo eles retornaram ao silêncio.
TABATA: Meu deus... - Falou Tabata em tom pesada quase como um desabafo, levando suas mãos a seu rosto tampando-o.
PABLO: Ta tudo bem, ninguém viu a gente juntos. - Falou Pablo levando uma mão em direção as mãos de Tabata. Tabata saiu da frente de Pablo andando para o lado em direção contrária a porta. No fundo do camarim havia um sofá vermelho embaixo de uma grande janela de vidro de onde se tinha uma visão dos prédios e do céu estrelado. Tabata escorou sua mão esquerda no sofá, se sentou e levou sua outra mão a testa.
TABATA: O que eu tô fazendo com a minha vida ?! - Se perguntou Tabata olhando para o teto se segurando para não chorar. Ela estava exausta.
Pablo pegou uma garrafa de água da mesa atrás dele e andou em direção ao sofá, ele ficou em frente a Tabata a olhando, ela continuou olhando o teto fixamente. Pablo se sentou ao seu lado, ele abriu a garrafa e colocou a tampa no braço do sofá.
PABLO: Tabata, toma um pouco de água. Pra te ajudar a se acalmar.
Tabata continuava olhando o teto com sua mão em sua testa. Pablo a olhava se sentido chateado pela situação que estavam. Se seu assessor não tivesse batido na porta naquela hora, eles estariam fazendo outras coisas naquele sofá nesse momento. Pablo levou sua mão em direção à mão de Tabata que estava em sua testa para entregar a garrafa de água em suas mãos.
PABLO: Aqui [...]
Pablo encostou no pulso de Tabata que balançou seu braco com agressividade afastando a mão de Marçal. Ela inclinou seu corpo para frente fazendo seu cabelo tamparem seu rosto e escorou seus bracos em seus joelhos juntando suas mãos. Pablo olhava os cabelos negros de Tabata que tampavam seu rosto, ele estava em silêncio sem saber o que fazer. Tabata começou a fazer sons baixos, Pablo viu brilhos caindo abaixo de seu rosto e ao segui-los em direção ao chão viu que eram lagrimas.
PABLO: Tabata [...] - Tabata o interrompeu.
TABATA: Por que você ta fazendo isso comigo ?!
A voz de Tabata estava entonada por seu choro.
PABLO: Me desculpa por isso, eu não sabia que o Nahuel ia aparecer. Principalmente abrindo a porta direto sem bater, eu não [...]
TABATA: Porque você não me deixa em paz ? - Pablo olhava para Tabata com uma expressão triste sem entender para onde aquela conversa estava indo. - Você tá acabando com a minha vida. Eu tava tão bem antes de você...
Quanto mais Tabata falava, mais lagrimas Pablo via cair no chão.
PABLO: Eu não...
Pablo tentou falar algo, mas ele estava sem o que dizer. Tabata não olhava para ele, não parava de chorar e a situação não parecia que iria voltar a como estava antes. Pablo, olhou para a garrafa de água e fez a única coisa que pensou que poderia fazer naquele momento. Ele esticou seu braço e levou a garrafa de água para baixo do rosto de Tabata onde ela poderia vê-la. Ele sentiu algumas lagrimas caindo em sua mão. Tabata pegou a garrafa e Pablo trouxe sua mão de volta para si olhando as lágrimas.
TABATA: Obrigada.
Falou Tabata segurando a garrafa com suas duas mãos. Pablo, olhou para Tabata vendo que seus cabelos ainda tamparam seu rosto e levou sua mão até sua boca lambendo as lagrimas de Tabata. Tabata levou a garrafa de água até sua boca bebendo um pouco da água. Pablo viu seu rosto, suas bochechas brancas estavam avermelhadas e tinham rastros de suas lágrimas. Tabata virou seu rosto para Pablo, os dois se encaravam sem dizer uma palavra. Tabata com seu rosto marcado pelas lágrimas e Pablo com sua expressão triste e sem graça...
CONTINUA>>>
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lisa: Uma fanfic sobre Pablo Marçal e Tabata Amaral
RomancePablo Marçal e Tabata Amaral eram políticos rivais na corrida pela prefeitura da maior capital da América do Sul, São Paulo. Por mais que publicamente eles estivessem com papéis rivais, na área pessoal eles tinham outra dinâmica.