Cap 33

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Emma acordou com um sobressalto, a dor aguda em seu corpo fazendo-a se mexer lentamente. Quando abriu os olhos, o cenário ao redor parecia distante e nebuloso. As luzes do hospital eram intensas, o som constante de máquinas ao seu redor, e a sensação de um vazio profundo tomou conta dela.

O cheiro do álcool e dos remédios estava em todo lugar, e foi só então que ela percebeu que estava sozinha. Rafe, o homem que ela amava mais do que qualquer coisa, estava ausente. Ela olhou para o lado, mas ele não estava lá. Ela tentava processar tudo o que havia acontecido, mas as lembranças do acidente eram fragmentadas. A única coisa que ela conseguia sentir era a dor no peito, um vazio profundo, como se algo tivesse sido arrancado dela.

Uma enfermeira entrou no quarto e, ao ver Emma acordada, sorriu suavemente.

— "Você está se sentindo melhor?" a enfermeira perguntou, mas Emma mal conseguia responder. A sua cabeça estava atordoada, e as palavras pareciam não fazer sentido.

Foi então que a enfermeira, vendo a expressão de confusão e dor no rosto de Emma, foi até a cama dela e a ajustou um pouco mais confortável, tentando dar-lhe um pouco de alívio.

— "Você teve um acidente muito sério. Estamos cuidando de você, mas seu marido..." a enfermeira hesitou por um momento. "Ele está ainda desacordado. Mas ele está reagindo a alguns estímulos."

Emma sentiu seu coração apertar. Seu marido. Rafe.

Mas a enfermeira olhou para ela com uma expressão delicada e então falou de maneira mais calma.

— "Ele está estável, mas o senhor Rafe precisa de mais cuidados. Você precisa descansar também."

Emma, no entanto, não podia descansar. Ela não conseguia tirar da cabeça o que havia acontecido, o acidente, e a sensação de que algo havia sido perdido. Ela pensava no bebê, o que teria sido, o que ela teria feito por ele se tivesse a chance. Mas agora, tudo parecia ter sido tirado dela.

Com um esforço tremendo, Emma se levantou da cama, ainda com dificuldades. Ela sentia seu corpo fraco, mas algo em seu coração a impulsionava. Ela precisava ir até ele. Precisava ver Rafe. Precisava sentir que ele ainda estava lá.

Ela caminhou até a capela do hospital, o som dos seus passos ecoando no corredor vazio. Quando entrou na capela, a quietude a envolveu. A luz suave que penetrava pelas janelas parecia mais acolhedora do que tudo ao seu redor. Emma se ajoelhou diante do altar, com as mãos juntas, sua mente em um turbilhão de pensamentos.

— "Deus, por favor..." ela murmurou, sua voz falhando. "Você já levou meu bebê. Por favor, não leve meu marido também. Eu não posso perder ele também. Ele é tudo o que eu tenho."

O som suave de suas palavras foi interrompido pela porta da capela, que se abriu. Uma enfermeira entrou e se aproximou com um olhar sério, mas com uma expressão de alívio.

— "Senhora Emma..." a enfermeira disse com suavidade. "O senhor Rafe... ele está chamando por você."

Emma não hesitou. Levantou-se rapidamente, sem se importar com o cansaço ou a dor em seu corpo. Tudo o que importava naquele momento era Rafe, e a única coisa que ela desejava era estar ao lado dele.

Ela correu pelo corredor, sua mente centrada em um único pensamento. Quando chegou ao quarto dele, viu Rafe ainda desacordado, mas os monitores mostrando sinais vitais mais estáveis. Ela se aproximou dele, tocando-lhe a mão com delicadeza, e sentiu a lágrima escorrer por sua bochecha.

— "Rafe..." ela sussurrou, sua voz trêmula. "Eu estou aqui... eu estou aqui."

O coração de Emma estava partido, mas ela sabia que, enquanto ele estivesse ali com ela, havia esperança. Ela precisava estar forte para os dois, não importa o que acontecesse.

Me and you - Emma Koch e Rafe CameronWhere stories live. Discover now