Fotografia

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Malia Blake POVs

Quando finalmente nos afastamos, sem mais palavras, Carl pegou em minha mão e começamos a subir as escadas do prédio. O som dos nossos passos ecoava pelas paredes vazias enquanto subíamos, mas eu só conseguia pensar em Carl e no que acabara de acontecer. Quando chegamos ao topo do prédio, Rick e Michonne imediatamente começaram a cuidar de Morgan.

Eles o deitaram na cama com cuidado, aparentemente tentando manter o homem desacordado o mais confortável possível. A tensão no ar era palpável, mas sabíamos que a missão não tinha acabado, ainda havia muito o que fazer.

Rick olhou para nós e falou com firmeza:

— Vamos pegar as armas e colocar nas bolsas. Precisamos nos preparar para o que vem pela frente.

Sem perder tempo, comecei a pegar uma das bolsas grandes e comecei a encher com as armas que estavam à vista. As pistolas, os rifles e as munições estavam espalhados por toda parte. Os outros também começaram a pegar o que podiam e a colocar nas bolsas, o silêncio que pairava era pesado. O som dos objetos sendo colocados nas bolsas era a única coisa que quebrava o silêncio.

De repente, Carl, que estava ao meu lado, quebrou aquele silêncio com uma frase que me pegou de surpresa.

— Esse lugar... essa cidade, é... especial para mim. — Ele disse, olhando para as armas que estávamos organizando, mas sua mente parecia estar distante.

Rick, que estava de costas, se virou imediatamente, os olhos em alerta.

— O que você quis dizer com isso, Carl? — Ele perguntou, sua voz cheia de curiosidade e um pouco de preocupação.

Carl hesitou por um momento, mas então respondeu com mais calma:

— Quando viemos para cá pela primeira vez, pensei que seria só mais um lugar como os outros. Mas agora, depois de tudo que aconteceu, esse lugar tem um significado diferente para mim. É mais do que só uma cidade abandonada. É onde a gente ainda tenta fazer as coisas certas.

Rick permaneceu em silêncio por alguns segundos, como se estivesse ponderando sobre o que o filho disse, antes de dar um simples aceno, aceitando a resposta.

Então, Carl perguntou, sua voz mais suave agora, como se estivesse se preparando para um pedido.

— Pai, eu queria ir naquele restaurante que a gente viu mais cedo, pegar uma foto da mamãe para Judith. Ela precisa saber quem deu a luz a ela, quem a teve...

Rick olhou para Carl, claramente não entendendo a necessidade do pedido.

— Carl, isso não é necessário... — Rick começou a dizer, mas foi interrompido por Michonne, que se aproximou e falou com a autoridade de quem sabia o que estava dizendo.

— Eu acho que ele está certo, Rick. Judith precisa saber quem foi sua mãe. É algo que ela vai querer saber um dia, e Carl está apenas tentando fazer o certo.

Eu concordei com Michonne, me aproximando e acrescentando, embora um pouco envergonhada de interromper Rick, mas sabendo que era o melhor.

— Sim, Rick. Judith precisa dessa lembrança. Ela vai crescer e querer saber quem foi a mãe dela, o que ela era. Isso é importante.

Rick olhou para nós, os olhos ligeiramente apertados, como se estivesse tentando decidir se valeria a pena deixar Carl sair para isso, mas no final, sem muita opção, ele suspirou e falou:

— Está bem, Carl. Você pode ir, mas Michonne vai com você. Eu preciso que vocês dois fiquem em segurança.

Carl sorriu, aliviado, mas logo fez outra pergunta:

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora