My refuge.- Carl Grimes

Troca de tiros

Malia Blake POVs
(Preparem as emoções, pq esse capítulo vai ser fofo d+)

O homem estava parado ali, com uma máscara preta cobrindo seu rosto, parecendo mais uma figura estranha do que qualquer outra coisa.
Sua voz ecoava pela rua deserta enquanto ele gritava para que largássemos nossas armas.

O tom de sua voz era claro e impositivo. Ele nos deu dez segundos. Dez segundos para fazer a escolha. Michonne sussurrou para Rick, sugerindo que poderia correr até ele e acabar com a ameaça de uma vez, mas antes que ela pudesse fazer qualquer movimento, Rick se virou para nós, sua voz firme.

— Crianças, corram!

E, antes que pudéssemos reagir, Rick disparou sua arma contra o homem. O som dos tiros cortou o ar, e a troca de tiros começou quase imediatamente.

Carl me puxou rapidamente para trás de um carro estacionado, e eu quase tropecei, mas a força com que ele me segurou me deu estabilidade. O som dos tiros não parava, era impossível ignorar, e meu coração batia descontroladamente. Cada disparo parecia um soco no peito, cada grito um lembrete do perigo iminente.

Com as mãos apertando meus ouvidos, eu tentei me manter calma, mas o pânico estava me consumindo. Não havia como. O medo me engolia por completo. Carl me olhou, o rosto tenso, mas ele estava tentando passar alguma sensação de tranquilidade. Eu vi a diferença entre ele e eu naquele momento; ele parecia seguro de si, como se nada pudesse tirá-lo do foco. Eu estava fraca, com medo, sem saber o que fazer.

— Malia, fica calma. Não vai acontecer nada com a gente. Não enquanto eu estiver aqui. — A voz dele, firme, tentava me acalmar, mas eu não conseguia me controlar.

Eu o olhei nos olhos, desesperada, sem conseguir entender como ele podia falar daquela forma. Como ele podia estar tão calmo? Como poderia ignorar tudo o que estava acontecendo?

— Como você quer que eu fique calma, Carl? Tudo o que viemos fazer foi pegar umas armas, e agora... agora estamos aqui, entre tiros, e ninguém sabe como isso vai acabar. Tudo está uma bagunça. Como você quer que eu fique calma? Não consigo! — Minha voz saiu mais alta do que eu queria, mas era a única forma de tentar colocar para fora o que eu sentia.

Ele me encarou por um longo momento, sem dizer nada, como se estivesse processando tudo o que eu havia dito. Eu estava tremendo, com as mãos suando, o coração batendo forte. Mas Carl parecia ter algo que eu não tinha: controle. Ele olhou para mim com uma seriedade que nunca havia visto antes.

— Malia, eu... — Ele parou, pensou por um instante, e então, com uma rapidez que me pegou de surpresa, ele se aproximou de mim e selou seus lábios nos meus. Não foi apenas um beijo rápido, como da última vez. Foi um beijo real, profundo, cheio de urgência, como se ele estivesse tentando me passar toda a confiança e calma que ele mesmo sentia. O mundo ao nosso redor desapareceu por um momento. Eu não sentia mais os tiros, nem o medo. Tudo o que eu sentia era ele. Mesmo sem saber beijar muito bem, eu me entreguei naquilo, de verdade.

Quando ele se afastou, seus olhos estavam fixos nos meus, e eu não conseguia dizer nada. Eu queria falar, mas minha mente estava nublada. O que estava acontecendo? O que ele estava tentando me dizer? Eu não sabia o que pensar, mas a sensação era boa. Era real.

— Carl...V-voce não deveria ter f-feito isso, se seu pai e michonne olhasse para cá..:— A minha voz saiu trêmula. Eu não sabia se estava com raiva, surpresa ou confusa. O que aquilo significava?

Carl deu um sorriso torto, como se estivesse tentando me acalmar, mas também como se estivesse, de alguma forma, desafiando tudo.

— Não ligo, Malia. Se o meu pai ou Michonne perguntarem, eu digo. Eu não vou deixar de fazer algo por medo de como eles vão reagir. Eu... não posso ficar aqui e te ver em pânico, não posso deixar você sozinha com tudo isso. — Ele parecia firme, mas havia uma leveza na maneira como falou, algo que tentava me tranquilizar.