Febre

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Carl Grimes POVs

Eu estava no refeitório, sentado sozinho em uma das mesas, perdido em pensamentos. O lugar estava vazio, silencioso demais, e a madrugada parecia se arrastar. Não fazia ideia de quantas horas haviam passado desde que trouxeram Malia ferida, mas sabia que o dia logo amanheceria. Eu deveria estar descansando, deveria tentar dormir, mas a ideia de ir até a cela e vê-la naquele estado me deixava sem coragem.

Dizia para mim mesmo, repetidas vezes, que tudo ficaria bem, que era só questão de tempo até ela abrir os olhos e voltarmos a fazer as coisas de sempre. Mas, no fundo, a dúvida me consumia, deixando um aperto constante no peito.

De repente, senti uma mão pousar no meu ombro. Olhei para cima e vi Michonne, com aquele olhar sério e firme que ela sempre tinha quando queria mostrar que estava ali, comigo, para o que eu precisasse.

– Carl, você precisa descansar – ela disse suavemente. – Hershel está cuidando dela. Sei que é difícil, mas ficar aqui não vai te ajudar... e não vai ajudar Malia.

Balancei a cabeça, tentando absorver o que ela dizia. Parte de mim sabia que ela tinha razão, mas eu simplesmente não conseguia sair dali.

– Só quero que ela fique bem, Michonne – murmurei, com a voz quase um sussurro.

Ela apertou meu ombro de leve, num gesto de conforto, e depois se afastou, me deixando sozinho novamente. Não demorou muito para meu pai aparecer. Ele se aproximou e se sentou ao meu lado, passando a mão nas costas, num gesto reconfortante.

– Quer ir ver ela? – perguntou, direto, mas com um tom de voz que mostrava que entendia minha hesitação.

Respirei fundo e, depois de alguns segundos, finalmente assenti. Senti que era o que eu precisava fazer. Com um pouco de coragem reunida, me levantei e caminhei em direção à cela onde ela estava, meu coração batendo mais rápido a cada passo.

Ao entrar, uma onda de emoções me atingiu de imediato. Lá estava ela, deitada, com o rosto pálido – mais pálido do que nunca. Sua pele, já clara, parecia quase sem vida. A camisa ainda mostrava manchas do sangue seco, e um curativo novo cobria o ferimento, mas nada apagava o que eu estava vendo.

Me aproximei devagar, sentando ao lado dela e segurando sua mão. Passei o polegar suavemente pela sua pele, notando como era macia e delicada. Queria que ela abrisse os olhos, que voltasse a me irritar com suas opiniões sobre as HQs, que me desafiasse para brincar com Judith ou que simplesmente sorrisse para mim.

Enquanto olhava para ela, percebi uma coisa que não conseguia mais ignorar. Desde a primeira vez que a vi, algo dentro de mim despertou. Talvez fosse loucura, mas a ideia de gostar dela tinha começado a tomar espaço na minha cabeça sem que eu percebesse. E agora, vendo ela assim, era quase impossível negar o quanto ela era especial para mim.

– Por favor, Malia... fica bem – murmurei, baixinho, apertando um pouco mais a sua mão. – Eu... gosto muito de você, sabia? Não me deixa aqui, tá? Precisamos de você... Eu preciso.

Deslizei minha mão pela sua testa, num gesto de carinho, mas então algo me fez parar. Senti que sua pele estava quente, muito mais quente do que deveria. Meu coração disparou.

– Malia? – chamei, com a voz trêmula, mas ela não se mexeu.

Levantei apressado e corri para o refeitório, procurando por Hershel e qualquer um que pudesse ajudar.

– Ela está com febre! – gritei, quase sem ar, tentando chamar a atenção de todos.

Corri até o refeitório e chamei todo mundo, voltamos rapidamente para a cela onde Malia estava. Cada segundo parecia se arrastar, e minha cabeça estava uma mistura de medo e uma súplica silenciosa para que ela estivesse bem. Eu ainda podia sentir o calor de sua pele, lembrando o quanto isso não era bom sinal.

Hershel entrou na cela primeiro, com Maggie e Beth logo atrás, trazendo o que conseguiam carregar de suprimentos. Rick e Michonne ficaram ao meu lado, como se quisessem me lembrar de que estavam ali. Hershel se aproximou da cama, tocando a testa de Malia com uma calma que só ele tinha. Eu tentava controlar a respiração, mas era difícil.

— A febre está alta — ele murmurou, virando-se para Maggie. — Precisamos resfriá-la e controlar essa infecção antes que fique ainda pior.

Hershel olhou para mim, os olhos tranquilos, mas sérios, como se tentasse me confortar sem esconder a gravidade da situação. Meu pai me deu um leve aperto no ombro, e eu sabia que ele entendia como eu me sentia, mas nada podia acalmar o medo que apertava meu peito.

— Maggie, traz água fria e algumas toalhas. Beth, veja se encontramos mais antibióticos no estoque, e depressa — Hershel comandou.

Enquanto elas saíam, continuei segurando a mão de Malia. Ela estava pálida, frágil, como se um simples toque pudesse quebrá-la. Senti uma lágrima quente descer pelo meu rosto, mas tentei escondê-la. Não era hora para isso.

— Aguenta firme, Malia — murmurei, a voz baixa. — Eu sei que você é forte... só fica comigo.

Maggie voltou com a água e as toalhas, e Hershel começou a esfregar suavemente o rosto e o pescoço dela, tentando baixar a febre. A cada movimento, a esperança oscilava. Não podia perder ela assim, não agora, não depois de tudo que passamos.

Michonne, que estava ao meu lado, se abaixou e sussurrou, com uma calma que eu sabia que era só para me manter firme:

— Ela é forte, Carl. Mais forte do que você imagina.

Assenti, apertando a mão de Malia um pouco mais, como se assim pudesse passar para ela a energia que me restava. E, enquanto Hershel fazia o possível, Beth voltou com os medicamentos e se ajoelhou ao lado do pai, pronta para ajudar no que fosse necessário.

Hershel preparou uma dose do antibiótico e aplicou cuidadosamente, mantendo os olhos atentos, enquanto todos nós assistíamos, silenciosos e tensos. Eu conseguia ouvir meu próprio coração batendo forte, enquanto esperava qualquer sinal de melhora.

Então, ele finalmente quebrou o silêncio, falando em um tom grave, mas com a ternura que só ele tinha:

— Carl, vai levar um tempo até que possamos ver se ela vai responder ao tratamento. Vai ser difícil, mas precisamos ter paciência.

Olhei para ele, desesperado por qualquer sinal de esperança.

— Ela vai ficar bem, não vai? — minha voz saiu em um sussurro.

Hershel respirou fundo, colocando a mão em meu ombro.

— Malia é uma lutadora, Carl. Fizemos o melhor que podíamos. Agora, o resto é com ela.

Foi como um soco no estômago. Eu queria respostas, queria uma garantia de que tudo ficaria bem, mas sabia que ele estava fazendo o possível e que não havia mais nada a ser dito.

Rick se aproximou, me envolvendo em um abraço firme e me dando o suporte que eu precisava naquele momento. Senti uma mistura de raiva e impotência, mas também uma pequena esperança. Ela tinha que ficar bem.

01:  sera que a coitadinha vai acordar? Rsrs 😈

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01: sera que a coitadinha vai acordar? Rsrs 😈

02: Resolvi fazer esse momento, Carl falando dos seus sentimentos para Malia, mesmo ela dormindo, acho que ficou perfeito com o clima.

03: vou tentar postar mais vídeos hoje no
Ttk quando chegar da escola, só a noite então aff

04: amo vcs

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora