A prisão

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Malia Blake POVs

Eu estava dormindo profundamente no carro quando sinto uma mão firme no meu ombro. Abro os olhos devagar, vendo Daryl ao meu lado, me chamando para acordar.

— Ei, garota. Acorda — ele diz, com aquele tom firme, mas não rude. — Chegamos.

Olho ao redor, ainda meio confusa e tentando me situar.

— Chegamos? — pergunto, esfregando os olhos. — Chegamos aonde?

Ele abre a porta e sai, então faço o mesmo, ainda com a perna um pouco dolorida. Quando levanto o olhar, fico surpresa. Uma prisão enorme está bem à minha frente, com torres, grades altas e arame farpado.

— Vocês... moram numa prisão? — pergunto, olhando para eles, tentando processar aquilo tudo.

— Isso mesmo. Estranho, mas funciona — Glenn responde, me lançando um sorriso tranquilizador.

— É seguro, a maior parte do tempo — Daryl completa, com um leve aceno de cabeça.

Dou um suspiro e olho ao redor. Ainda me sinto um pouco fora do lugar, mas algo nesse ambiente me dá uma sensação de segurança. Daryl se vira para mim e diz:

— Vamos lá. Preciso te apresentar ao Rick. Ele é o líder do nosso grupo.

A palavra "líder" me deixa meio nervosa, e não consigo segurar a curiosidade.

— Rick? Quem é ele?

— Ele cuida de tudo por aqui. É quem organiza, decide... e é um bom homem — Glenn explica.

Eu assinto, ainda um pouco ansiosa, e sigo os dois pelo portão da prisão. Caminhamos até o refeitório, e logo vejo várias pessoas reunidas. Algumas conversam em voz baixa, outras parecem apenas descansar. Meus olhos vão de uma mulher loira para um senhor de barba branca, depois para uma mulher de cabelos castanhos curtos e, então, para um garoto da minha idade. Ele usa um chapéu de cowboy e tem os cabelos castanhos na altura dos ombros. Eu me pego olhando para ele por um momento, até que Daryl me tira dos meus pensamentos chamando um homem que está à frente.

— Rick! — ele o chama, e o homem, que parece ter sido pego de surpresa, se vira e nos encara com uma expressão curiosa.

Rick é alto, tem uma barba rala e um olhar sério. Ele se aproxima com as sobrancelhas levemente franzidas, claramente não sabendo da minha chegada.

— Quem é ela? — ele pergunta, lançando um olhar rápido para Daryl e Glenn.

— Encontramos a garota num mercado abandonado. Ela estava machucada, então trouxemos — Daryl explica.

Rick então me observa com um olhar que mistura curiosidade e cuidado.

— E você é...?

— Malia Blake — digo, um pouco hesitante. — Desculpa, não sabia que ia ser... apresentada assim — tento sorrir de leve, sentindo um pouco de nervosismo.

Rick suaviza a expressão e me lança um sorriso gentil.

— Seja bem-vinda, Malia. Aqui, a gente ajuda quem precisa. Se estiver disposta, temos um lugar pra você — ele diz, transmitindo calma. Depois, ele se vira para o garoto de chapéu. — Carl, você pode mostrar onde ela vai ficar?

Carl, que agora eu sei que é o filho de Rick, se aproxima com um sorriso.

— Oi, eu sou o Carl. Vem, vou te mostrar onde você pode dormir.

Agradeço com um aceno e lanço um último olhar para Rick, Daryl e Glenn antes de seguir Carl. Ele me leva até uma cela com beliches e uma pequena mesa. As paredes de metal são frias, mas parece ser um bom lugar para descansar.

— Pode ficar na cama de baixo e deixar suas coisas aqui — Carl diz, apontando para o canto da mesa.

Eu olho ao redor, tentando absorver tudo.

— Obrigada, Carl. É meio estranho dormir numa prisão, mas parece melhor do que lá fora.

Ele ri de leve e dá de ombros.

— É, a gente se acostuma. No começo, eu também achei estranho. Mas aqui é seguro, e todo mundo se cuida. É como... um lar. Não perfeito, mas é o que temos.

Eu sorrio, surpresa pela gentileza dele.

— Quer comer alguma coisa? — ele pergunta, me lançando um olhar amigável.

— Acho que vou descansar primeiro. A viagem foi longa.

Carl assente, compreensivo.

— Beleza. Qualquer coisa, é só chamar.

Deixo minha mochila no canto e me deito na cama de baixo. O colchão é meio duro, mas não me importo. Suspiro, exausta.

— Acho que... vou conseguir dormir aqui.

Fecho os olhos e, logo, apago completamente, sentindo pela primeira vez, em muito tempo, um pouco de paz.

Fecho os olhos e, logo, apago completamente, sentindo pela primeira vez, em muito tempo, um pouco de paz

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01: Primeira interação do nosso casal, vou chorarrr

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora