Amigos?

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Carl Grimes POVs

Quando Daryl e Glenn trouxeram Malia para a prisão, algo dentro de mim se acendeu. Eu não tinha certeza do que esperar dela, mas quando a vi pela primeira vez, algo em seu olhar me disse que ela havia passado por muito. Sua fragilidade e determinação a tornavam única.

Malia era bonita, com longos cabelos lisos que pareciam brilhar sob a luz do sol, moldando seu rosto delicado. Os olhos dela, embora cansados, carregavam uma intensidade que me intrigava. Enquanto eu a observava, percebi que havia algo especial nela; uma energia que emanava de seu ser, algo que me fazia sentir esperançoso e animado. Era como se, mesmo com toda a dor que já havia vivido, ela ainda pudesse trazer um pouco de luz para a escuridão ao nosso redor.

Após sair do refeitório, levei Malia para conhecer o resto da prisão. Ela observava cada canto com atenção, como se estivesse tentando absorver tudo ao mesmo tempo. Quando passamos pelas celas, parei para explicar.

— Cada um tem uma dessas para si — falei, apontando para as portas de metal alinhadas. — Parece estranho no começo, mas depois você se acostuma. Dá uma sensação de privacidade, o que ajuda.

Malia assentiu, olhando para as celas em silêncio. Mais adiante, mostrei o banheiro compartilhado, logo ao lado das celas.

— Esse é o banheiro — expliquei. — Não é grande coisa, mas conseguimos manter limpo. Água quente é rara, mas temos sorte de ter água corrente.

Ela continuou me acompanhando enquanto eu mostrava o pátio, onde uma pequena horta havia sido cultivada.

— A gente começou essa horta há pouco tempo — disse, apontando para os canteiros com algumas verduras e ervas plantadas. — É bom ter algo fresco de vez em quando. Maggie e Hershel cuidam dela.

Depois, seguimos para fora, e eu apontei para as torres de vigia, que cercavam o perímetro da prisão.

— Sempre temos alguém nas torres — continuei. — A visão lá de cima é boa, e qualquer coisa que se aproxime pode ser vista com antecedência.

Malia parecia impressionada com a organização do lugar. Após o tour, guiei-a até um canto mais tranquilo do pátio, onde o ar era fresco, e nos sentamos na grama. Eu fiquei quieto por um momento, deixando que ela processasse tudo. O céu estava limpo acima de nós, e, mesmo com os muros altos da prisão ao redor, ali fora parecia um pouco mais fácil respirar.

Quando direcionei meu olhar para ela, pude perceber que ela estava chorando, fiquei receoso em perguntar, mas perguntei.

— Malia, por que está chorando? Eu te fiz algo?

Então ela secou suas lágrimas com a mão e deu uma risada.

— Não fez nada Carl, relaxa. Isso tudo é novo para mim, sabe? Eu fiquei um tempo sozinha lá fora, e agora eu tenho um lar, com pessoas, nunca que eu me imaginaria nesse cenário.— Ela da um leve sorriso, e então me olha, apoiando sua cabeça em sua mão.

— Eu entendo, você deve ter passado muitas coisas lá fora, não é? Ainda mais sozinha e nova, não é para qualquer um.— Eu digo.— Eu nem me imagino sozinho, desde o começo eu tive minha mãe, meu pai e o restante do grupo, sempre tive pessoas ao meu redor, as vezes era cansativo.

— Carl, você tem que agradecer por ter pessoas ao seu redor, e eu? Eu perdi minha mãe no começo de tudo, eu tive que aprender a sobreviver sozinha nessa merda.— Ela da um suspiro fundo, e eu posso sentir a dor dela.

— Eu também perdi minha mãe, um mês atrás...- Eu comento, deixando o clima pesado.

— Meus pêsames Carl, ela se foi como?.— Ela pergunta hesitante.

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora