Sequestrados

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Malia Blake POVs

Nas últimas duas semanas, tudo passou tão rápido que era difícil acreditar. A sensação era de que eu já estava aqui há muito mais tempo. A cada dia, eu me adaptava mais à vida na prisão, aos rostos novos, e aos nomes que começavam a se tornar familiares. Me tornei a "protegida" do grupo, como Daryl disse rindo certa vez, me dando um soquinho de leve no ombro. Eu estava me dando bem com todos, e, mais do que isso, sentia que estava finalmente em um lugar seguro.

Carl, principalmente, se tornara uma presença constante. Nós andávamos juntos pela prisão, explorávamos cada canto e, quando dava, até saíamos em rondas curtas. Ele e eu tínhamos uma amizade especial. Sempre discutíamos sobre as HQs, debatendo se Batman era melhor que Homem-Aranha ou se o Hulk venceria uma luta contra o Wolverine.

Hoje de manhã, acordei e encontrei Carl sentado na cama ao lado, quase me esperando. Ele sorriu de canto ao me ver despertar.

— Bom dia, dorminhoca. Vai levantar ou quer que eu traga o café até você? — provocou ele, cruzando os braços.

Rolei os olhos, mas ri.

— Muito engraçado, Carl. Já tô de pé, só espera eu me arrumar.

Em poucos minutos, nós dois estávamos prontos e descemos juntos para o refeitório. Quando entramos, demos um "bom dia" em coro para todos ali, recebendo sorrisos de volta. Glenn estava sentado em uma das mesas e, como sempre, meu coração se aquecia ao vê-lo. Ele me dava a sensação de família, algo que eu já não sentia há tempos. Fui até ele e o abracei, sentindo ele me abraçar de volta com carinho.

— Ei, Malia — ele sorriu, puxando uma torrada e passando para mim. — Come aí, antes que o Carl devore tudo.

Peguei a torrada e ri, já mordendo a primeira fatia.

— Vou comer antes que ele faça isso mesmo.

Daryl apareceu por trás e bagunçou meu cabelo, me arrancando uma risada surpresa.

— Tá ficando à vontade demais por aqui, hein, garotinha? — comentou ele, com aquele tom divertido que só ele tinha.

— Culpa sua — retruquei, rindo. — Vocês todos me estragaram.

Enquanto conversávamos e ríamos, Carl fez algum comentário sobre um plano de sairmos para uma nova ronda, quando Rick se aproximou, sua expressão séria.

— Estamos precisando de suprimentos para Judith. As fraldas e o leite estão acabando... Precisamos achar um lugar.

Pensei por um segundo e lembrei.

— Há uma creche a uns dois quilômetros daqui. Eu fiquei lá um tempo. Tem bastante coisa pra bebê. Dá pra chegar indo reto, depois virando à esquerda e, então, à direita. É perto.

Glenn e Maggie se entreolharam, e ele se ofereceu.

— Podemos ir até lá. Parece ser a melhor opção.

Eu hesitei. Não queria que eles fossem.

— Não, não precisa. Talvez dê pra pensar em outro plano... Vocês podem ficar.

Glenn colocou a mão no meu ombro e sorriu.

— Fica tranquila. Vai ser rápido. E você fica aqui segura, certo?

Eu quis ir, insisti, mas todos disseram que era arriscado. Suspirei, frustrada, e Carl soltou uma risadinha do meu lado.

— Não precisa fazer essa cara. Vai ficar tudo bem — disse ele.

O café da manhã terminou, e Glenn e Maggie foram se arrumar. Todos acompanhamos até o lado de fora. Quando eles estavam prestes a entrar no carro, me aproximei deles e abracei os dois com força.

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora