Olhos abertos

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Carl Grimes POVs

Passei a noite inteira ao lado da cama de Malia, lutando contra o cansaço e o medo que ainda estava comigo. De tempos em tempos, Maggie ou Hershel apareciam para me perguntar se eu precisava de algo, mas eu mal conseguia sair do lugar, com medo de deixá-la sozinha.

Quando a manhã chegou e Malia continuava desacordada, comecei a sentir a exaustão pesar nos meus ombros. Estava com a mesma roupa do dia anterior, e minha pele já dava sinais de sujeira e suor acumulado. Me levantei devagar, ainda inseguro sobre deixá-la, e então sussurrei para ela, mesmo sabendo que talvez não pudesse me ouvir:

— Eu vou tomar um banho e volto rapidinho, tá? — falei, tentando não demonstrar minha ansiedade. — Fica bem.

Saí da cela e fui até o banheiro improvisado que a gente usava na prisão. A água fria ajudou a clarear minha mente, mas ainda era difícil afastar o medo. Eu só queria que Malia acordasse, que voltasse a ser aquela garota cheia de energia que animava meus dias. Depois de tomar um banho rápido e tentando manter a mente calma, voltei para a cela onde Malia estava.

Ao abrir a grade, meu coração acelerou. Ela estava acordada, com os olhos ligeiramente abertos, olhando ao redor com um misto de confusão e medo.

— Malia... — chamei, tentando controlar minha voz, mas a emoção era palpável.

Seus olhos me encontraram, e um lampejo de alívio passou por eles, mas logo foi substituído por uma expressão de dúvida e pânico.

— Carl... o que aconteceu? — perguntou, sua voz soando fraca e trêmula. — Por que eu tô aqui? Tudo... tudo dói.

Dei alguns passos rápidos até a cama, sentando ao seu lado, tentando transmitir segurança.

— Você levou um tiro, Malia. — Minha voz saiu um pouco mais firme do que eu esperava. — Mas você tá bem agora. Hershel cuidou de você, e estamos todos aqui, cuidando de você.

Ela levou uma mão trêmula até o curativo em seu abdômen, e vi seus olhos se arregalarem enquanto absorvia o que eu disse. De repente, parecia mais pálida, o rosto inundado pelo pânico.

— Um tiro? Não... não pode ser... — Sua voz soava entrecortada, enquanto seu peito subia e descia rapidamente. — Eu... eu podia ter morrido? E se... e se algo der errado?

Me aproximei ainda mais, segurando sua mão.

— Malia, olha pra mim. — Tentei soar o mais calmo possível. — Você não vai morrer. Hershel disse que você vai se recuperar, e eu vou estar com você em cada passo.

Mas ela não parecia me ouvir, perdida em pensamentos assustadores. Ela tentou se mexer, mas um gemido de dor escapou de seus lábios, e suas mãos começaram a tremer. Senti meu coração apertar vendo-a tão frágil e assustada.

— Eu não quero morrer, Carl — ela sussurrou, sua voz mal audível enquanto as lágrimas já escorriam por seu rosto. — Eu... eu tô com tanto medo.

Segurei suas mãos com ainda mais firmeza, tentando transmitir toda a segurança que eu podia.

— Ei, olha pra mim. Você vai ficar bem. — Aproximei-me um pouco mais, querendo que ela realmente acreditasse nisso. — Não vou deixar nada te acontecer, eu prometo.

Mesmo assim, seu pânico parecia não ceder, e cada segundo vendo-a nesse estado me destruía.

Finalmente, me inclinei e sussurrei, quase sem perceber:

— Você é importante pra mim, Malia. Muito importante. Não sei o que eu faria se algo acontecesse com você.

( autora surtando aqui. 😻)

Ela ainda tremia, mas seu olhar suavizou um pouco ao me ouvir. Suas lágrimas ainda corriam, mas a respiração começou a se acalmar aos poucos.

— Vou chamar o Hershel — falei, acariciando seu rosto antes de me levantar. — Ele vai te ajudar. Já volto.

Saí da cela rapidamente, meu coração batendo descompassado.

Saí da cela e andei pelo corredor o mais rápido que pude, o coração ainda acelerado. Encontrei Hershel no refeitório, conversando com Maggie e Glenn, que levantaram a cabeça na hora ao me ver.

— Hershel... — comecei, tentando controlar a voz. — Ela acordou. Mas... acho que está com febre.

Hershel assentiu com um olhar sério, pegou sua maleta e me seguiu até a cela. Glenn e Maggie vieram logo atrás, as expressões de preocupação estampadas em seus rostos. Ao entrarmos na cela, Malia ainda parecia confusa, respirando com dificuldade e olhando ao redor como se estivesse tentando entender o que estava acontecendo.

— Malia, sou eu, Hershel — ele disse calmamente, aproximando-se dela com cuidado. — Vou dar uma olhada em você, tá bom?

Ela assentiu levemente, embora seu olhar ainda estivesse assombrado pelo medo. Hershel colocou a mão em sua testa e franziu o cenho.

— Está quente — ele murmurou, virando-se para Maggie. — Traga água fria e um pano, rápido. Precisamos controlar essa febre.

Maggie assentiu e saiu correndo para buscar o que ele pediu. Enquanto isso, Glenn se aproximou e colocou a mão no meu ombro, me oferecendo um pequeno apoio silencioso. Senti que minha respiração estava pesada, e ele parecia perceber o quanto eu estava tentando segurar as lágrimas.

— Malia, a febre pode ser uma reação normal do seu corpo ao ferimento — Hershel explicou a ela com uma voz calma e firme, enquanto começava a examinar seu curativo. — Vou precisar limpar a área de novo e talvez aplicar mais alguns remédios, mas você está em boas mãos. Vamos cuidar de você.

Malia assentiu, respirando fundo e tentando relaxar, embora ainda parecesse apreensiva. Maggie voltou com a água e o pano, e Hershel começou a esfregar a água fria em sua testa para tentar baixar a temperatura.

Eu observei cada movimento, incapaz de tirar os olhos dela. Ela me olhou por um instante, e naquele breve segundo, senti que nossas almas se conectavam, como se ela soubesse que eu estava ali por ela.

— Vai ficar tudo bem — sussurrei, mais para mim do que para ela.

Hershel se virou para mim e deu um leve aceno, como se quisesse dizer que eu estava fazendo a coisa certa. Em seguida, ele voltou a concentrar-se em seu trabalho, determinado a fazer tudo que estivesse ao seu alcance para salvá-la

01: Acharam que ela não iria acordar né? Rsrs, meu povo, a gente ainda tá no Ato I, claro que ela iria acordar, ainda tem muitaaaaaa coisa pela frente

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01: Acharam que ela não iria acordar né? Rsrs, meu povo, a gente ainda tá no Ato I, claro que ela iria acordar, ainda tem muitaaaaaa coisa pela frente.

02: Achei emocionante escrever esses capítulos...

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora