Condado de King

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Malia Blake POVs

O motor do carro rugia enquanto cruzávamos a estrada em direção ao condado de King. Rick havia explicado que precisávamos de mais armas para proteger a prisão e que lá seria o melhor lugar para encontrá-las. Ele mencionou, com certa nostalgia, que era onde ele, sua falecida mulher e Carl viviam antes de tudo acontecer, quando ele trabalhava como vice-xerife.

Michonne estava no banco do passageiro, segurando o mapa, enquanto Rick dirigia. Eu estava no banco de trás, ao lado de Carl, que olhava pela janela com uma expressão distante. O silêncio preenchia o espaço entre nós, mas não era exatamente desconfortável. Enquanto a paisagem passava rapidamente, comecei a imaginar como era a vida de Rick antes do apocalipse. Será que ele sentia falta? Obviamente que sim. Será que andar por essas ruas de novo seria mais difícil para ele ou para Carl?

No meio desses pensamentos, senti a mão de Carl tocar a minha de leve. Olhei para ele, que não desviou o olhar da janela, mas entrelaçou seus dedos nos meus. Meu coração acelerou, e eu tentei agir como se nada tivesse acontecido.

"Ah, qual é, Malia", pensei. "Seja natural."

Mas o sorriso era impossível de conter. Ele logo me olhou, com aquele sorriso lindo e encantador. Cara, esse menino está me deixando louca. Por instinto, olhei para frente e gelei. Notei Rick nos observando pelo retrovisor. Ele franziu o cenho, confuso, e perguntou:

— Tá tudo bem aí atrás?

Afastei minha mão da de Carl tão rápido que quase bati no vidro.

— S-sim, tá tudo ótimo! — respondi, minha voz saindo mais alta do que eu esperava.

Carl apenas coçou a nuca, visivelmente desconfortável. Rick ainda parecia desconfiado, mas voltou sua atenção para a estrada. Michonne arqueou uma sobrancelha e deu um leve sorriso.

Olhei para a estrada, tentando me acalmar. Meu rosto parecia em chamas, e eu sabia que estava mais vermelha que uma maçã. Que situação!

[...]

Após essa situação, chegamos na tal cidade. Rick parou o carro e estacionou, acredito que no começo da cidade. Tudo parecia quieto, calmo demais, o que me fazia lembrar Woodbury, a cidade do Governador. Esses pensamentos sempre me davam calafrios e despertavam um certo medo.

Saímos do carro, e Rick trancou o veículo com cuidado. Fui para o lado de Carl, tentando afastar a tensão que sentia, e logo começamos a andar. O lugar estava abandonado, mas incrivelmente preservado, como se o apocalipse nunca tivesse passado por ali.

Na parede ao lado, notei algo estranho: uma seta desenhada com tinta. Franzi o cenho, intrigada.

— Por que raios tem uma seta aqui? — comentei, chamando a atenção do grupo.

Rick olhou rapidamente e respondeu:

— Não deve ser nada. Só uma seta.

Dei de ombros, mas não pude deixar de sentir uma pontada de desconfiança. Algo parecia errado.

Virando uma esquina, chegamos à delegacia onde Rick havia trabalhado antes de tudo começar. Mas não parecia uma delegacia; estava devastada. A fachada estava desgastada, com janelas quebradas e sujeira acumulada. Quando entramos, a visão foi ainda pior.

O lugar era um caos. Na área onde deveria haver armas guardadas na gaiola, não havia nada além de sujeira e destroços. Rick, claramente frustrado, bateu o pé contra a parede e soltou um xingamento. Dei um leve salto de susto.

Ver Rick daquele jeito me deixava inquieta. Ele era sempre tão calmo e calculista, mas naquele momento, parecia que era capaz de matar alguém, to brincando, acho que exagerei falando nisso.

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora