SOU MELHOR.

68 3 0
                                    

Wemilly Grayson
Presente...

— Fiz a sopa, vão comer agora? — gritou Banks da cozinha, sua voz ecoando pela casa com uma tranquilidade quase surreal.

Eu pisquei, tentando processar o que estava acontecendo, quando senti um movimento ao meu lado. Damon, ainda ferido, se levantava do sofá com esforço evidente. Ele colocou o braço bom ao redor da minha cintura e, sem aviso, me ergueu como se eu fosse uma maleta.

— Me ponha no chão, Damon! — protestei, me debatendo.

Ele, é claro, ignorou meu pedido. Mesmo machucado, ele parecia ter força de sobra para me carregar como se eu fosse uma pena. Era frustrante e, ao mesmo tempo, impressionante.

— Nada disso — ele respondeu com firmeza, o tom autoritário que eu conhecia bem. — Agora você não sai mais do meu lado.

Luke, começou a pular ao nosso redor, latindo como se estivesse tentando participar da brincadeira. Ele avançou, tentando morder meus cabelos, o que me fez franzir o nariz e fazer uma careta.

— Luke, para com isso! — reclamei, enquanto Damon caminhava com passos largos até a cozinha.

Ao chegarmos lá, Banks nos aguardava com uma expressão confusa e preocupada. Pela maneira como ela arqueou as sobrancelhas, dava para perceber que não estava gostando da cena.

— O que está fazendo, Damon? — perguntou, a voz carregada de reprovação enquanto ela vinha até nós. Sem cerimônia, ela segurou meus quadris e me puxou dos braços dele, colocando meus pés de volta ao chão com delicadeza.

— Não estou podre e muito menos morto — respondeu ele, encarando-a com um sorriso desafiador. — Posso carregar a bunda da minha mulher pra onde eu quiser.

— Ótimo, então carregue — retrucou Banks, sem perder a compostura. — Mas, por agora, você tem que ficar quieto e se comportar até melhorar.

Damon revirou os olhos, claramente incomodado por ser tratado como um inválido, novamente. Eu, por outro lado, não consegui segurar um sorriso ao ver o embate entre os dois. Ele finalmente se sentou à mesa, embora a contragosto, e Banks nos serviu a sopa.

Enquanto eu observava Banks se mover pela cozinha, fiquei encantada com sua aparência. Seus olhos brilhavam mais do que nunca, e sua barriga redonda era um lembrete constante da vida que ela carregava dentro de si. A ideia de que aquele bebê pudesse herdar o gênio de Damon me fez rir por dentro. Ele seria uma verdadeira pestinha, disso eu tinha certeza.

— Acha que Michael já chegou até eles? — perguntei, quebrando o silêncio enquanto pegava a colher e provava a sopa. Estava deliciosa, Banks se dava bem na cozinha.

Sopa era definitivamente, janta.

Damon olhou para mim e deu um sorriso irônico.

— Conhecendo bem o cuzão que ele é, deve estar indo do inferno para uma banda — respondeu, o tom carregado de sarcasmo. — Assim, espero que ele já esteja no inferno, pelo menos.

Banks franziu as sobrancelhas para ele, claramente desaprovando o comentário.

— Pode, por favor, parar de falar essas coisas? — ela pediu, cruzando os braços.

Luke entrou na cozinha naquele momento, abanando o rabo como se soubesse que estávamos falando sobre algo importante. Ele veio direto para mim, deitando a cabeça sobre meus pés em um gesto carinhoso. Mas, antes que eu pudesse acariciá-lo, Damon o pegou no colo com o braço bom.

— Seu capetinha — murmurou Damon, segurando Luke como se fosse um bebê. Nem parecia que ele era um bebê pitbull — Espero que seus dentes ainda tenham pedaços da carne do Michael entre eles.

MY LITTLE PEST || Damon Torrance.Onde histórias criam vida. Descubra agora