𓇼 ⋆.˚ 𓆉 𓆝 𓆡 Capítulo XXI 𓆉 𓆝 𓆡⋆.˚𓇼

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Bom dia, boa tarde, boa noite! Voltei para felicidade de alguns e tristeza de outros. Venho humildemente pedir desculpas pelo meu sumiço e minha ausência, mas as coisas caminharam ladeira abaixo por um tempo kkkkk. Porém cá estou de volta :)

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Capítulo XXI

— Toc, toc. O som ecoou pela porta de Bella, misturando-se ao rolar distante da chuva. Havia algo inquietante naquela batida suave — como uma ameaça disfarçada de cortesia.

Bella ergueu os olhos da cama, o coração disparando. Estava enrolada em um cobertor, com um livro aberto no colo — mas não lera uma linha sequer. Seus olhos, escuros e inquietos, encaravam o teto há minutos, perdida em pensamentos que giravam como redemoinhos, segundos antes da tempestade real começar.

Ela fechou o livro com mãos trêmulas, tentando disfarçar a agitação, e respirou fundo antes de responder:

— Pai? Charlie? — chamou, hesitante. — Já disse que não estou com fome.

O silêncio que veio em resposta foi mais cruel do que qualquer resposta agressiva. Havia um magnetismo sombrio vindo da sombra atrás da porta que fez a espinha de Bella se eriçar.

Curiosa, apreensiva, Bella se levantou e entreabriu a porta.

Sirena estava ali. Impecável. Linda. Perigosa. Olhava para baixo, como se soubesse que Bella não resistiria ao mistério. Ao levantar o rosto, um leve sorriso curvou seus lábios com falsa doçura — o tipo de sorriso que sabia o exato momento em que venceu, antes mesmo do jogo começar.

— Acho que precisamos conversar, Bella — disse, e a voz saiu aveludada, mas carregada de uma ironia cortante.

Bella estremeceu. Seu instinto gritava para fechar a porta.

— Sirena... me desculpa, mas eu não estou no clima pra conversar. — A voz saiu vacilante, e ela odiou isso. Mordeu o canto dos lábios, abraçando o próprio corpo, tentando se proteger.

— O que foi que eu te fiz, Isabella? — indagou Sirena, com um falso ar de inocência, como se realmente estivesse confusa.

— Nada. Eu só não quero falar com você. Nem com ninguém. Acho melhor você ir ficar com o Charlie. — Bella tentou fechar a porta, mas Sirena foi mais rápida. Sua mão interceptou o movimento, e a pressão sutil fez o coração de Bella acelerar.

— Oh, querida... — disse ela, arqueando uma sobrancelha com perfeição ensaiada. — Você é sempre assim tão... reativa? Não te ensinaram a ouvir antes de sair por aí batendo portas na cara das pessoas?

— Você é uma péssima filha chateando Charlie dessa forma. Você tinha que ver a cara que ele fez depois que subiu…

As palavras da sereia cortavam como navalhas. E o olhar — ah, aquele olhar — era como um espelho que distorcia tudo que Bella via de si mesma.

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