Helijah lewis

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Diário de Pesquisa

Helijah Lewis
15 de Agosto de 2005
Seattle – Nova Orleans – Alasca

Helijah Lewis15 de Agosto de 2005Seattle – Nova Orleans – Alasca

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Deixamos Seattle antes do amanhecer. O clima frio e úmido daquela cidade já começava a me enfastiar, e a presença de Price ao meu lado tornava tudo ainda mais irritante. No entanto, não havia como negar que ele era essencial para rastrear criaturas sobrenaturais. Era isso ou perder meses tentando encontrá-las sozinho, e eu não tenho paciência para desperdícios.

Seguimos para Nova Orleans, onde, segundo os instintos de Price, haveria um pequeno grupo de sereias em terra firme. A cidade, com seu ar decadente e música melancólica, parecia o lugar perfeito para abrigar criaturas tão enigmáticas quanto perigosas.

E encontramos. Três delas. Jovens, belas, de uma aura quase divina. Elas tentaram nos seduzir, é claro. A canção suave, o olhar hipnótico, os gestos calculados para nos atrair... mas nem eu nem Price sucumbimos. Eu, por pura força de vontade. Ele, por pura frieza.

Foi então que o idiota cometeu o maior erro que poderia. Sem me consultar, sem pensar em nada além de sua própria brutalidade, Price massacrou as três. Não apenas as matou – as destroçou de forma monstruosa, desumana, irreparável. Quando percebi, não havia nada para coletar, nenhum fragmento útil para análise, nenhuma amostra para estudo. Todo o potencial científico, todo o avanço da minha pesquisa... perdido para sempre.

Tive uma discussão calorosa com ele, minha fúria ameaçando romper qualquer limite. Mas Price, com aquele olhar cínico e cruel, respondeu apenas que havia conseguido novas informações sobre Carlisle. Segundo ele, havia uma chance de encontrá-lo no Alasca. Não apenas isso – boatos falavam de criaturas descritas como sereias na região.

Seguimos para o norte. E lá, ao invés das criaturas que eu procurava, encontramos as mulheres da família Denali. Belas e civilizadas demais para serem sereias, mas com uma aura sobrenatural inconfundível, afinal eram vampiras. Conversamos brevemente antes que Price se entediasse. Foi através delas que soubemos: Carlisle havia se mudado há alguns anos para uma cidade chamada Forks, junto de sua peculiar família.

Price sorriu. Aquele sorriso sádico que me causa repulsa. Disse que Forks sempre foi palco de estranhos acontecimentos, lar de criaturas que desafiam qualquer lógica. "O lugar perfeito para começar a verdadeira caçada", disse ele, com uma satisfação quase doentia.

Sugeri que fôssemos com cautela, que analisássemos cada passo antes de agir. Price, porém, respondeu de forma cortante:
— "Minucioso, claro... mas não perca tempo. Carlisle vai pagar por tudo. E os Denali... bem, eles não terão chance de avisá-lo."

Foi então que o reverendo mostrou novamente sua verdadeira natureza. Não satisfeito em tirar a vida das sereias,

ele também cuidou para que nenhuma daquelas belas mulheres pudesse alertar Carlisle. Fez isso com frieza. Com prazer. O tipo de prazer que apenas um verdadeiro monstro pode sentir.

Agora, seguimos para Forks. Mas desta vez, algo mudou. Price está mais sedento, mais próximo do limite da insanidade. E eu... eu estou mais perto de descobrir até onde consigo controlá-lo antes que minha paciência se esgote de vez.

 eu estou mais perto de descobrir até onde consigo controlá-lo antes que minha paciência se esgote de vez

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Helijah Lewis
20 de Agosto de 2005
Alasca

O frio do Alasca ainda está grudado na minha pele, como se as mãos dos mortos do clã Denali ainda me tocassem. Price os exterminou sem hesitar – sem um lampejo de compaixão nos olhos. Vi a vida sumir de corpos que jamais haviam ameaçado ninguém. Era caça, apenas isso. Para ele, sempre foi isso. Mas hoje... algo mudou. O horror não está apenas no que ele faz. Está no que ele esconde.

Percebi tarde demais. Price sempre me pareceu infalível, o caçador perfeito. Mas agora, enquanto escrevo com o cheiro de sangue ainda grudado nas minhas roupas, percebo o quanto fui cego. Ele me ludibriou. Quantas vezes? Quantas? Diz sentir cada traço de presença sobrenatural, mas... em Seattle estávamos tão próximos de Carlisle. Tão próximos que, se eu me concentrasse, poderia jurar que senti algo no vento. Mas Price? Nada. Nem uma reação. Nem uma mudança no olhar. Como se estivesse cego. Ou pior... como se estivesse disfarçado. Tão bem disfarçado que nem eu, que o conheço melhor que ninguém, pude ver.

Esse pensamento me corrói. Price, com seus sorrisos contidos, pode estar sempre jogando comigo. Sempre me mantendo no escuro. E, quanto mais penso nisso, mais vivo se torna o desejo de destruí-lo. Quero vê-lo dilacerado. Quero seus membros expostos sob a lua. Quero que sinta, por um único instante, o peso da impotência que agora me consome.

Estamos deixando o Alasca. O massacre dos Denali foi só o começo. O ar denso de Nova Orleans nos espera. Não posso confiar em Price. Não posso confiar no homem que finge caçar monstros enquanto esconde o próprio.

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