volume I - Lua crescente
Forks, a pequena cidade no estado de Washington, sempre esteve envolta em uma neblina constante, como se o mundo natural tentasse esconder os segredos que ali se abrigavam. Mas naquela noite, algo diferente se aproximava, al...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Capítulo XXXI
A estrada estava molhada e escorregadia, o céu carregado de nuvens que prometiam mais chuva a qualquer instante. Cada gota que batia no para-brisa parecia amplificar a tensão entre eles. Carlisle dirigia com cuidado, os dedos firmes no volante, a mandíbula rígida. Sirena, sentada ao lado, segurava a bandeja de panquecas que havia levado consigo, mas o sorriso provocador nunca deixava seu rosto.
— Você está muito quieto — comentou, quebrando o silêncio com uma leveza calculada.
Carlisle não respondeu, apenas respirou fundo — um hábito que não precisava ter, mas que ajudava a manter o controle. Ela inclinou-se, deixando escapar um leve riso.
A casa dos Cullen surgiu à frente deles, silenciosa e quase majestosa sob a chuva fina que fazia as árvores refletirem gotas de prata. Carlisle dirigiu ainda mais devagar, cada passo calculado, sentindo o aperto em seu peito ao se aproximar de sua família. A tensão aumentava a cada metro percorrido; ele sabia que a presença de Sirena era um risco, tanto para ela quanto para todos dentro.
Sirena, por outro lado, permanecia calma, quase flutuando no ar de sua confiança.
— Você está certo de que quer estar aqui? Ainda podemos desistir — disse Carlisle finalmente, a voz baixa e tensa. — Não posso garantir sua segurança se alguém reagir mal.
— Eu sei — respondeu Sirena, mantendo o tom doce, quase divertido.
Carlisle respirou fundo, fechando os olhos por um instante, tentando afastar o desconforto que sua simples presença provocava. — Se alguém tentar te atacar, eu não poderei intervir sem... sem riscos.
— Não tem problema — disse Sirena, inclinando-se levemente em direção a ele.
Ele murmurou algo ininteligível, mas não tentou impedi-la. Sabia que qualquer resistência seria inútil.
Carlisle estacionou, observando cada detalhe do caminho com cuidado. Sirena não se conteve: saiu do carro, estendeu a mão e segurou a dele, atravessando a entrada de mãos dadas, com um sorriso que misturava desafio e sedução silenciosa.
— Falei para ficar no carro.
— Eu nunca disse que iria obedecer.
O interior estava silencioso. O cheiro familiar da madeira polida e da brisa úmida se misturava ao aroma inconfundível de vampiros. Carlisle sentiu a tensão aumentar a cada passo em direção à sala de estar. Seus filhos, invisíveis aos olhos humanos, poderiam reagir instintivamente à presença dela — e ele não tinha forças para controlar o que Sirena poderia provocar.
— Sirena... fique atrás de mim — disse, sem olhar diretamente para ela, os ombros tensos, cada músculo preparado para qualquer sinal de ameaça.
— Fica tranquilo, Carlisle — murmurou ela, o tom quase maternal, ainda carregado de provocação — apenas me observe e veja como posso me comportar... ou não.