volume I - Lua crescente
Forks, a pequena cidade no estado de Washington, sempre esteve envolta em uma neblina constante, como se o mundo natural tentasse esconder os segredos que ali se abrigavam. Mas naquela noite, algo diferente se aproximava, al...
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Capítulo XXVI
O silêncio da casa parecia zombar de Sirena quando ela despertou. O corpo ainda reverberava com o eco de emoções partidas, memórias distorcidas por Edward, Bella, Carlisle e até mesmo Charlie. Ela se sentou na beira da cama, respirando fundo, e então seu olhar caiu sobre o bilhete em cima da escrivaninha.
A caligrafia elegante e perfeitamente inclinada era inconfundível: Edward.
"Não podemos mais nos falar. É melhor assim. Para nós dois."
Palavras carregadas da poesia dramática típica dele. Sirena revirou os olhos, irritada com a teatralidade com que o vampiro tentava cortar laços que nem existiam totalmente. Rasgou o papel em tiras finas e deixou escapar um pequeno gritinho, mais de fúria contida do que de dor.
Por mais que tivessem tentado quebrá-la, Sirena ainda tinha a lua. Mesmo com o sol alto queimando o céu, ela sentia a energia noturna pulsando por suas veias, preenchendo seu corpo com luxúria, poder e desejo de caos.
Levantou-se, decidida. Vestiu uma blusa vermelha justa que delineava cada curva, uma jaqueta de couro escura que parecia uma armadura, calça colada e botas que batiam firme no chão. Hoje ela não faria joguinhos. Hoje, iria incendiar Forks. Todos pagariam — Bella, Edward, Carlisle, Charlie. Todos.
Cada passo no assoalho rangente de sua casa parecia marcar o ritmo de sua fúria. A casa parecia um reflexo de sua raiva, revirada, e ela ignorou esse pequeno detalhe, seguindo em frente. Ao cruzar com uma viatura policial, um sorriso felino curvou seus lábios. Ela já sabia por onde começar. Três homens dentro do carro jamais tiveram chance. Seduzidos, hipnotizados por seus movimentos, ela drenou suas vidas com precisão silenciosa, deixando três corpos espalhados na floresta, misturando-os às sombras das árvores. Escondeu o que pôde, mas, no fundo, não se importava. Quem suspeitaria dela? Quem ousaria?
Mas aquilo era apenas o começo.
O hospital de Forks estava silencioso, exceto pelo murmúrio constante de passos apressados. Sirena deslizou pelos corredores, sentindo a energia vital que emanava do lugar. Carlisle estava ali, trabalhando, e ela sabia que precisava de informações para afiar seu plano. A recepção foi seu primeiro obstáculo. A secretária se recusou a dar qualquer endereço dos Cullen, e Sirena sorriu. Sempre havia outro jeito.
E o outro jeito estava no olhar do funcionário masculino que não conseguia tirar os olhos de suas curvas. Bastou conduzi-lo até uma sala isolada. Ali, entre suspiros e toques medidos, ela drenou sua essência até o último fio, mas não antes de garantir que ele experimentasse um ápice do prazer que jamais se repetiria. Ao sair da sala, o ar ao seu redor parecia vibrar com seu poder e intenção. O endereço dos Cullen estava em suas mãos.
Quem ela atingiria primeiro? A resposta inicial era óbvia: Carlisle. Mas então um pensamento mais frio serpenteou por sua mente. Havia ouvido na cafeteria sobre um projeto de casa que Esme estava planejando com alguém da cidade. Uma oportunidade perfeita para atrair Carlisle. Ferir o homem no lugar que ele mais prezava, atingir o núcleo daquilo que considerava família.