Capitulo 21

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- Ela quem tia? - pergunto novamente, já que ela não respondera a outra pergunta.

- Como assim Mel? - ela diminui a força do abraço, e faz uma expressão de confusa e pensamentos e olhar perplexo. - Oh sim, é verdade. Você não sabe... - diz em um pequeno sussurro, me solta de seus braços, que me circulavam com grande força, e começa à andar de um lado para outro pensando e falando sozinha. Simplesmente não estava entendendo.

- Tia? Está tudo bem? - pergunto já ficando preocupada.

- É mesmo. Você não sabe. - diz para si mesma. Ela anda até a escada, e sobe os primeiros degraus, ignorando totalmente minhas perguntas. Antes de subir para o andar de cima, vira o rosto e olha para mim. - Eu preciso pensar um pouco, OK?!

- O-ok. - digo ainda confusa, e vendo-a desaparecer do meu campo de visão. Não entendendo nada e lembrando- me do meu cansaço do dia, subo para meu quarto.

Depois de uma ducha bem quentinha, devido ao frio da noite que fazia, me enrolo no cobertor, já de pijama. Demora um pouco, mas consigo dormir.

{ ... }

Neste exato momento, é madrugada, e não consigo dormir mais. Tive sonhos estranhos. Não conseguindo entender, as perguntas perambulam pela minha cabeça, tomando o lugar do sono. São tantas. Sonhos dizendo para mim tomar cuidado com certas coisas, ou até mesmo pessoas, pois podem mudar facilmente, te deixando de lado, ou fazendo algo que nunca poderia imaginar. Outro, mostrando uma pessoa sozinha. Solitária. Provavelmente, representando eu. Que estava sentada em um lugar, e chega outro alguém que começa à interagir com a que estava sozinha à pouco tempo. Mas um terceiro chega tirando sua atenção, e o que acabara de chegar vai se embora se esquecendo e deixando a primeira solitária novamente ( ps: pra que não entendeu é só olhar na mídia, que entenderá ).

E por fim, o último. Uma pessoa me abraçava, e eu tinha absoluta certeza de que à amava muito, pois seu abraço foi um tanto acolhedor, que nos seus braços eu faria uma morada. Não conseguia sair de lá por nada, e muito menos queria. E no sonho se passou tantos minutos assim, que achei horrível quando nos separamos. O pior foi que, o ser foi se afastando e indo embora para longe. Eu tentava ir atrás, porque não queria aquilo, mas não conseguia sair do lugar, tentava lhe alcançar mas era em vão. Tentando gritar mas nada saía boca à fora. Chorava desesperada, mas isto não afetava a pessoa. Quando sumiu por completo, desabei no chão, sem forças já, por ter lhe perdido.

Quando acordei, não consegui entender nada, se os sonhos se batiam, ou não eram nada à ver, se era uma bobeira qualquer, ou de fato, verdade. E agora estou aqui, a um bom tempo pensando. Já se passou tanta coisa em minha cabeça que já fiz um filme inteiro da minha vida. E o que menos esperava, estou até agora tentar achar uma solução. Uma grande dúvida paira sobre minha mente, e sim, elas tem nomes. Se chamam, Rafael e Michael. O primeiro é Rafael, tenho uma grande vontade de saber o 'por quê' daquele dia ter me "defendido". Ele não me conhecia, então ficaria difícil fazer algo por uma estranha. E não sei também, mas, tenho vontade de lhe conhecer melhor, parece ser uma pessoa, tão... Tão... Especial, inteligente, e com um caráter bem forte e de surpreender qualquer um. Queria saber como seria deixar de ser apenas uma, 'estranha'.



E segundo, Michael. Por ter me ajudado. É uma pessoa tão boa, compreensiva, meiga. E não consigo entender, novamente, suas atitudes, em relação à mim.

Aiii, estou confusa e com sono. Preciso dormir. Fecho os olhos e tento esvaziar a mente, numa tentativa de pegar no sono. E quando estou quase conseguindo, o barulho chato do despertador fazendo minha raiva subir repentinamente.

Overturn || Rafael Lange/CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora