Capitulo 31

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Sabe aquele momento em que você acorda tranquilamente, parecendo a Cinderela com os passarinhos, mas logo após lembra de todos os problemas de sua vida, e ela passa como um filme e você quase chora? Não? Mas esse foi meu primeiro momento do dia seguinte.

Quando penso em levantar da cama deito novamente e começo à pensar.

Para mim, uma das melhores coisas que Deus proporcionou aos humanos, foi o ato de pensar. Mas em minha mente, só me veio lembranças ruins.

Bufo, e minha respiração fica pesada.

Viro de lado e olho o relógio eletrônico que permanece na cômoda. Marcava exatamente 10:24 da manhã.

Em um breve momento, me vem à cabeça, muitas pessoas, Maethe, Alan, Zelune, e os outros meninos. Por último, Rafael. Ele foi o último que vi na noite passada. Depositei toda minha confiança nele e de repente sumiu. Quando precisei dele, não estava lá. Por quê? Será que eu não era nada? Sem importância? Por quê ninguém gosta de mim? Por quê me odeiam?

Levanto da cama e solto um grito de raiva. Eu me odeio por sempre fazer burradas. Ser tão idiota, à ponto de acreditar em todos. Odeio ter perguntas e ficar sem respostas.

Droga!

Entro no banheiro e faço minhas necessidades. Escovo os dentes e me encaro no espelho do pequeno armário.

- Estúpida! - digo para meu próprio reflexo.

Com meus ataques, tudo que faço à seguir é com raiva. Tirar o moletom, vestir outra roupa, amarrar o cabelo, e até mesmo, calçar a chinela. O óculos também não escapa de meu momento de raiva.

Arrumo minha cama e abro a janela. Lá fora uma garoa cai sobre as casas. O céu nublado cobre o sol.

De short e uma camisa com mangas longas, desço as escadas, em direção à cozinha.

Pensei em passar todo o dia trancafiada no quarto, deitada na cama, mas estou com muita fome. Saio do quarto.

Quando estou no último degrau da escada, algo agoniante me sobe e de repente me sai um espirro forte e alto.

- Eu sabia. - digo à mim mesma. - Que ótimo.

Em seguida meu nariz começa a escorrer. Depois de ficar numa tempestade daquelas, a gripe vai ser das bravas.

Vejo minha tia tranquilamente sentada na mesa de jantar tomando uma xícara de café. Eduarda permanece apoiada no balcão da cozinha de braços cruzados e cabeça baixa, de frente para minha tia.

- Bom dia. - digo. O clima não era muito legal, não havia aquela alegria de todos os dias.

As duas me respondem levantando um pouco do olhar.

Vou até o balcão coloco leite em uma xícara e achocolatado.

- Mellany. Senta aqui. Vamos conversar um pouco. - tia Lúcia diz em um tom sério, e me assusto. Os cabelos do meu corpo se arrepiam de medo.

Caminho até ela e me sento em sua frente, ficando de costa para Eduarda.

- Eu... Fiz alguma coisa?- pergunto temendo o pior.

- Não, não. Mas quero conversar com você. Perguntar algumas coisas. - eu não lembro se fiz alguma coisa muito ruim para merecer isto. Engulo em seco.

- Chegou à que horas ontem? - ela permanecia calma. Não parecia estar EXATAMENTE brava.

- Eu não sei. Mas foi um pouco antes de vocês chegarem. - tomo um gole do leite.

- Certo. - tia Lúcia balança a cabeça e se arruma na cadeira. - Por que você chorava quando chegamos, Mellany?

Seu olhar era de preocupação. Eu vejo isto.

As cenas vividas voltam à me perturbar, como um pesadelo horrível.

- Não era nada. - digo mexendo a cabeça para as más lembranças me abandonarem, e que com certeza incomodaria o resto de minha vida. - De verdade, era nada.

Ela arfa e parece estar incomodada.

- Mel. - ela respira fundo. - Para podermos te ajudar, você também tem que colaborar.

Permaneci quieta, como Eduarda faz.

- Tudo bem então. - Ela levanta da cadeira e resmunga. - Eu e Eduarda conversamos e tomamos uma decisão.

Eduarda coloca sua mão em meu ombro e dá um pequeno sorriso quando lhe olho.

- Ela vai embora. - tia Lúcia dá um ficando meio triste. - E voltará para Londres. E você vai junto.

- O quê? - eu nem sabia qual reação era a minha neste momento.

- É claro, se você quiser. - ela diz.

- Por quê isto agora? Não estou entendendo. - pergunto perplexa.

- Você irá ficar em Londres junto, com Eduarda, durante o resto do período de suas férias. Poderá passear... - ela começa à gesticular com as mãos e braços.

- Mas e a senhora? Não pode ficar sozinha aqui. Não vou te deixar sozinha. - digo à cortando um pouco indignada.

- Eu irei ficar bem, Mellany. Além do mais, tenho os preparativos para o evento. E não quero que você fique trancada as suas férias todas em casa. Quero que você se divirta. Quero o seu bem, Mel. - ela fala firme.


- Mas... Por quê isto agora? - pergunto novamente a pergunta ignorada antes.

- Mellany. Tenho certeza de que alguma coisa aconteceu com minha pequena-grande sobrinha para ela estar triste assim. Então decidi fazer algo para você esquecer essa "coisa". Quero vê-la feliz. - enfatiza a palavra coisa com aspas e seu olhar de compaixão me afetou, dou-lhe um abraço.

Ela foi uma das únicas pessoas que me ajudaram quando mais precisei. E agradeço por isto.

- Obrigada, tia.

- E aí? Você topa ou não? - diz Eduarda sorrindo depois que nos separamos.

Penso por um momento.

- Sim. Eu topo. - digo confiante.

- Okay, então arrume suas coisas pois minha mãe e eu vamos comprar as passagens. E depois te avisaremos o dia, não precisa se preocupar. Vai ficar tudo bem. - diz Eduarda.

Era ótimo poder ouvir isto.

Logo após isto, subimos para o andar de cima, e cada uma entra no seu quarto.

Me deito de bruços e me perco em meio aos pensamentos.

- Nossa. Nunca pensei em ir para Londres. - começo à rir sozinha. Nunca poderia mesmo, pensar nisto.

Agora poderei recomeçar uma nova vida. Com novos horizontes. Com novos caminhos.

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Muitaaaaaaaaas emoções por vir. Esperam que tenham gostado. Como esse cap é bem bombástico (SQN) o próximo só sairá quando este tiver pelo menos 15 votos e 20 comentários. Vocês conseguem? Eu sei que zim. Vcs são demaiiiiis.

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Alguém quer beijo no próximo cap? Eu dedico sim. <3

Coisinhas fofas. <3

Overturn || Rafael Lange/CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora