Capitulo 29

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Aviso rápido aqui: este capitulo estava ficando muito grande, então decidi dividir ele em dois. A continuação (o 30 no caso) só sairá semana q vem, pois não estarei em casa o final de semana inteiro. Boa leitura.

       As luzes, quando ninguém esperava, se acendem, revelando o rosto de todos, alguns reclamam por conta da claridade. Sem a música alta, e com o susto todos se calam. Só se podia ouvir o barulho da chuva lá fora.

As pessoas estavam afastadas de mim, e eu estava no centro da pista.

     De repente, sinto um impacto em minha cabeça. Um líquido gosmento desce pelo meu corpo. O que está acontecendo?

Voltando da tontura que a pressão forte havia me causado, vejo que meu vestido está todo melecado de algo verde, abaixo de mim o chão ao meu redor está completamente sujo, minha cabeça dói e quando olho em volta, todos me olham assustados.

Mas isto dura por pouco tempo.

Logo após... Todos caem na gargalhada. Apontando para mim, me chamando de estranha e outros nomes horríveis.

    Alguém ou algo jogou isto em mim, mas o que é isso? Eu não sei, e já estou começando à ficar desesperada.

    Estava ficando tonta, não aguentava as risadas altas, o que fiz para eles? De novo, tudo está começando novamente. Como sempre. As gargalhadas, os dedos apontando, os apelidos, por que só comigo?

   Sinto meu estômago embrulhar e minhas pernas à tremer, eu não aguento mais isso! Não lhes fiz nada. Nada.

     A vergonha e medo era muita, não aguentaria ficar mais ali e ser mais uma vez, o motivo da graça, das piadas, dos xingamentos.

     Havia passado tão despercebida por essas pessoas que mal conheço, e isto acontece, sem mais e nem menos.

      Avisto um letreiro brilhando de vermelho escrito SAÍDA. Quero sair daqui. Isso é tortura pra mim. E... Por que ninguém me ajuda?

      Sem esperar mais nenhum segundo, e com medo de escorregar na gosma estranha, saio correndo. Eles não param... De rir, é claro. As lágrimas de dor já saiam desesperadamente de meus olhos. Minha cabeça latejava de dor.

      Pessoas me empurram, mas felizmente, me equilibro. Mas, antes de alcançar a passagem para a rua à fora, alguém coloca o pé a minha frente, e antes que pudesse desviar, e com dificuldade no salto, caio no chão. Para minha sorte, levo as mãos para me proteger. Agora sim, eles se desabam em rir por causa do meu desespero.

      Alcanço a chuva forte, e corro pela rua, não queria passar pela mesma coisa, o mesmo sofrimento, mas já era tarde. Não conseguia parar de chorar. Isso não foi um mico, pois isso não foi eu que causei, mas fui a vítima. Sempre fui. A principal das brincadeiras, da graça.

      Ninguém tenta me seguir, nem esperava isto, ninguém liga para mim mesmo, por que fariam isto?

     Quando dobro a esquina, diminuo os passos, e as risadas ecoam em minha mente. Minhas lágrimas se misturam com a chuva.

É frio aqui fora.

Agarro meus braços e junto ao meu corpo, cravo as poucas unhas que tenho neles. 

  A dor não passa, mas já estava acostumada com ela. De todas as situações que passei, esta foi a pior.

  Balanço minha cabeça negativamente, por ter sido tão burra em ter achado que nessa festa sairia tudo bem, de que tinha amigos, e que nessa cidade nova, eu poderia começar do zero. Comecei, mas aconteceu tudo de novo, e nada adiantou.

Parece que quando mais tento evitar, mais acontece.

Olho para as casas da rua e alguns comércios. Paro e penso um pouco...
Droga!
Estou perdida.

Mas ainda bem, que, me lembro do endereço da casa. Só preciso achar a rua. E o bairro. E todo o resto.

Eu não sei como voltar pra casa.
   

E não há mais ninguém na rua, por causa da chuva forte, a não ser essa doida aqui. Sou eu.

Procuro a placa de endereço de uma das casas e tento me lembrar do caminho de volta. Quando consigo, ouço um grande e alto trovão , um clarão que cobre todo o céu me assusta. Eu não vou esperar a chuva passar para ir embora.

O medo estava me corroendo por dentro.

  Estava difícil enxergar algo. Meus óculos estavam embaçados por conta da minha respiração acelerada e as gotas de chuva. Resolvo tirá-los, para não estragar a armação, mais ainda.

  Bem, não sou completamente cega, só não enxergo o que está longe, e forçar a visão era pior ainda.

   A chuva começa à diminuir, mas sei que peguei um belo de um resfriado.

   Paro na outra esquina e em uma das lojas, a luz de fora está acesa. Penso em ir lá para tentar descobrir onde estou exatamente, porque não consigo enxergar direito com a chuva e a escuridão. As ruas aqui não são tão iluminadas e já pode ser altas horas da noite.

      Estava indo atravessar a rua completamente alagada, antes de pisar no asfalto, um carro em alta velocidade vem. Passa correndo e toda água ali, é jogada em mim.

     - Só pode ser brincadeira. - digo para mim mesma. O motorista nem pra ver o sinal vermelho. Mal educado.

      Olho para os lados e vejo um vulto preto, vindo em minha direção.
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Eu chorei fazendo o cap, foi o mais triste de toda a historia (pra mim sim).

Espero que tenham gostado. Beijos e queijos

Obrigada pelo carinho no cap anterior. <3

Comentem e votem. Por faaaaavooooooosinhooo!!
  

Overturn || Rafael Lange/CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora