Capitulo 22

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Atenção na nota final

 

       De manhã,não muito tarde, estou acordada, mas estou no banheiro, tomando um banho, para relaxar, depois de mais sonhos esta noite. E, às vezes, não conseguia entender. Mas nessa noite foi diferente. Eu sabia de tudo. Eu lembrava de tudo.

        Era todas as lembranças que tenho com a minha mãe. Todos os nossos momentos. Algumas imagens de minha infância, com meus pais. Quando eu ainda era pequena, e meu pai se foi, e sempre que perguntava algo à dona Tina, dizia que estava tudo bem e que logo logo ele voltaria. Só que, nunca voltou. E sempre chorava por falta dele.

         

          E assim foi se passando, por ordem cronológica, momentos da minha vida. Até que, chegou o dia, em que perdi minha maior preciosidade. O pior dia de todos. Não estava aguentando e comecei a chorar muito. Não aguento mais, eu sinto muita falta dela. As lágrimas já se misturavam com a água quente e estava, literalmente, colocando tudo para fora. Todas as mágoas, todo o sofrimento, tudo mesmo.

      
        Ainda bem que tia Lúcia já havia ido ao trabalho e não escutaria meu escândalo.

      
            Depois de muito, mas muito tempo no "banho", e já ter me acalmado, ainda saia alguns soluços de minha boca. Me enrolo na minha toalha branca, e quando saio do banheiro sinto um frio imenso, quase volto pois ainda vinha o vapor da água quentinha, mas decidi ir fechar a janela. Quando paro em sua frente a toalha quase cai e por sorte as pessoas lá de fora vêem o que não deviam. Não que estivesse passando uma multidão lá fora e que tenho muita coisa para mostrar, mas acho que entenderam. Visto uma roupa confortável de casa.

            Desci as escadas para tomar café e entrei na cozinha. Pego uma tigela, com cereal e leite. Estava indo sentar no sofá para ver TV, como todos os dias, e sinto frio de novo. Antes de sentar, vou buscar um cobertor no meu quarto.

        Deixo a tigela em cima da mesinha no centro da sala, vou em direção às escadas. À cada degrau sentia uma dor diferente no meu corpo, parecia ter acabado de voltar de uma maratona, estava muito cansada. Depois de um pouco de esforço chego ao meu quarto, e com dificuldade alcanço a porta da parte de cima do guarda-roupa, e pego uma coberta e volto à sair do quarto.

{ ... }

     Já havia perdido a conta de quantos desenhos animados tinha assistido. Dei alguns cochilos e quase sempre estava à tocir ou espirrar. Minha garganta está dolorida e eu estou quente. Meu corpo todo estava doendo. Escuto o som do portão se arrastando lá fora e depois o barulho da porta de entrada, se destrancando.

         - Ah, oi Mel. - diz minha tia entrando em casa, fechando a porta em seguir. Se atrapalha um pouco com a sua pasta que percebo estar pesada. Coloca-a na mesa e vem até mim.

     
          - Oi tia. - falo um pouco baixo. Ela deposita um beijo em minha bochecha com dificuldade se abaixando até meu rosto.

        - Que estranho... Você está quente Mel. - ela confere minha temperatura com a mão em minha testa. -Nossa, está muito quente.

          - Deve ser porque estou de coberta. Não está sentindo frio também não? - pergunto e fica com uma expressão de preocupação.

         - Nem pensar. Está muito calor lá fora. Você está é com febre. Está doente? Sente alguma coisa? - sempre soube que minha tia é mais daquelas protetoras, mas nunca tinha visto esse seu lado.

          - Minha garganta dói e estou espirrando muito.- minha voz falha no meio da fala e provoca uma rouquidão. Que ótimo. Vou ficar rouca agora.

Overturn || Rafael Lange/CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora