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O quarto estava quieto.
A única luz vinha da pequena luminária sobre o criado-mudo. Os lençóis da cama estavam bem ajeitados — obra de Tsunade, que cuidava pessoalmente de cada detalhe.
Kakashi estava sentado na poltrona ao lado da maca, com Naruto no colo.
O bebê resmungava baixinho, já meio sonolento, os olhos semiabertos, mas atentos.
Kakashi olhava para SN. O mesmo rosto. A mesma respiração leve.
Ele falou, não para ela, mas para o irmãozinho nos braços:
— Tá vendo essa teimosa aí? Essa é sua irmã.
Naruto piscou lentamente, como se estivesse ouvindo.
Kakashi ajustou o bebê no colo, com uma mão firme sob suas costas.
— A mulher mais bonita e corajosa que eu já conheci. E eu já conheci gente demais. — com a outra mão livre, ele permitiu que repousasse sobre a da garota adormecida.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, antes de continuar.
— Você vai amar conhecer ela. Mesmo quando ela te fizer arrancar os cabelos. E vai.
O bebê soltou um som baixo, e Kakashi olhou de canto de olho, sorrindo atrás da máscara.
— Vai ficar maluco quando ela colocar uma ideia na cabeça. E não vai ter ninguém no mundo que faça ela mudar de ideia. A não ser que seja pra proteger alguém — aí ela muda tudo num piscar de olhos.
Seus olhos ficaram um pouco mais baixos.
— Vai odiar a comida dela. Te juro. Mas vai fingir que gostou, só pra não ouvir ela reclamar.
Ele suspirou.
— Agora... a voz. Você vai gostar. Principalmente quando ela falar mais baixo. Quase sussurrando. Como se estivesse contando um segredo só pra você.
Fez uma pausa longa.
— E a risada... a risada é o melhor som do mundo. Mesmo quando você estiver de saco cheio ou com dor de cabeça... Você vai querer ouvir ela. Você vai se sentir melhor quando ouvir ela.
Naruto se aninhou mais nos braços dele. Já dormindo.
Kakashi baixou o tom ainda mais, como se falasse apenas para si mesmo.
— Ela vai cuidar de você quando se machucar. Vai brigar com raiva, como se fosse culpa sua. Mas é só o jeito dela de dizer que te ama.
