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𝙽𝚊𝚛𝚛𝚊𝚍𝚘𝚛𝚊
Kakashi atravessava o corredor do hospital com passos largos, firmes. O som seco das botas contra o piso ecoava como um alerta. No bolso, a carta de Jiraiya. Duas palavras apenas, escritas às pressas:
"Ela acordou."
Ao chegar diante da porta do quarto 307, não pensou. Empurrou com a mão já enrijecida, o coração imprensado entre ansiedade e medo.
A luz do sol da tarde filtrava-se pelas cortinas brancas.
Lá dentro, Jiraiya estava ao lado da maca, de pé, com um sorriso suave e cansado nos lábios. O tipo de sorriso que só se forma depois de muitos dias de lágrimas. Sn ao seu lado, sentada sobre a maca, de olhar vagaroso. Ele virou o rosto e assentiu com o queixo, convidando Kakashi a entrar.
Mais adiante, de costas para a porta, estava Tsunade. Encostada na sacada, braços cruzados. Ela olhou por cima do ombro, sem expressão. Apenas observou o jōnin parado ali.
O silêncio que havia no quarto era espesso.
Então, Kakashi ouviu.
— Não vai vir me dar um abraço?
A voz saiu fraca, rouca pelo tempo de silêncio, mas com aquela familiaridade impossível de confundir.
Kakashi congelou.
Ali estava ela. Sentada com dificuldade, os olhos ainda levemente opacos, mas vivos. Muito vivos.
SN.
Seu cabelo curto, meio desalinhado, e aquele brilho nos olhos que ele achou que jamais veria de novo.
— Tá esperando o quê? — ela sussurrou, com aquele tom que misturava desafio e carinho.
Kakashi se aproximou devagar, como se cada passo fosse um teste para o coração. Parou ao lado da maca. Ela ergueu os braços com esforço, abrindo espaço para ele.
O abraço aconteceu sem pressa. Ele se inclinou, envolveu-a com delicadeza — o suficiente para que ela sentisse sua presença, mas com o cuidado de quem ainda tem medo de quebrar o que ama.
SN apoiou o rosto no ombro dele, e pela primeira vez em meses, a respiração de Kakashi tremeu. Ela chorou. Baixinho, mas chorou.
— Eu perdi eles... — ela disse, baixinho.
— Eu sinto muito. — ele respondeu, a voz abafada contra o pescoço dela.
Lá fora, Jiraiya puxou Tsunade levemente pelo braço.
— Vamos dar espaço pra eles. — murmurou.
Ela assentiu, e os dois saíram em silêncio, deixando apenas o som leve dos monitores e a respiração entrelaçada dos dois.