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Nᥲrrᥲd᥆rᥲ
𝐄ra madrugada quando Sasuke acordou de novo, coberto de suor frio.
Pesadelos vinham todas as noites. O som do fogo. O cheiro do sangue. O silêncio. Sempre o silêncio. E ele, parado no meio da rua do clã, olhando os corpos de seus pais com o coração entorpecido.
Sentou-se na cama, respirando fundo. Estava escuro, mas ele não acendeu a luz. Não precisava. A luz da lua já banhava o pequeno apartamento onde morava desde que o clã fora destruído.
A parede à esquerda era fina.
Do outro lado... S/N.
A vila havia decidido assim. Dois sobreviventes, dois órfãos de um clã extinto, duas crianças de olhos tristes — melhor que ficassem juntos, "para se apoiarem", disseram. Mas eles nunca falaram sobre isso.
Durante as aulas, eram sempre colocados lado a lado. Combinações forçadas de sparring, testes em dupla, missões em conjunto. Professores achavam que havia um elo ali, algo natural entre dois Uchihas.
Mas entre eles só havia o que não era dito.
Ele ouviu o leve som de movimento do outro lado da parede. Um passo. Um suspiro. Ela também estava acordada.
Sasuke se deitou de novo, encarando o teto.
No dia seguinte, as aulas foram como sempre. Naruto fazendo barulho. Sakura tentando chamar sua atenção. E S/N ao seu lado, silenciosa, rabiscando anotações de táticas shinobi com a postura impecável de quem parecia sempre no controle.
No intervalo, ela não falou com ele. E ele também não falou com ela. Mas notou.
Ela estava mais quieta que o normal.
Não era tristeza. Era concentração. A tensão no maxilar, o olhar fixo, o modo como ela mexia a kunai entre os dedos com leveza obsessiva.
— Você não dormiu. — ele disse, num impulso, no fim da aula.
Ela olhou para ele, surpresa. Era raro que ele puxasse conversa. Mais raro ainda que fosse sobre algo pessoal.
— Pesadelos. — respondeu apenas, sem floreios.
Sasuke desviou o olhar, voltando a guardar seus materiais. Quando falou de novo, a voz saiu baixa:
— Eu também.
Ela não disse nada, mas algo mudou no ar. Pela primeira vez em muito tempo, compartilharam algo que não era dor... era reconhecimento.
E naquela noite, ao deitar, ele ouviu do outro lado da parede uma batida leve.