Capítulo 6 - O Beijo.

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Na saída da escola Thomaz disse que estaria em minha casa por volta das 20:30. Confesso que estava nervosa, por mais idiota que ele tivesse sido hoje mais cedo, tinha algo nele que me atraía.

*

Quando cheguei em casa, mamãe arrumava a mesa de jantar para o almoço.

- Oi flor, como foi ontem na festa?! - Quis saber logo de cara.

Não queria contar para ela o que tinha acontecido na noite anterior, então menti.

- Ah, foi legal! Tinha bastante gente e conheci algumas pessoas. - Disse lhe dando um sorriso amarelo.

- Que bom minha flor! você merece ser feliz depois de tudo que passou... - Ela me olhou triste e dei um sorriso fraco. - Mudando de assunto. Vou fazer plantão hoje a noite, espero que não se importe. - Disse encolhendo os ombros se desculpando.

Claro que tinha problema, em poucas horas eu estaria com um garoto bipolar mas lindo e gostoso do mundo na minha casa. E SOZINHOS!!

- Ok, mamãe. Não precisa se preocupar, vou sair bem. - Menti.

Comemos o almoço conversando sobre assuntos aleatórios. Assim que ajudei mamãe a arrumar a cozinha subi para meu quarto, tomei banho e me deitei na cama. Logo dormi.

Acordei por volta das 19:58. Mamãe já estava de saída.

- Flor, já estou de saída, mas qualquer coisa me liga que eu venho correndo. A janta está no formo, é só esquentar. - Me disse - Te amo. - Me deu um beijo na testa.

- Ok, mãe. - Falei dando um beijo na mesma. - Te amo. - Sorri e ela saiu.

Como combinado, Thomaz chegou na hora marcada. Estava lindo na calça preta, blusa do AC/DC, jaqueta de couro e tênis.

- Vamos acabar logo com isso. - Revirou os olhos. - Não quero me atrasar. - Disse e vendo minha cara de confusão, explicou: - Tenho uma festa mais tarde. - bufou e entrou na minha casa.

- Ok então. - Falei triste.

Porque ele tinha mudado de humor tão rápido? O que fiz de errado?

- Casa legal. - Disse olhando ao redor.

- Obrigada. - Sorri fraco. - Vamos começar.

Demoramos mais ou menos uma hora pra fazer o trabalho todo, tenho que admitir, ele era realmente inteligente. Assim que tudo já estava acabado senti fome e fui para a cozinha preparar um sanduíche.

- Vai querer um sanduíche? - Perguntei antes de sair da sala.

Bom, minha mãe sempre me disse que quando estávamos comendo ou íamos comer, sempre deviamos oferecer as pessoas que estavam perto, aqui estou.

Ele acenou com a cabeca confirmando e eu fui em direção a cozinha deixando ele na sala.

- Ei, aquela na foto é sua mae? - Levei eu susto quando ele chegou entrando na cozinha, estava distraída em meus pensamentos.

Confirmei com a cabeça e ele continuou:

- Você tem o sorriso dela. - Me disse com um olhar triste, como se aquilo o fizesse lembrar de alguma coisa desagradável.

- Obrigada. - foi a única coisa que consegui responder.

- E seu pai? - Falou ele e eu congelei.

Ele tinha que tocar no meu machucado mais fundo? Senti as lagrimas correrem pelo meu rosto sem permissão só de lembrar do meu pai. Papai! Esse assunto sempre me machucava, imagens do passado vieram com tudo em minha cabeça, nunca gostei que alguém falasse do meu pai. Quando alguém falava, era nisso que dava, em lágrimas.

Quando não obteve resposta ele veio até mim me olhando serio.

- O que houve? - Quis saber me examinado sério.

- Nada. Seu sanduíche está pronto. - Disse desviando o olhar.

- Ei, vem cá. - Disse ele com a voz mansa me pegando pelo braço.

O que era aquilo? Ele me tratava como uma qualquer e agora está preocupado comigo? Ele está brincando com meus sentimentos me fazendo lembra do que eu mais temia?

- Não me toca. - Eu disse com a voz tremula. Estava prestes a chorar.

- O que está havendo? - Pegou pelo meu braço novamente me fazendo virar para encarar o mesmo. Ele parecia preocupado comigo, mas não me deixei levar, ele me trata mal e depois se aparece preocupado comigo?

- E isso importa pra você? - Disparei, com raiva. - Tu me trata bem, me defende até, e depois diz que "eu não faço seu tipo" e agora ta preocupado comigo? - Ele estava congelado com a minha reação repentina. - Se você estiver brincando com meus sentimentos... - Senti as lagrimas - ... Pode ir parando por que não sou suas raparigas pra ficar correndo... - Fui interrompida pelos lábios de Thomaz nos meus.

Em questão de segundo ele me puxou pela sintura me prendendo ao seu corpo quente. Invadindo a minha boca com a sua. Foi estranho, mas perfeito, era uma mistura de desejo, medo, raiva e outros sentimentos desconhecidos. Foi perfeito o modo como ele acariciava minhas costas me prendendo a ele cada vez mais forte, o modo como segurava meu pescoço. Não queria que terminasse nunca... Ele se afastou ofegante...

- O que você está fazendo comigo? - Essas foram suas ultimas palavras antes de sair pela porta me deixando ali, no meio da cozinha, sem saber se o que tinha acontecido ali fora apenas um sonho.

A Baixinha E O PlayBoyOnde histórias criam vida. Descubra agora